18/08/2025

 

CIGANICES

Fantástico, incrível, xenófobo, racista, fascista, etc.

Então não é que nos dicionários que se encontram no Google, como definição de ciganice, estão as seguintes pérolas: trapaça em compra e venda; negócio pouco claro; traficância; lisonja astuta; impostor; pedinchice e outras definições!

Se eu acreditasse na alma diria que a minha estava parva! Até quando podemos encontrar estas palavras que enxovalham uma raça tão honesta e trabalhadora e, acima de tudo, tão respeitosa das leis do país onde se instala? Limpem imediatamente aquelas definições como fizeram no Brasil. Pôrra! Então a nova censura (politicamente correcto) está a dormir?

Quando era miúdo passava as férias grandes em Santo Amaro de Oeiras, e era frequente ver ciganas vestidas de negro até aos pés a trabalhar na praia, isto é, apregoando que liam a sina em troca de umas moedas. Depois, vinha um cabo-de-mar e corria com elas.

Francamente: acho que era uma autêntica violência sobre uma honesta trabalhadora, como se diz de há cinquenta e um anos para cá. Aliás, a minha mãe ensinou-me que a um cigano nunca se dá esmola; vá lá saber-se porquê!

Era eu criança quando a minha mãe me ensinou aquela máxima; morávamos no quarto andar (não havia elevador) do prédio número cem da avenida Marquês de Tomar, quase em frente à igreja de Nossa Senhora de Fátima. Nessa época não existiam os prédios do lado esquerdo da igreja, no sentido da entrada. Era um quarteirão de terreno baldio onde eu me divertia andando de trotineta.

Junto ao muro da igreja, era costume algumas ciganas agacharem-se e mijarem ali mesmo; depois, limpavam-se com as saias. A minha mãe e a minha irmã (sete anos mais velha do que eu) riam-se, ao mesmo tempo que diziam que as ciganas eram umas porcas.

Eu não percebia bem o motivo, pois tinha uma pequena “mangueira” para urinar, bastando sacudi-la para expulsar a última gota de mijo. Por onde é que as mulheres urinavam? Era um mistério que não me atrevia a desvendar.

Muito tempo depois, mais precisamente em 1990, conheci a minha actual mulher. Ela vivia na Amora e, na traseira do prédio, havia um típico acampamento de ciganos: materiais de todos os tipos empilhados com uma arte capaz de fazer inveja ao Cutileiro.

Certa tarde, e sem nada que pudesse prever, começamos a ouvir tiros de caçadeira e alguns chumbos furaram uma persiana que, felizmente, estava descida; os buracos ainda lá estão.

Tivemos de nos agachar porque o tiroteio continuava e podia atingir os vidros das janelas. Ouviam-se correrias e insultos misturados com uma gritaria de mulheres. Era estranho que uma raça tão pacífica e incapaz de violar a Lei, se comportasse daquela maneira!

Finalmente chegou a polícia que levou uns pobres homens algemados enfiando-os à bruta nos seus carros. Francamente, isto não se faz! A “bosta da bófia”!

Dias depois o acampamento foi levantado, e ficámos sem saber para onde foram. Pobre gente que é perseguida por séculos! Vá lá saber-se porquê!

10/08/2025

 

JORNALISMO RACISTA


É curioso como a maioria dos jornalistas, que se diz antirracista,

enche os telejornais de notícias sobre as guerras entre a Rússia e a Ucrânia, bem como a de Israel contra o “Hamas”.

Todos os dias as mesmas imagens, o número de drones e mísseis, os que foram interceptados e os que não foram, o número de mortos e feridos, os Palestinianos esfomeados exibindo tachos e panelas, etc. etc..

E, para condimentarem os eventos, dão opiniões e rodeiam-se dos chamados comentadores que começaram a aparecer às carradas há uns anos para cá.

Entretanto, em muitos pontos da África Negra, a pretalhada mata-se entre si com um entusiasmo capaz de envergonhar o nosso bem-amado Afonso Henriques! Junte-se a isto as crianças de ventre inchado e costelas salientes mais as moscas que aterram nelas sem dó nem piedade. Mas, aos jornaleiros, nada disto interessa; no fim de contas é o pão-nosso-de-cada-dia.

É claro que, no caso ventilado, o racista sou eu!