23/10/2015

DEUS TAMBÉM CHORA?
DIABOS ME LEVEM! SÓ ME FALTAVA SABER MAIS ESTA!

‘Diabos me levem’, repito! Esta frase tão popular, não tem nada de mal porque o dito ser também é uma criatura de Deus. Portanto, deve ser respeitada.
Eu próprio, que sempre adorei animais, não hesito em comer os que a minha cultura ou gosto consideram comestíveis. Quanto aos vegetais, não vejo grande diferença, já que também são seres vivos. Mas, há que sobreviver, mesmo sabendo que, mais tarde ou mais cedo, a morte surgirá a tudo o que vive.
E, a propósito de comer: será que os antropófagos também eram responsáveis pelos seus costumes dietéticos? Será que tinham consciência da velha justificação que Deus dá a liberdade ao Homem? Sendo assim, quem é o responsável pelas catástrofes naturais? 
Que estranha “criação” é esta, a de um Deus que alimenta a vida de vida e arrasa tudo com dilúvios para ficar tudo na mesma!
E que grande é a hipocrisia daqueles que deliram com o triste espectáculo que é uma tourada, e dos seus “actores”, que costumam rezar pedindo a protecção divina contra a hipótese de uma cornada!
Por ironia, chego a imaginar as discussões que devem ocorrer no céu entre S. Francisco de Assis, considerado pelos cristãos o protector dos animais, e o seu divino patrão, quando tomam conhecimento daquelas preces.
Devem ser mais azedas do que a palhaçada (ambição do poder) a que vimos assistindo entre o Coelho e o Costa, com a Catarina e o Jerónimo pendurados no segundo.

Papa Francisco: ao afirmar que “Deus chora por causa da pedofilia dos clérigos”, então devia dizer que ele não faz mais nada, já que o citado crime é apenas uma gota de água neste vale de lágrimas; chego a pensar que esta designação do mundo tenha tido origem na tal choradeira divina.
Se quer reformar a Igreja de que é chefe supremo (será?) e não deixá-la atrasar-se cada vez mais em relação ao mundo actual, terá que fazer uma reviravolta total. Mas, cuidado! Lembre-se do que aconteceu a João Paulo I, hoje completamente olvidado!
Por mim estou-me nas tintas, como se costuma dizer.

Embora historicamente próxima, a verdade é que a  Idade Média, técnica e racionalmente falando, está já muito distante. Hoje sabemos que o número de estrelas existentes é de dez elevado a sessenta, mais do que todos os grãos de areia de todas as praias da Terra!
Seria absurdo pensar que só existe um planeta onde se manifestou a “Criação” e que “no Princípio, Deus fez o Céu e a Terra” como consta no Primeiro Testamento da Bíblia, esse testemunho da mitologia hebraica enigmaticamente considerado como sagrado para parte da Humanidade.
Quando era criança, “ensinaram-me” que as igrejas eram as casas de Deus e que as trovoadas aconteciam quando “Nosso Senhor” estava zangado. A mim, parido e educado na capital de um país europeu em meados do século XX!
Mas, não tenho culpa de ter nascido com o bichinho da curiosidade e, já crescidote, reparei que as igrejas tinham pára-raios! E, não foi preciso mais para me tornar céptico a todo o tipo de dogmatismo.
Felizmente, vivi o suficiente para ver a revolução que se está a operar no conceito de Cristianismo, graças a verdadeiros heróis da pesquisa que não fazem como as avestruzes. 
Cito apenas três: padres Mário de Oliveira e Carreira das Neves, e o jornalista e escritor José Rodrigues dos Santos.
Concluo repetindo: diabos me levem, se me entendo com gente que acredita sem investigar tudo o que lhe impingem.

Desabafo: “Deixem-me ir sozinho para o Diabo, ou vão para o Diabo sem mim”! (Fernando Pessoa).