18/05/2019


E AGORA, SENHOR PROFESSOR DOUTOR MACACA (PERDÃO) MALACA CASTELEIRO?

O Presidente Bolsonaro acaba de anunciar que o Brasil não vai aderir ao chamado novo acordo ortográfico, enquanto outros países de língua oficial portuguesa continuam sem ratificar esta autêntica estupidez, cretinice e imbecilidade que saiu da sua obtusa cabeça.
E agora, volto a perguntar, o que vai Portugal fazer? Vai continuar com esta “grande facada na cultura portuguesa”, como afirmou o infelizmente já desaparecido professor Vasco Graça Moura, ou vai voltar atrás, com todos os problemas que daí irão resultar?
Como não vale a pena “bater” mais no assunto, vou copiar um parágrafo existente num guia turístico sobre Portugal do princípio da década de sessenta do século passado. Diz assim: ”A nossa língua é difícil. Mesmo para nós. Os acordos do idioma com o Brasil só têm trazido como resultado complicar ainda mais, linguisticamente, as coisas. Cá e lá!”
E esta, hem? Como dizia Fernando Pessa.

(Tinha prometido aos meus leitores que o próximo artigo escreveria sobre eugenia; porém esta decisão do Presidente do Brasil relegou aquele tema para depois. As minhas desculpas.)




O GRANDE FOSSO (2).

