Prosa satírico/realista escrita depois de mais uma leitura dos poemas ‘Manucure’
e ‘Apoteose’ de Mário de Sá-Carneiro. Peço desculpa à sua memória e a todos os
admiradores do grande Poeta, por algum eventual plágio.
Nunca
senti o chamado prazer da condução. Para mim trata-se de um autêntico frete,
que reconheço tratar-se de uma excepção. Mas, como útil que é, também tenho
automóvel, embora o considere meu escravo e não o inverso. Tanto se me dá que
esteja à chuva como ao sol. Quero-o simplesmente obediente e que não me atazane
a vida com avarias.
Porém,
o meu gosto pela mecânica levou-me, muito cedo, a conhecer o funcionamento
dessas máquinas. Mas, foi no norte de Angola, quando cumpria o chamado serviço
militar obrigatório que, utilizando a teoria, conduzi por curiosidade um camião
e comecei a fazer alguns “passeios” de jipe até às fazendas vizinhas pelas
picadas existentes naquelas inóspitas paragens. Como é óbvio não havia polícia
de trânsito (os polícias éramos nós) e o comandante da companhia, um capitão
miliciano que declarava, corajosamente que “se estava nas tintas para a puta da
guerra”, tal como todos nós, não se incomodava com os meus talentos
automobilísticos sem carta de condução. O que era preciso era esperar que os
dias passassem depressa, para mandar a África, Angola e a guerra para longe das
nossas 'cacimbadas' cabeças.
Foi
só depois do regresso à “Metrópole”, como o Governo e os seus lacaios militares
da época “aconselhavam” que se designasse Portugal continental, que o meu pai
quase me obrigou a tirar a carta de condução. Foi em Janeiro de 1969. A experiência
adquirida com o camião e o jipe, permitiram-me tirar a carta em dez lições e
fazer exame num “carocha” de três velocidades. Aliás, o examinador não me deixou
passar da segunda e, após duas voltas a esse monumento à crueldade que é a
praça de touros do Campo Pequeno, fiquei aprovado. E lá veio a prenda: um ‘Hilmann
Himp’ oferecido pelo meu pai que, passado o primeiro entusiasmo, passou a ficar
à porta de casa enquanto ia e vinha de transporte público para a Emissora
Nacional para a qual tinha entrado meses antes.
Hoje,
passados quase quarenta e cinco anos, e quando conduzo apenas o necessário graças à situação de reformado, sinto-me como um operário (agora diz-se
trabalhador) numa linha de montagem. Em vez de enfiar parafusos em porcas, numa
sucessão de cópulas intermináveis, acelero, travo, piso a embraiagem enquanto
meto mudanças e olho para os rotineiros semáforos nas suas vetustas cores, na
sua ordem sempre igual por causa dos daltónicos, embora haja quem não seja do
Sporting ou do Benfica, e continua em frente, pensando que os que ficaram para
trás não passam de uns pobre idiotas cumpridores do código da estrada.
E
continuo guiando, desejoso de chegar ao destino e descansar do frete, como
aquele que se faz à velhota do lado que, com todo o direito, precisa de
assistência social, e julga ter ainda um corpo atraente graças a uma dúzia de
operações plásticas que realizou, e lhe permitem ter as mamas plastificadas e a
pele repuxada em todos os sítios devido à arte que os cirurgiões plásticos
possuem, em alguns aspectos parecida com a dos fabricantes de enchidos. É claro
que isto é só para as velhas ricas, como uma tal 'Lili das Canecas', que gostam
de exibir os remendos nas revistas dedicadas a esse tipo de gente e a outras
falsas celebridades.
Entretanto, os meus olhos rodopiam olhando o exótico mundo que me rodeia. Reparo num já raro condutor de chapéu, e recordo o conselho do meu pai, depois repetido pelo instrutor das dez lições: "cuidado com os condutores de chapéu; e, quanto aos de boné, fuja deles".
