PORRADA EM ANGOLA
Agora que o primata negroide chamado Lourenço visita Portugal com honras de um grande senhor, e o primata caucasiano Rebelo de Sousa, contente de ter nascido para cerimónias deste tipo, e o abraça com todo o entusiasmo como se não tratasse de um ditador,
a populaça de Luanda pega-se à porrada. Motivo? A fome!
É curioso; quando nós lá estávamos nada faltava aos indígenas, nem comida, nem assistência sanitária. E, por vezes, até uma chibata. Hoje, quem precisava dela era a elite que se formou após a “pandance”* e explora os da sua raça numa das terras mais ricas do mundo!
*”Pandance”. Era assim que os nativos chamavam à independência, redução do francês “indépendance”, palavra importada do Congo Belga. Aliás, nem sabiam o que isso queria dizer, e alguns julgavam que era terem uma mulher branca (ambição principal de qualquer preto) e muitas “Cucas”, a cerveja produzida em Angola.
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“Pele encarquilhada, carapinha branca,
Gondôla de renda caída na anca,
Embalando o berço do filho do sinhô,
Que há pouco tempo a sinhá ganhou.
Era assim que mãe preta fazia,
Tratva todo o branco com muita alegria;
Enquanto na sanzala pai João apanhava
Mãe preta mais uma lágrima enxugava,
Mãe preta, mãe preta.
Enquanto a chibata batia em seu amor,
Mãe preta embalava o filho branco do sinhô.”
Estes versos pertencem a uma canção brasileira e são da autoria de de Piratini com música de Caco Velho.
No “youtube” pode-se ouvir a gravação original cantada por Maria da Conceição, num registo dos anos 40 (78rot/min.) Como a letra foi proibida, David Mourão Ferreira escreveu outra intitulada “Barco Negro”, que se tornou num dos maiores êxitos de Amália Rodrigues.
Descobri, na Volta do Duche em Sintra, uma livro seu - A minha Ida à Guerra Colonial ou como brinquei com a tropa. Gostei de o ler, quando era jovem e as peripécias da tropa à qual felizmente escapei, poruqe já se tinha dado a Revolução em Portugal e, vai daí como era asmático, acharam por bem largar-me. Gostei das referências à Serra de SIntra e não deixa de ser curioso, comprar o livro no sopé da dita, nove anos depois de o lançar.
ResponderEliminarO livro contém uma dedicatóriaa um tal Gonçalo com saudades dos tempos do "Ás" e do barracão onde a orquestra ensaiava.
Senti-me dentro da história embora seja um desafinado musical.
Cumpriemntos.