Depois de passada a psitacose, que quase me tornou num papagaio igual aos que falam na televisão, vou explicar o que pretendo dizer com aquele título. Possivelmente o tema será dividido em partes, já que estou cada vez mais preguiçoso.
A meu ver, nunca houve na História do Mundo (entenda-se planeta Terra) um fosso tão grande entre ricos e pobres, culturas, ciências, tecnologias, artes, etc.
Por qualquer razão obscura, aquilo a que chamamos civilização (prefiro o termo desenvolvimento) começou há cerca de quatro mil anos no Mediterrâneo Oriental.
De repente, (em termos históricos, como é óbvio) o ser humano
sai do nomadismo, funda cidades e começa a descobrir e inventar coisas até aí inexistentes como, por exemplo, a escrita.
Este espaço de quatro mil anos, até levou um “maduro” chamado James Ussher, a afirmar que Deus criou a Terra no dia 23 de Outubro de 4004 a.C. às seis horas da tarde!!!; já o judaísmo avança para 29 de Março de 3760 a.C., enquanto os Maias recuavam para 29 de Setembro de 18.490!
Seja como for, a escrita, as artes e as ciências iam avançando lentamente, enquanto a população humana pouco crescia em número, devido às guerras, epidemias e catástrofes naturais. Assim, o planeta equilibrava-se naturalmente porque não havia interferências de maior que pusessem em perigo a “Vida na Terra”. Esta situação durou, pode dizer-se até à invenção da máquina a vapor, no séc. XVIII. Depois, as coisas precipitaram-se e, em progressão mais que geométrica, chegámos à loucura actual representada pelas novas tecnologias. E digo hoje, na verdadeira acepção da palavra, porque amanhã já outras novidades irão aparecer.
Fazendo um retrato pessimista e ao mesmo tempo paradoxal, julgo que todos nos iremos “afogar” brevemente numa 3ª guerra mundial ou numa grande catástrofe provocada pelos resíduos das tecnologias. Senão, vejamos:
1- O grande biólogo David Attenborough, já no princípio deste século, afirmou que para todos os povos deste planeta terem um nível de vida igual aos europeus, norte-mericanos, canadianos, australianos e mais alguns poucos, seriam necessários três planetas iguais ao nosso!
Também um operador de câmara do National Geografic, disse que quando voltou ao Borneo dois anos depois de lá ter estado a filmar, declarou que teve vontade de chorar quando viu uma enorme parte da floresta tropical transformada em palmares.
2- Um economista cujo nome não fixei, afirmou que não se pode pretender o infinito num planeta finito, o que é lógico.
3- O nível de vida dos países atrás referidos só são possíveis devido ao trabalho de milhões de escravos (homens, mulheres e crianças) que labutam no chamado 3º mundo; e digo escravos, porque a diferença entre os antigos forçados e os actuais, reside em ordenados ínfimos em vez da alimentação dada pelos seus donos para poderem trabalhar.
4- Os prodigiosos avanços da medicina, fazem com que a longevidade das populações dos países ditos ricos, ultrapasse o razoável e que cada vez haja mais velhos do que novos. O pior é que, como diz o meu médico cardiologista, aumentamos o tempo de vida mas, na maioria dos casos, não progredimos lhe damos qualidade. Ora isto torna impossível aumentar os anos de trabalho e, consequentemente, diminuir o tempo da reforma. Eu, por exemplo, estou de boa saúde mas com o sistema músculo-esquelético todo “podre”. Reformado há l6 anos, sabe-se lá quanto os contribuintes vão ter ainda que desembolsar para pagar a boa reforma que tenho.
Como é óbvio, mesmo reduzindo, continua-se a contaminar o planeta já demasiadamente poluído. Fala-se contra os motores “diesel”, avança-se com automóveis eléctricos, ensaia-se outras fontes de energia, mas eu pergunto: e os milhares de aviões que todos os dias lançam toneladas de combustível queimado nas camadas mais altas da atmosfera? E países como a Índia, para só falar neste, em que as pessoas usam todo o tipo de veículos, muitos deles a cair de podres, porque não têm dinheiro para comprar outros?
Alguns sonhadores ainda estão, tal como eu na adolescência, no mundo da literatura de ficção científica, em que se carregava num botão e passava-se de uma galáxia para outra!
Ora, pondo os pontos nos ii (e também nos jotas que, democraticamente, também têm direito a ser subjugados por um ponto) as viagens espaciais estão muito longe daquelas que os autores de ficção científica adornaram (e de que maneira) os sonhos dos meus “bons velhos tempos”.
Senão, vejamos: o único planeta rochoso mais próximo da Terra é Marte. A única semelhança com a Terra além da atrás mencionada, é a rotação que executa em cerca de 24 horas e meia. Quanto à translação, esta é de cerca de dois anos, o que faz com que os astronautas tenham lá de ficar oito a nove meses. Contando o tempo de viagem, ida e volta, teremos de acrescentar mais 16 meses, o que dá aproximadamente dois anos! Fácil, não é?
Mas, há ainda que ter em conta a atmosfera constituída principalmente por dióxido de carbono; os robôs que por lá andam já registaram ventos de mais de mil quilómetros por hora. É por estes motivos que considero inútil uma expedição humana quando os ditos robôs já mostraram praticamente tudo o que pretendemos saber sobre o Planeta Vermelho.
Por curiosidade, acrescento que fora do nosso Sistema Solar, existe um planeta rochoso que orbita a estrela “Próxima Centauri”, assim chamada por pertencer à constelação Centauro e ser a estrela mais próxima de nós a seguir ao Sol (cerca de 4,2 anos luz).
A uma velocidade de um quinto da velocidade da luz, ou seja 60.000 Km/s uma nave levaria vinte anos a lá chegar, e as mensagens ou fotos que nos enviasse, demorariam 4,2 anos a cá chegar.
É por isto que considero que estamos irremediavelmente presos neste famigerado planetazinho, orbitando uma estrela situada num dos “braços” espirais da Via Láctea.
Assim, e antes que comecemos a comer-nos uns aos outros passando o “grande fosso” (até agora tem sido apenas o Mar Mediterrâneo) vou fazer uma pausa.
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Muito mais poderia dizer sobre este tema, mas julgo que não vale a pena já que o assunto é conhecido de todos. Por isso, vou falar, ou melhor, interrogar-me sobre as causas da existência deste “grande fosso” entre ricos e pobres. Já o faço há alguns anos e não encontro resposta. A questão é delicada porque vou falar sobre raças “inferiores” e “superiores”. (Com aspas pode ser que a actual censura, agora chamada “politicamente correcto”, não me chateie). Mas isso ficará para o próximo artigo que terá o título de A EUGENIA.