Esquecendo
esses já raros espécimes, até porque “é dos carecas de que elas gostam mais”,
presto atenção ao carro da frente, normalmente conduzido por uma mulher
(perdoem-me este antiquado machismo), que trava por tudo e por nada, ou desce
uma rampa sempre com o pé no travão. Talvez seja accionista dos fabricantes de
pastilhas de travagem ou ignore, o que é mais provável apesar das múltiplas
lições a que hoje os condutores são sujeitos, a função inversa das caixas de
velocidades. Seja como for, consegue dar cabo dos nervos de quem vai atrás, que
não sabe se travou por emergência ou porque tem um tique nervoso na perna
direita, que produz um bailado descompassado no respectivo pé.
Mais
à frente, uma fumarada negra invade os meus pulmões e reduz o horizonte que os
meus olhos ávidos de espaço procuram. São os restos de um automóvel, outrora o
encanto do primeiro dono, que ainda consegue andar poluindo tudo e todos,
embora aprovado na inspecção e passando nas barbas da Polícia de Trânsito que
finge ignorar a poluição, como ignora, aliás, o barulho dos escapes
propositadamente rotos, a que se junta a barulheira da maioria dos motoqueiros.
Alguns desses condutores, não satisfeitos com o ruído produzido pela cloaca do
motor, ainda acrescentam um infernal “pum-tchim-pum”ou “pum-pum-pum”
continuamente repetidos, para afirmar a sua “personalidade” e mostrar que
“gosta” de música. É o inato exibicionismo humano.
E
lá vai ele, ultrapassando tudo e todos em manobras arriscadas, contente de ter
nascido apenas para possuir a máquina dos seus sonhos e mostrar, pelo menos
nesse campo, que é um génio.
Mas
não é só nos carros velhos que se revela esta faceta da mentalidade humana.
Naqueles, normalmente vai um pobre diabo cuja única ambição na vida foi ter um
automóvel com uma ruidosa aparelhagem e não arranjou dinheiro para mais. Nas
carripanas novas topo de gama, muitas vezes adquiridas a crédito por pessoas
pouco endinheiradas ou a pronto pagamento pelos novos-ricos que, à custa da
política, burlas e corrupção, abundam em Portugal, o que interessa é exibi-las
aos vizinhos com vetustas cores ou, o que é melhor, passear ante os basbaques
num descapotável com 'frente agressiva' e, de preferência, com uma 'boazona' ao
lado. Depois é estacionar a maravilha em frente de uma esplanada, logo a seguir
a um sinal de paragem proibida e, enquanto bebe um copo, olhar embevecido para
o “popó”, tentando chamar a atenção para o facto de que aquela coisa é dele.
Mas
existem também os grandes usuários do vernáculo vicentino. Tudo é motivo para
qualquer género de insultos, seja por causa de uma buzinadela ou por um sinal
de luzes. Esses são os campeões dos complexos de inferioridade, a que alguns
juntam as tradicionais “caralhadas” aliadas à classificação da mãe do outro
como trabalhadora da mais velha profissão do mundo. Mais adiante um carro pára
e desafia o condutor como um forcado (essa disparatada herança marialva) faz a
um touro. E, das duas uma: ou o “touro” é mais forte, quanto mais não seja pelo
volume físico, porque os cornos não se vêm, e o primeiro foge, ou dá-se a
situação inversa e assistimos a uma cena das simpáticas e cordiais relações
humanas.
Chego, então, a um cruzamento onde, por vezes entre uma multiplicidade de sinais que quase nos faz parar para destrinçar uns dos outros, há um que informa que não tenho prioridade. Porém, da esquerda surge um cidadão cumpridor que, não tendo uma sinalização contrária, provoca a conhecida dança de “ó passas tu ou passo eu”. Isto no caso de ser educado. O mesmo se passa com o sinal “stop”, o mais disparatado sinal de trânsito que existe. “Mesmo no deserto stop é para parar”, mostrava um antigo anúncio. Mas, parar para quê quando, na maior parte das vezes, a visibilidade para os dois lados é total? Qual é a diferença entre o “stop” e o sinal que indica perda de prioridade e quem é que decide entre um e outro? O mais divertido é que é considerado uma infracção muito grave que quase ninguém respeita, incluindo eu. Nem a própria Polícia, posso testemunhar.
