25 DE ABRIL, PROIBIÇÃO DE BIFANAS E PORRADA.
Interrompo a série “chega de anti-racismo, etc” para fazer um comentário sobre os cinquenta anos do “25 de Abril”. Francamente, já não há paciência. Os esquerdistas de cravinho vermelho ao peito na sessão da Assembleia da República, amplamente ornada com êsses vegetais; cá fora o desfile da populaça entoando a estafada “Grândola Vila Morena”; os comunas falando dos “valores de abril”, isto é, substituir a branda ditadura de Salazar pela feroz ditadura comunista; no “Martim Moniz”, um grupelho de extremistas de direita querendo assar um porco, possivelmente para fazer umas bifanas muito portuguêsas, e provocar os muito devotos muçulmanos que infestam e poluem a zona.
Depois, a inevitável cena de porrada para condimentar os vetustos festejos do dia em que um grupo de capitães substituíu um governo completamente podre pela podridão que é o regime actual. E, vem a propósito explicar a verdadeira razão porque aqueles senhores fizeram o golpe de estado que, depois, os comunas e outros radicais de esquerda logo transformaram em “revolução”.
A guerra nas três frentes africanas durava há onze anos; já cheios de dinheiro amealhado durante comissões sucessivas e, também, sejamos justos, já cansados, um grupo de capitães resolveu dar um golpe militar e fazer o enterro do “Estado Novo”. Se na implementação deste, em 28 de Maio de 1926, fora um general que pusera o País na ordem, agora seriam os capitães a porem o País na desordem.
A faísca partiu de um decreto do bolorento Marcelo Caetano, que permitia que os capitães milicianos (se a guerra durasse mais tempo chegaria a haver generais milicianos) fossem equiparados aos capitães do quadro permanente.
Ora estes tinham que frequentar primeiro a escola pomposamente chamada de Academia Militar; entravam como cadetes e só depois de muitas cambalhotas, muito rastejar e dar muitos tirinhos, eram promovidos a aspirantes a oficiais. Com direito a continência e tudo.
Finalmente passavam a alferes, depois de uns anos a tenente e, ainda mais uns anos, a capitães. Ora aquele decreto era uma ofensa à honra e dignidade daqueles senhores que tinham arranjado tão arduamente emprego para toda a vida. Naquela época até a gasolina era mais barata para eles; eles a quem a guerra viera interromper a pacatez de uma vida rotineira, e lhes retirara a hipótese de voltarem à vida civil. E, até está certo: se um civil pode sêr militarizado, um militar não pode sêr civilizado.
E esta, heim? Como dizia Fernando Peça há já longos, muitos longos anos.
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