10/10/2009

SERÁ QUE NO SÉCULO XX SÓ HOUVE UM HOLOCAUSTO?

SERÁ QUE NO SÉCULO XX SÓ HOUVE UM HOLOCAUSTO?


Quando o general Eisenhower visitou os campos de extermínio nazis, disse:
- "fotografem e filmem o máximo que puderem; recolham o maior número de testemunhos possíveis, não vá um dia aparecer algum idiota a dizer que nada disto aconteceu”.

Ora, passados mais de 60 anos, já apareceram vários idiotas tornando real a profecia do general.
Mas será que no século passado só houve um Holocausto? Será que toda a História da Humanidade não está repleta deles?
A palavra holocausto deriva do grego holókauton e significa “sacrifício em que se queima a vítima inteira”, não especificando se viva ou morta. Porém, seja pelo fogo ou por outro método qualquer, e houve-os horrendos, sendo muitos deles criados pela Inquisição instituída pela chamada Igreja Católica Apostólica Romana, em nome de um Deus que diz ser infinitamente bom, o resultado foi sempre o mesmo: A Morte. A hipocrisia dessa sinistra instituição, que provocou um holocausto de milhares de vitimas durante três séculos, chegava ao ponto de pedir ao braço secular, a quem entregava os condenados, muita ”justiça e misericórdia” para os que iam ser queimados! Tal como Pôncio Pilatos, que tanto critica, “lavava daí as suas mãos”. João Paulo II pediu desculpa dessas atrocidades e reabilitou Galileo, reconhecendo ao fim de 350 anos (!!) o sistema heliocêntrico!! Porém "esqueceu-se" do frade Giordano Bruno, queimado em 1600 por ter dito que cada estrela é um sol com planetas, podendo até alguns deles ser habitados. Olvidou também todas as outras vítimas anónimas (nem todas podem ser génios) torturadas até enlouquecerem, ou "confessando" o que não fizeram, acabando no Holocausto já referido. João Paulo II, "o Papa que mudou o mundo" (não sei em quê) teria feito muito melhor se tivesse distribuído as riquezas incalculáveis que enchem o Vaticano, e que foram roubadas às vítimas da “Santa” Madre Igreja, pelos milhões de carenciados deste mundo, como Jesus Cristo mandou. Até porque Jesus disse (ou inventaram que disse) ser mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus.
Segundo consta, o próprio Afonso Henriques, mesmo habituado às barbáries da época, tentou opor-se aos desmandos dos Cruzados que, em nome do tal Deus, cometeram toda a espécie de violências sobre os vencidos após a conquista de Lisboa. E isto é apenas um exemplo entre os inumeráveis factos idênticos que a História regista, seja em nome de um deus, de um diabo, ou de um manipanço qualquer. Mas, e respeitando o título deste comentário, voltemos ao século XX. Ninguém ignora, excepto os tais idiotas profetizados por Eisenhower, que o nazismo fez um autêntico holocausto sobre seis milhões de Judeus cremando os corpos, fazendo assim juz à etimologia da referida palavra. E os Norte-Americanos lançando sobre o Vietename napalm (de Na, símbolo do sódio mais palm, abreviatura de palmitato) e desfolhantes queimando pelo fogo ou por substâncias químicas todos os seres vivos atingidos, e cujos efeitos ainda hoje se fazem sentir? Para aumentar a eficácia do napalm, juntaram substâncias que o faziam aderir à pele e que nem a água apagava. É incrível ao que pode chegar a crueldade humana!!!
Mas troquemos holocausto por massacre, palavra derivada do francês, embora de origem obscura. Na prática significa o assassínio de pessoas sem defesa, seja por civis ou, mais frequentemente, por militares. Estes, se têm a coragem de reunir as vítimas e abatê-las olhos nos olhos, são considerados criminosos de guerra; se passam com um avião sobre elas lançando bombas incendiárias provcando também um holocausto são heróis e, muitas vezes, condecorados. Mas passando para o campo da política, esta “diferença”como pretendem alguns idiotas, encontra-se entre um Hitler, um Estaline ou um Mao-Tsé-Tung. O primeiro foi “o Mau da Fita”, o segundo “o Pai dos Povos” e o terceiro “o Grande Timoneiro”.
Perante isto parece haver um patológico complexo de extrema-direita que faz com que todos os políticos dessa facção sejam uns demónios enquanto que os chamados de extrema-esquerda, que cometeram os mesmos crimes, sejam considerados uns santos que só lutaram pelo bem estar dos dos seus povos. Mas Hitler também fez o mesmo pelos alemães, derrotados e humilhados na chamada Grande Guerra (1914-1918). Depois deu o resultado que todos sabemos. Mas adiante.
Durante o chamado Terror que Robespierre, em nome da “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, instaurou durante a Revolução Francesa, rolaram milhares de cabeças entre as quais a do químico Lavoisier e a do poeta André Chénier. Ao mesmo tempo a populaça delirante cantava uma versão de “La Carmagnole”, nome de uma dança rústica adaptada à Revolução com um texto que parodiava Maria Antonieta, e também sinónimo da jaqueta usada pelos “Sans-Culottes" (sem calções), a classe mais baixa dos trabalhadores, ou ainda “Ah! Ça ira, Ça ira”, outra canção revolucionária que pedia a morte pela forca de todos os aristocratas. Ambas as canções foram proibidas após a ascensão ao poder de Napoleão, outro tirano. Como sempre, os extremos tocam-se.