Chego, então, a um cruzamento onde, por vezes entre uma multiplicidade de sinais que quase nos faz parar para destrinçar uns dos outros, há um que informa que não tenho prioridade. Porém, da esquerda surge um cidadão cumpridor que, não tendo uma sinalização contrária, provoca a conhecida dança de “ó passas tu ou passo eu”. Isto no caso de ser educado. O mesmo se passa com o sinal “stop”, o mais disparatado sinal de trânsito que existe. “Mesmo no deserto stop é para parar”, mostrava um antigo anúncio. Mas, parar para quê quando, na maior parte das vezes, a visibilidade para os dois lados é total? Qual é a diferença entre o “stop” e o sinal que indica perda de prioridade e quem é que decide entre um e outro? O mais divertido é que é considerado uma infracção muito grave que quase ninguém respeita, incluindo eu. Nem a própria Polícia, posso testemunhar.
Mais
adiante chego a um entroncamento e, devido ao respectivo sinal de perda de
prioridade, espero que um carro que vem da esquerda passe. Mas ele é conduzido
por um egoísta que vira à direita sem fazer o respectivo sinal, o que me
permitiria não ficar à espera que sua excelência passasse. 'São feitios', como
dizia Raul Solnado. Falta de educação e de civismo, digo eu.
A
seguir deparo com outro um cruzamento sem qualquer sinalização, e começa outro
tipo de bailado por causa de outro absurdo: a prioridade à direita, patetice
existente em Portugal como em quase todos os países, em que a condução se faz pela direita. Senão, analisemos apenas os factos: conduzimos do lado mais
afastado da viatura e podemos ter um passageiro ao nosso lado a tirar-nos a
visibilidade, e quando surge um carro da direita, este apresenta-se com um
ângulo mais pequeno do que os que vêem da esquerda, com a consequente
diminuição do ângulo de visão e do tempo de reacção. E ainda outras conclusões
lógicas que não vou citar aqui, mas que qualquer simples análise das várias
situações consegue demonstrar. Curiosamente, nos países onde se conduz pela
esquerda (caso dos ingleses que estão sempre ao contrário do resto do mundo) a
prioridade é também da direita. Desta vez até estão certos.
Mas
toda esta bizarria desaparece da minha cabeça, quando um festival de luzes
desperta os meus olhos, já fatigados de tanta beleza mas cautelosos. É a emoção
completa que me faz esquecer o cansaço e o aborrecimento, ao ver os novos popós
com desenhos luminosos dos mais diversos feitios, apregoando aos outros
condutores criancices do género “o meu é mais bonito que o teu”, ou “o meu
parece uma árvore de Natal enquanto o teu se assemelha às estátuas cobertas de
crepes na chamada Semana Santa". Ó feéricas luzes que excitam, que embriagam,
que resplandecem, rodopiam e começam a faiscar nos meus óculos de lentes
progressivas. Como as minhas retinas ficam impressionadas e enviam as suas
espectaculares mensagens para os meus neurónios ávidos de beleza.
Mas,
agora já é noite e começo a pensar em pôr óculos escuros para não ficar
encandeado com os modernos faróis de luz branca azulada que dificultam a
admiração provocada pelas traseiras radiantes de luzes vermelhas com os mais
diversos desenhos, tornando mais eróticos os rabinhos alçados dos automóveis
actuais. E aquela placa horizontal, que mais parece um porta-malas apropriado
para transportar os grandes baús que as antigas criadas de servir traziam da
província para a capital. Chamam-lhe “ailerons”, como se fossem muito
funcionais a velocidades que não podem exceder os 120 quilómetros por
hora. Mas imitam os carros da fórmula-1, e isso é que importa. Mas nesses, as
tais placas são grandes e móveis, como nos aviões, o que justifica a sua
existência.
