CUIDADO!
A NOVA CENSURA ESPREITA!
Chamem-lhe
censura ou politicamente correcto. Mas, a verdade é que ela está
aí. Nos tempos do Estado Novo, apenas não se podia dizer mal do
Governo ou praticar actos contra a segurança do Estado. Pelo menos
sabia-se onde estava o risco. Agora tenta-se regular palavras e
atitudes para convencer que todos os cidadão são iguais, ou
melhor, para que as minorias dominem Portugal. Por isso, aqui vão
alguns conselhos:
1-
Nunca te refiras a um preto como tal, mesmo que ele seja castanho,
mulato ou cabrito. Excepção: Podes dizer que um branco é branco,
mesmo que ele esteja chamuscado pelo sol.
2-
Se fores branco e naturista, já verificaste que o pénis quando fica
erecto, toma o aspecto de um chouriço com aneis brancos e
castanhos. Por isso, avisa primeiro a tipa com quem vais ter
relações, não vá ela fugir a berrar que fizeste vários enxertos
de pilas de brancos e pretos. De qualquer modo, seria uma excelente
prova de anti-racismo.
3-
Nunca digas raça nem qualquer outro termo que faça a distinção
entre os seres humanos. Podes dizer etnia mas é de evitar, pelo
menos na comunicação social.
4-
Nunca te refiras a um indiano como monhé, e jamais cites o velho
ditado que diz que se vires uma cobra e um indiano, mata este último
e deixa a cobra em paz.
5-
Nunca utilizes a palavra ciganice, pois isso pode ofender essa etnia
que, segundo as más línguas, a maioria se dedica ao contrabando e
vive em acampamentos rodeados de toda a sucata que encontra.
6-
Nunca digas que os Chineses, Japoneses e outros orientais têm os
olhos em bico. Nós vemo-los assim porque os nossos olhos são
defeituos.
7-
Nunca uses o termo judeu quando te referes a usurários. Cada qual
utiliza o seu dinheiro como quer, mesmo que seja roubado.
8-
Nunca contes anedotas sobre pretos porque podes ofendê-los.
Transfere as mesmas para os alentejanos ou outros que não sejam
complexados.
9-
Nunca digas que eram os próprios régulos africanos que vendiam os
da sua raça aos negreiros a troco de chapéus de chuva, espelhos e
bugigangas. Isso é uma horrível deturpação da História inventada
não sei por quem.
10-Se passares em Belém,
baixa a cabeça e não olhes para o Mosteiro dos Jerónimos nem para
o monumento dedicado aos Descobrimentos. Eles são a vergonha do
nosso Povo porque enaltecem a memória de dezenas de gerações de
malandros. Se te custar assumir essa atitude, aproveita e delicia-te
com os famosos pasteis de Belem.
11-Jamais te refiras aos
territórios portugueses de além mar como Províncias Ultramarinas
ou Ultramar Português. O termo correcto é Colónias.
12-Nunca ponhas a hipótese de
os pretos viverem pior do que quando estavam lá os brancos. Estes
nunca levaram para lá os progressos da medicina e das tecnologias.
Aquelas imagens que vemos de crianças esqueléticas, com os ventres
inchados e rodeadas de moscas são falsas. Confirma com a Isabel dos
Santos.
13-Lembra-te que o racismo só
existe nos brancos em relação aos pretos e nunca o contrário.
Quando há assassínios de brancos perpetrados por pretos, trata-se
de uma simples e natural homicídio; quando há massacres entre
tribos de pretos, a culpa também é dos brancos que traçaram
fronteiras à régua.
14-Tem sempre cuidado quando
falas de racismo. Quando o deputado do “Chega” André Ventura
disse no Parlamento que ia dizer algo que poderia ser considerado
racismo, foi logo avisado por Sua Excelência o Senhor Presidente da
Assembleia da República que “era melhor não fazê-lo”. Mas, sem
se intimidar, ele disse que “não há nenhum distrito em Portugal
onde não haja problemas com a etnia cigana”.
(Eu próprio já tive
problemas com eles).
15-Nunca trates por selvagens
os povos que ainda vivem praticamente na Idade da Pedra. Apelida-os,
simplesmente, de primitivos actuais, embora a etimologia da palavra
se refira a quem vive na selva.
16-Tem sempre presente que os
pretos que vivem nos Estados Unidos são denominados afro-americanos,
como se não houvesse brancos nascidos na África. De qualquer modo,
e seja qual for a denominação, trata-se de um lamentável acto
descriminativo.
17-Se fores na rua e vires uma
pessoa conhecida ao longe, toma cuidado com o gesto que fazes com o
braço para lhe chamar a atenção. É que alguém pode julgar que
estás a fazer a saudação romana, muito posteriormente adoptada
pelo Nacional-Socialismo alemão, mais conhecido por nazismo. Se
alguém te chamar a atenção, fecha o punho como símbolo do
comunismo. Embora este sistema tenha cometido tantos crimes como o
outro, trata-se apenas de pontos de vista políticos.
18-Em presença de “fascistas
de esquerda” e por uma questão de boa educação nunca fales dos
“Arquipélagos-Goulag”, da “Revolução Cultural Chinesa” ou
da imediata transformação do campo da morte de “Auschwitz”
noutro campo de extermínio, desta vez sob as ordens de Estaline.
Assim, evitas
desmentidos e discussões inúteis.
19-Se fores responsável por
uma cantina, nunca sirvas carne de porco se lá estiverem muçulmanos.
Pede respeitosamente desculpa pela tua ignorância, e vai à cozinha
mandar que lhes seja servido outro prato. Mas, primeiro, certifica-te
que não há nenhum comensal indiano, não vás cometer uma segunda
asneira servindo um bife de vaca. Se ficares enrascado, vai à rua e
arranja um burro; há por lá muitos e ninguém notará a diferença.
20-E, para terminar, segue-se
os versos de uma canção muito em voga nos anos quarenta do século
passado. Duvido que hoje alguma estação de rádio tenha a coragem
de a pôr no ar. Também o filme “Chaimite”, sobre a guerra
contra os Vátuas em Moçambique, parece ter sido saneado dos
programas televisivos dedicados ao cinema português. Coisas!
Voltando à canção, que tem
como título “Canção do Cigano”, podem ouvi-la no youtube
na voz “melaça” de Alberto Ribeiro, cantor e artista de cinema
português (1920-2000).
P’la raia de Espanha, nas
sombras da noite,
Passava um cigano no seu
alazão, (1)
O vento brandia seu nórdico
açoite,
E as folhas rangiam caídas no
chão.
E já embrenhado no Alto
Alentejo,
Nas sombras da noite tingidas
de breu,
Nem mais uma praga, nem mais
um desejo,
Aos ecos distantes o pobre
gemeu.
Não há maior desengano,
Nem vida que dê mais pena,
Do que a vida de um cigano;
Atravessar a fronteira,
Para ser atravessado
Por uma bala certeira.
E tudo porque o destino,
Só fez dele um peregrino.
Companheiro do luar,
Um pobre judeu errante
Que não tem pátria nem lar.
E o contrabandista temido e
valente,
Voltava de Espanha no seu
alazão,
Um tiro certeiro, um braço
dormente,
E um rasto de sangue marcado
no chão.
E já embrenhado no Alto
Alentejo...
(o texto é todo repetido até
ao fim)
(1) Para quem não saiba,
alazão é uma raça (perdão, etnia) de cavalos.