Conta-se que durante o “julgamento” de Lavoisier num “tribunal popular”, alguém gritou que a Revolução não precisava de sábios. Nós também tivemos vários idiotas após o 25 de Abril, entre os quais um tal capitão Paulino, que mostrando perante as câmaras da televisão as mãos calejadas de um trabalhador rural alentejano, afirmou que” não são precisos doutores para coisa nenhuma”. Isto ocorreu em 1975, durante o chamado "Verão Quente". Alguém se lembra ainda?
Ora entre o anónimo da Revolução Francesa e os mentores do chamado PREC (Processo Revolucionário em Curso) que se seguiu ao 25 de Abril , parece não haver muita diferença, exceptuando o facto do segundo caso ter ocorrido num país de “brandos costumes".
E que dizer da Revolução Cultural ocorrida na China sob o beneceplácito do “Grande Timoneiro” que, depois de massacrar dezenas de milhões de pessoas, até se virou contra os pardais, imitando um rei inglês que mandou massacrar estas aves porque desvastavam as searas? Mas, além dos grãos, os pardais também comem os insectos que infestam os campos. Depois, e tal como o rei inglês do qual não me lembro o nome, e que séculos antes teve a mesma “brilhante” ideia, necessitou de importar centenas de milhares daquelas aves para repor o equilibrio ecológico. Correram mundo as imagens chocantes do povinho estúpido e ignorante batendo com todos os objectos que tinha à mão, para impedir que as pobres aves poisassem até morrerem por exaustão. Depois, e devido à fome que reinava na China, fritaram-nas, o que provocou mais um Holocausto na verdadeira acepção da palavra, desta vez de pardais.
E que dizer também das deportações e execuções em massa de Estaline ou dos hospitais psiquiátricos de Brejnev na antiga União Soviética?
E das vítimas de Pol Pot na Birmânia, hoje Mianmar, cujos ossadas estão agora expostas para os turistas mal ou bem intencionados verem, tal como o campo de Auschwitz na Polónia?
E da “dinastia Kim Jong” na Coreia do Norte? E de Batista ou de Fidel, que apenas virou o esque ma da extrema-direita para a extrema-esquerda? E de Ceausescu na Roménia? E os Idi Amins, Bokassas e Mugabes da África Negra? E...?
Meus senhores: quando se compara nos livros de História do nosso ensino secundário o "macartismo” ao “maoísmo”, o que me obrigou a explicar à minha neta a verdadeira diferença, há qualquer coisa que não está bem na nossa Democracia. Porque será que se podem exibir as bandeiras com as carantonhas de Estaline e Mao, e não a de Hitler? E com a Foice e o Martelo e não a Cruz Suástica? E fechar o punho e não estender a mão direita, gesto que, aliás, foi importado da Roma antiga? Afinal onde estão as diferenças entre os dois sistemas políticos?
Pela minha parte eu, o ignorante, menciono as semelhanças:
1º - Ambos lutam pelo bem-estar dos seus povos, mas há um Chefe e uma classe dirigente que tem acesso ao luxo, enquanto o chamado povo trabalhador é nivelado pela base.
2º - Os dois defendem o direito de todos os povos à auto-determinação e independência, mas invadem-nos se eles se desviarem das ideologias pré-estebelecidas.
3º - Recusam o direito à greve.
4º - Criam uma polícia política para prender, torturar e até matar os opositores.
5º - Estabelecem a Censura.
6º - Proibem as manifestações populares, excepto se forem “organizadas” para apoiar os respectivos regimes.
7º - Só permitem a existência do seu Partido, ilegalizando todos os outros.
Francamente. Comparado com eles até Salazar foi um digno representante do “País dos Brandos Costumes”. Até houve, com o nosso clássico sentido de humor, quem chamasse à Ditadura do Estado Novo, a “Ditamole”.
Não sou defensor da política salazarista, para além do facto de ter salvo Portugal da bancarrota a que os politiqueiros da 1ª República iam levando mas, comparado com outros ditadores, quase foi um menino do coro, como é costume dizer-se.
E, para terminar faço uma recomendação: leiam o Livro Negro do Comunismo, porque a pior cegueira é a de quem não quer ver. Como disse Churchill, a Democracia é um sistema político péssimo, mas até agora não se encontrou melhor. No fim de contas parece estar no eclectismo uma maneira mais lógica de viver, ou sobreviver, neste Mundo disparatado.
Houvesse imagens reais de todos os holocaustos e massacres da História, dos campos de batalha com corpos despedaçados, mas ainda vivos, ou das torturas e autos-de-Fé da Inquisição, como as contemporâneas que hoje se vêem a todo o momento nos telejornais, e talvez não nos batessem à porta outra espécie de idiotas a proclamar o fim do mundo.

P.S. Porque será que nunca ouvi os senhores jornalistas perguntarem e exigir uma resposta concreta a Francisco Louçã ou a Jerónimo de Sousa como governariam Portugal se fossem eleitos primeiros-ministros? Fariam o mesmo que o bem intencionado Salvador Allende fez no Chile, com o resultado que se viu? Como sempre, o excesso até na virtude é defeito!


1 comentário:

  1. Não existe um mundo perfeito governado por Homens e, governados por Deus ou outros deuses também não sabemos se será melhor porque não há relatos de vivências dos que já partiram e dos vivos rezam suposições. Enquanto existir-mos seremos sempre o pior dos nossos males. Olhemos para o reino animal, não constam este tipo de atrocidades.

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