Mas,
olhai senhores, e vejam aqueles conduzem pelo meio da auto-estrada de três
faixas, o que até está certo. Nas bermas existem placas que dizem: circule pela
direita. Ora, como numa auto-estrada ninguém pode andar em círculos, cada qual pode
utilizar a faixa que mais gosta. Por isso, ultrapassa-se pela esquerda ou pela
direita, já que eles não saem da faixa central, por mais sinais que lhes façam.
Tudo
isto acaba por se tornar num turbilhão onde a fronteira entre normal e
psicopata se desmorona. Chego a pensar que sou um pobre idiota por não
partilhar tão feérico mundo. Breve começo a falar sozinho, aumentando
gradualmente a intensidade da voz: "Ei lá! Olha para aquele carro". É velho mas
exibe o tal porta-malas acrescentado e bem levantado que lhe dá, julga ele,
toda a segurança necessária para desafiar tudo e todos. "Oh! Cuidado!" Um pouco
adiante segue um descapotável com o condutor de óculos escuros afirmando a sua
personalidade, aumentada pelo bailado aerodinâmico dos cabelos ao vento da
mulher ou da amante que vai a seu lado. Não é preciso ter cabeça. O que é
preciso é ter automóvel e afirmá-lo perante a sociedade.
Mais
longe aparece um carro vermelho, outro amarelo gema de ovo, ou ainda um de cor
verde de alface cediça. E, também um grande carro de luxo, possivelmente
pertencente a um político qualquer, enriquecido pela corrupção e compadrio, ou
a um honrado cidadão, coisa que, afinal, ainda existe. Adiante, a pouca distância de
um sinal vermelho, um paranóico da velocidade acelera a fundo para logo travar
perante o semáforo já pouco antes avistado. Agita-se, enervado, à espera do
sinal verde para ser ele o primeiro a arrancar. Deixa traços de pneus queimados
no asfalto, mas queixa-se do preço da gasolina, dizendo que é impossível viver
assim. Até está certo. Tenta compensar as suas frustrações pela libertação de
uma energia cujo preço é superior aos rendimentos que consegue auferir. Que
interessa a família? O importante é exibir o automóvel e libertar através dele
as energias, as frustrações e os complexos do dia-a-dia. Já que não consegue
que lhe ponham umas dúzias de virgens à disposição, usa o pé como substituto.
Ai! O tipo acabou de bater na erótica traseira
do que ia à frente. Pás, catrapás, crac, croc! E começa a trágico-comédia do
costume. Mas, que importa? O outro é que é sempre o culpado e a companhia de
seguros é que deve resolver o assunto porque, como dizia aquele antigo anúncio
(depois proibido): “E agora? Bate-chapas e tintas Robbia…crac”!
Mas, se entretanto chega a Polícia, a cena torna-se mais demorada, embora plena de beleza. Depois de lerem e relerem as papeladas, palavreado cruzado e perguntas inúteis, os agentes curvam-se para medir, com vetustas fitas métricas, as posições em que ficaram os 'popós'. É o momento solene em que exibem toda a épica majestade dos seus traseiros, em posições iguais às dos Alemães quando perderam a guerra.
Mas, se entretanto chega a Polícia, a cena torna-se mais demorada, embora plena de beleza. Depois de lerem e relerem as papeladas, palavreado cruzado e perguntas inúteis, os agentes curvam-se para medir, com vetustas fitas métricas, as posições em que ficaram os 'popós'. É o momento solene em que exibem toda a épica majestade dos seus traseiros, em posições iguais às dos Alemães quando perderam a guerra.
Não
tem fim a maravilha!!!
Quase
em pânico chego ao destino e tento esquecer e libertar-me daquele mundo louco.
Deixo a carripana no primeiro local que encontro, ao sol ou à chuva, sem voltar
a olhar para ela, tique que a maioria dos homens tem.
