13/12/2015

AI, MARCELO, MARCELO!

Todas as sondagens indicam que o senhor será o nosso próximo Presidente da República.
Se tal acontecer, ficarei relativamente satisfeito, porque voltaremos a ter um Presidente culto e que não fará cenas tristes em público, como mandar encerrar o espaço aéreo sobre o local das férias, fugir de uma manifestação de garotos ou comer com a boca aberta.
É óbvio que, como Presidente da República, terá de engolir muitos sapos vivos, como receber com honras e o melhor dos sorrisos outros presidentes ou reis, mesmo que alguns sejam uns autênticos filhos da...mãe. A hipocrisia humana acima de tudo, ou melhor, o dinheiro e os interesses económicos como deuses supremos.

Como já referi no artigo “em 2017 vem aí o Chico”, a sua alegria vai ser enorme, como católico que volta e meia sente o dever de apregoar.
Aqui, porém, a hipocrisia não será tão grande, como quando manifestou no programa da RTP “Prós e Contras” sobre o qual também escrevi um artigo (Junho de 2010). Aí, comento o facto de o senhor duvidar da veracidade do documento Crimen solicitaciones sobre a pedofilia na igreja que o senhor tanto respeita, e de que foi guardião o cardeal Ratzinger, na altura papa.
São suas as palavras respeitantes à alegria que todos os católicos iriam sentir com a visita do seu chefe espiritual.

Mas, não é só por este motivo que resolvi escrever este artigo que, o mais provável, é o senhor nunca vir a ler.
Foi um acaso fortuito, quando uma dessas repugnantes revistas dedicadas a bisbilhotar a vida de personalidade falsamente célebres, me passou pelas mãos.
Sem querer meter-me na sua vida privada (sempre este modo de expressão em que dizemos coisas como sem querer ser indiscreto, ou para não dizer que e acabamos por fazê-lo), sou levado a fazer outro comentário sobre o seu catolicismo.
Segundo o tal pasquim, o senhor está separado de sua mulher, mas não quer pedir o divórcio. Concordo plenamente, porque segundo a sua crença, o que Deus uniu, (ou o padre) o Homem não pode separar.
Mas, e a acreditar no que lá está escrito, com fotografias tão próprias do exibicionismo que tanto aprecia, (recordo a figura que fez quando se atirou ao Tejo para provar que não estava poluído), o senhor tem uma relação com outra mulher, mas à distância.

Portanto, e segundo o que tentaram impingir-me sobre a conduta moral dos católicos, o senhor vive em pecado mortal, mesmo que venham a inventar-se as “quecas” à distância ou virtuais (não confundir com virtude). Trata-se de mais uma contradição dos que se dizem católicos, como os que são ricos e embora sabendo que “é mais difícil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus”, não abdicam das suas fortunas.

Mas, tudo bem. Repito que não tenho nada com isso e, sinceramente, desejo-lhe as maiores felicidades se for eleito Presidente da República desta ditosa Pátria nossa amada. Só o que não entendo, é o que leva as pessoas a meterem-se sem necessidade em naus, sabendo que poderão arrastar grandes tormentas.

Desabafo:
“Oh gloria de mandar! Oh vã cobiça
Desta vaidade, a quem chamámos fama!
Oh fraudulento gosto, que se atiça
C’huma aura popular, que honra se chama!

“Os Lusíadas” Canto IV, estância XCV.
Edição de 1865.



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