ONDE ESTÁ O PROBLEMA?
Este artigo vai ser curto por dois motivos: primeiro,
porque estou a escrever “A minha ida à guerra colonial”, o que vai levar longos
meses; segundo, porque já me referi a assuntos semelhantes no artigo “SERÁ QUE
NO SÉCULO XX SÓ HOUVE UM HOLOCAUSTO?”.
A histeria que se está a criar sobre o
uso de armas químicas na Síria é tão hipócrita que poderia ocupar páginas e
páginas numa repetição de acontecimentos que toda a gente conhece, e que seria
tão fastidioso como inútil.
Assim, e como inútil que é, será apenas como um desabafo
de quem há muito não entende este mundo.
Mas depois de muito rir (sim, rir!) sobre este assunto,
e como já considerava a estupidez e a crendice humanas como as únicas coisas
passíveis de serem maiores do que o Universo, resolvi formar uma trilogia
juntando-lhes a HIPOCRISIA!
Que horror! Gasear as pessoas como os Alemães fizeram
na Primeira Guerra Mundial? Nem pensar! Por isso, tal tipo de armas foi
proibido. Não é suficiente a quantidade de produtos químicos que os exércitos
utilizam na arte de matar, como o napalm, as minas, os desfolhantes, a pólvora,
etc. etc.? Não chegam estes? Claro que sim, até porque sob certos aspectos os
seus efeitos são muito mais requintados, provocando esgares e gritos de dor e
não de alucinados. O que vale é que Deus, Alá, Xiva, e todos os seus
‘comparsas’ são grandes…
E, a propósito disto e para terminar, não resisto a
transcrever um excerto do livro de Norman Dixon, “A Psicologia da Incompetência
dos Militares”:
- «O serviço militar trás consigo muitas privações. A
boa comida, o lar, o conforto, a segurança, a vida em família são sacrificados
à luta contra um inimigo para o qual muitos dos combatentes sentem pouca
animosidade. É dentro deste contexto que eles são obrigados a violar o Quinto
Mandamento. Se obedecerem a este comportamento não-cristão, serão
recompensados; se desobedecerem, serão punidos. Cabe aos capelães tentar a reconciliação.
A sua função será tranquilizar o rebanho militar, dizendo-lhes que, estando
Deus do seu lado, é possível ignorar o Quinto Mandamento enquanto dura a
guerra. Como conseguem eles reconciliar isto com a consciência que terão de
que, muito provavelmente, os soldados inimigos estarão a ouvir o mesmo discurso
dos seus capelães, continua a ser um dos mistérios da mentalidade
eclesiástica.»
E da minha, também. Por isso, e pedindo muita desculpa,
grito: "porra, porra e mais porra, até nas profundezas do Inferno”. Mas, como
João Paulo II acabou com ele, apesar de ser uma obra de Deus, transfiro a minha
raiva para o Céu - se é que algum futuro papa não vai proceder também à sua extinção.
Até acho que seria uma boa ideia, porque São Pedro já não sabe o que fazer com os
milhões e milhões de desalojados que agora batem, cheios de frio, à porta do
Céu!