13/09/2025

 

CATARINA MARTINS CANDIDATA À PRESIDÊNCIA VDA REPÚBLICA!


Deixem-me rir! Quando será que a esquerda se convence que passou de moda? Pôrra! Afinal não é “o povo quem mais ordena”, como diz essa gasta cantilena que o comuna José Afonso cantava com a sua voz tremida? Tenham juízo para não caírem mais no ridículo em que se encontram. O Paulo Raimundo do agonizante PCP que diz, convencendo-se a si próprio, que a Coreia do Norte é uma democracia; a Ana Gomes, a “amiga de gente”, espalhando ódio por tudo o que seja de direita; o Rui Tavares, grande reformador da classe operária; e, agora a grande revolucionária do “berloque da canhota” (entenda-se Bloco de Esquerda) a candidatar-se à Presidência da República! Não tem fim a maravilha!

E, já agora, vou contar uma história ocorrida comigo quando ainda estava na RDP (Antena-2).

Eu estava na minha secretária corrigindo as provas do boletim da programação desse mês. Na mesma sala uma colega comunista entrevistava o historiador Fernando Rosas a respeito de não sei o quê.

A certa altura ouvi-a dizer que a ditadura do “Estado Novo” fora a mais longa da Europa do século XX.

Pedindo desculpa pela interrupção, chamei a atenção para o facto de ter sido a ditadura soviética a mais longa.

Fernando Rosas olhou para mim (talvez pensando: quem será este tipo?) enquanto a minha colega respondeu com um simples “pois sim”. E cada um de nós continuou com o seu trabalho.

Dias depois, quando a entrevista foi para o ar, nada tinha sido alterado. De facto, com esta gente, não há nada a fazer!

02/09/2025

 

MORTÁGUA, APARÍCIO, GRETTA E MAIS UNS PÂNDEGOS EM CRUZEIRO PELO MEDITERRÂNEO.


Em 1992 um grupo de “amigos de gente”* embarcou numa épica aventura, por mares há séculos por nós navegados (que Camões me perdoe) rumo a Timor com escala em Darwin no norte da Austrália. Entre eles estava o general Ramalho Eanes, facto que muito me admirou, pois trata-se de uma pessoa que muito respeito e conheci pessoalmente em casa de uma pianista minha amiga, já falecida. Ainda hoje me pergunto como embarcou em tal fantochada.

O objectivo era desembarcar em Timor e correr com os Indonésios de lá para fora. Ah! Isto é que era gente valente, capaz de envergonhar um D. Francisco de Almeida.

Chegados a Darwin, a tradicional valentia Lusitana desta vez esmoreceu, pelo que só poucos voltaram a embarcar para a etapa final. Como é sabido, uma frota indonésia barrou-lhes o caminho e não tiveram outro remédio senão voltar para trás. Tinham envergonhado, simplesmente os bravos navegantes de outrora!

Agora vai saír de Barcelona uma heroica expedição a caminho da maltratada faixa de Gaza por quase 80 anos. Motivo: levar alguns víveres e medicamentos para dois milhões de pessoas. A ideia não é má; pode ser que apareça por lá um novo Cristo que multiplique as latas de conserva e pílulas como o outro fez com os peixes e os pães. A esperança é sempre a última a morrer.

À frente desta fantástica odisseia encomtra-se a heróica Joana Mortágua, filha de um ladrão do Banco de Portugal, e incrivelmente amnistiado após o golpe de estado de 25 de Abril de 1974. Foi a época em que os bandidos viraram heróis e vice-versa; mas a verdade é que lugar de ladrão é na prisão!

Concluindo: era capaz de apostar que, tal como na aventura de Timor, nem vão chegar a pôr os pés em terra. Meia-volta volver porque os judeus têm o diabo no corpo. Ou, então, serão todos presos e pura e simplesmente deportados, tal como já acanteceu com aquela garota chamada Gretta. Arre que a miúda é teimosa!

Desabafo: ó Portugal ó Pátria amada; que palhaçada!

*Alberto Caeiro. Fernando Pessoa.


Ontem à tarde um homem das cidades

Falava à porta da estalagem

Falava comigo também.

Falava da justiça e da luta para haver justiça

Dos operários que sofrem,

E do trabalho constante, e dos que têm fome,

E dos ricos , que só têm costas para isso.


E, olhando para mim, viu-me lágrimas nos olhos,

E sorriu com agrado, julgando que eu sentia,

O ódio que ele sentia, e a compaixão

Que ele dizia que sentia.


(Mas eu mal o estava ouvindo.

Que me importam a mim os homens

E o que sofrem ou supõem que sofrem?

Sejam como eu – não sofrerão.

Todo o mal do mundo vem de nos importarmos uns com os outros,

Quer para fazer bem, quer para fazer mal.

A nossa alma e o céu e a terra bastam-nos

Querer mais é perder isto, e ser infeliz).


Eu no que estava pensando

Quando o amigo de gente falava

(E isso me comoveu até às lágrimas),

Era em como o murmúrio longínquo dos chocalhos

A esse entardecer

Não parecia os sinos duma capela pequenina

A que fossem à missa as flores e os regatos

E as almas simples como a minha.


(Louvado seja Deus que não sou bom,

E tenho o egoísmo natural das flores,

E dos rios que seguem o seu caminho,

Preocupados sem o saber

Só com florir e ir correndo.

É essa a única missão no Mundo,

Essa – existir claramente,

E saber fazê-lo sem pemsar misso.


E o homem calara-se, olhando o poente,

Mas que tem com o poente quem odeia ou ama?


O Guardador de Rebanhos”. In Poemas de Alberto Caeiro. Fernando Pessoa.