Ah! Finalmente estou na paz da minha casa, e procuro esquecer todo o apocalipse que me rodeou. Mas não! De súbito, os vidros das janelas vibram por causa de um “pum-tchi-pum” que vem da rua, enquanto os anúncios na televisão apresentam as novas maravilhas no que respeita a popós. Venha ver o novo “cadilata” agora com novo motor que debita muitos cavalos e éguas, de milhares de centímetros cúbicos de cilindrada, computador de bordo, ar condicionado, espremedor de frutas, fornecimento automático de preservativos, pensos higiénicos, sanita para casos urgentes com limpa-ânus e piaçaba eléctricos, máquina de barbear, depilador, vibradores de vários tamanhos e sabores etc. etc... E que até anda, consumindo apenas “n” vírgula nove litros aos cem. Além disto temos ainda alguns extras interessantes que, por uma módica quantia, podem ser adicionados como, por exemplo, um pneu sobresselente para o caso de ter um furo. Visite o nosso concessionário onde poderá adquirir o novo”cadilata” para embasbacar os vizinhos, apenas por noventa e nove mil, novecentos e noventa e nove euros e noventa e nove cêntimos, ou em suaves prestações de uns míseros noves vírgula noventa e nove por mês.
Ah! Finalmente estou na paz da minha casa, e procuro esquecer todo o apocalipse que me rodeou. Mas não! De súbito, os vidros das janelas vibram por causa de um “pum-tchi-pum” que vem da rua, enquanto os anúncios na televisão apresentam as novas maravilhas no que respeita a popós. Venha ver o novo “cadilata” agora com novo motor que debita muitos cavalos e éguas, de milhares de centímetros cúbicos de cilindrada, computador de bordo, ar condicionado, espremedor de frutas, fornecimento automático de preservativos, pensos higiénicos, sanita para casos urgentes com limpa-ânus e piaçaba eléctricos, máquina de barbear, depilador, vibradores de vários tamanhos e sabores etc. etc... E que até anda, consumindo apenas “n” vírgula nove litros aos cem. Além disto temos ainda alguns extras interessantes que, por uma módica quantia, podem ser adicionados como, por exemplo, um pneu sobresselente para o caso de ter um furo. Visite o nosso concessionário onde poderá adquirir o novo”cadilata” para embasbacar os vizinhos, apenas por noventa e nove mil, novecentos e noventa e nove euros e noventa e nove cêntimos, ou em suaves prestações de uns míseros noves vírgula noventa e nove por mês.
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Depois
de umas cervejinhas, deito-me e adormeço após um maior ou menor tempo de
leitura. Mas, e talvez por culpa da cerveja, tenho um pesadelo:
Luzes
às cores em desenhos feéricos e garridos, rabos alçados, porta-malas vistosos
ridiculamente aumentados pelos chamados tunings, cabelos ao vento loiros,
pretos, ruivos, azuis e mais cores das tinturarias, carecas luzidias,
pum-tchi-puns que nos dão murros no estômago, motoqueiros ruidosos e soberanos da
estrada, fumos pretos, cinzentos, brancos perfumando o ar com os odores dos
combustíveis....
- Acordo,
mas volto a dormir, desta vez acompanhado por um pesadelo pior:
e a carente vizinha do lado aparece-me com ar sarcástico ameaçando-me com uma espécie de moca, enquanto berra: “O que é que você, tão velho quanto eu, quer? Olhe, sua espécie de castiçal murcho. Comprei isto!”. E mostra-me um VIBRADOR!!!
e a carente vizinha do lado aparece-me com ar sarcástico ameaçando-me com uma espécie de moca, enquanto berra: “O que é que você, tão velho quanto eu, quer? Olhe, sua espécie de castiçal murcho. Comprei isto!”. E mostra-me um VIBRADOR!!!
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“Ao ver escoar-se a vida humanamente,
Em suas águas certas eu hesito,
E detenho-me na torrente
Das coisas geniais em que medito”
‘Mário de Sá-Carneiro’.
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