15/02/2015

AUSCHWITZ, 70 ANOS APÓS A LIBERTAÇÃO!  MAS PORQUE NÃO SE CONTA O QUE SE SEGUIU?

A censura, o compadrio ou o medo continuam a imperar na nossa Comunicação Social. Mais uma vez isso aconteceu nos noticiários sobre a efeméride da libertação dos poucos que sobreviveram naquele campo de morte.
Mas, e depois? Será que os senhores jornalistas são tão ignorantes que não sabem que Estaline, o grande amigo de Hitler, aproveitou os campos de extermínio nazis enchendo-os novamente, agora com quem se opunha à sua vontade?
E que esse homem, o “Pai dos Povos”, deixou morrer de fome milhões de ucranianos para enviar todo o trigo (a Ucrânia era conhecida como sendo o celeiro da Europa) para os Estados Unidos? E que aqueles que se opunham eram executados no local?
Também não sabem que os comunistas que praticaram crimes contra a humanidade podem circular livremente pela Comunidade Europeia?
Porque é que só se fala no “Julgamento de Nuremberga” e na caça aos nazis que se seguiu, cujo caso mais paradigmático foi a captura, julgamento e condenação à morte de Adolf Eichman? 
Se a queda da Alemanha nazi se deu em 1945, a do Bloco de Leste foi apenas há 25 anos.

Francamente, senhores jornalistas; hoje, e graças às diversas tecnologias, a História, faz-se com documentos muito mais fiáveis do que antigamente. Além disto, o acesso a fontes diversas é de uma tal facilidade que só quem não quer, seja parcial ou tenha medo, não as torna públicas. 
Ensinar, além de informar, deveria ser um dever dessa profissão, mas, parece que por cá não é assim.
A exibição da bandeira ou símbolos nazis é um horror, concordo! Se forem exibidos por alguém em qualquer sítio, um batalhão de jornalistas vai para “o terreno” (como agora se diz) e até é capaz de deturpar a situação.
Recordo a exibição da suástica no Parlamento da Madeira por aquele pândego chamado José Manuel Coelho, logo classificada como apologia do fascismo, quando o que o homem quis demonstrar (com excessivo exagero, é claro) que aquele era o ambiente político que reinava no arquipélago.

Porém, se sobre o fundo vermelho estivesse a foice e o martelo, ou as carantonhas de Estaline ou Mao-Tse-Tung (o Grande Timoneiro), a notícia seria de somenos importância. Afinal, a nossa estranha Constituição proíbe a apologia do fascismo, mas permite a existência de partidos que seguem as ideologias de Hitler e Estaline, com Karl Marx como pano de fundo.

Alguém se lembra daquele concurso absurdo destinado a eleger o maior português de todos os tempos? E da reacção da Exmª S.ª Dr.ª Odete Santos, deputada do Partido Comunista, quando Maria Elisa anunciou que Salazar tinha sido o “eleito”?
À rasca, a apresentadora virou-se para a ilustre causídica e, tentando pôr água na fervura, declarou que “mesmo assim, Álvaro Cunhal tinha obtido uma boa classificação”. Mas, nem este elogio abrandou a cólera da senhora que desatou a gritar como uma possessa, mais espectacular devido ao seu característico mastigar das palavras, que 'a apologia do fascismo era proibida pela Constituição'.
Quanto ao concurso, nunca mais se falou nele, pudera; a menos que tivesse “ganho” outro candidato proposto, de preferência Mário Soares ou Álvaro Cunhal.

A propósito disto tudo, vou referir um desaguisado que descobri por acaso na Internet , bem como uma série de asneiras que foram ditas num programa da RTP aquando do centenário de Marcello Caetano.

Num dos programas “Ponto Contraponto” da “SIC”, Pacheco Pereira criticou a jornalista Exmª Sr.ª D.ª Teresa Canto Noronha, por ter dito que o Estado do Vaticano é uma monarquia absoluta. Para tal, o comentador usou termos como “mau jornalismo”, “preconceito”, “asneira” e “ignorância”.
É claro que veio logo o protesto, com o clássico recurso aos anos de carreira, profissionalismo, solidariedade dos colegas, confirmação do Vaticano, etc., etc.
Se, de facto, este confirmou, é muito estranho, já que uma monarquia é transmitida entre parentes, começando pelo mais próximo. A isso chama-se dinastia e, por causa desta estupidez, muitos tarados, incapazes e déspotas foram coroados. E, há que recordar, também, que os direitos sucessórios foram desde sempre uma das causas dos grandes conflitos da Humanidade, as chamadas ‘guerras de sucessão’. Só excepcionalmente, como aconteceu com o Mestre de Avis, cognominado D. João I, é que este princípio monárquico pode ser quebrado.
Quanto ao Vaticano, segundo sei, são os cardeais (inspirados por Deus, que costuma estar sempre distraído, como prova a eleição de papas como Alexandre VI) que elegem o sucessor.

Quanto ao segundo caso, que ocorreu no referido documentário da RTP, assinado por Mário Brito à frente de uma equipa de uma dezena de colaboradores, podem-se mencionar as seguintes asneiras:

- Santos Costa, ministro da Defesa.
Correcção: na época, o Ministério da Defesa era designado por Ministério da Guerra.
- Em 1958, Maria Callas cantou a “Aida” no S. Carlos, contracenando com o tenor Alfredo Strauss!
Correcção: Maria Callas cantou “La Traviata” e o tenor foi Alfredo Kraus.
- Marcello Caetano substituiu a União Nacional pela Assembleia Nacional Popular!
Correcção: Acção Nacional Popular.
- LUAR, Liga de Acção e União Revolucionária.
Correcção: Liga de Unidade e Acção Revolucionária; embora união e unidade não divirjam, trata de seguir a sequência alfabética da sigla.

Um amigo meu enviou uma mensagem, muito divertida, a denunciar estas imprecisões mas, como é óbvio, não obteve resposta.
Tal como um certo Aníbal, que nunca se engana e raramente tem dúvidas, parece que a corporação dos jornalistas não aceita a velha máxima latina de errare humanum est.
Aliás, «errare humanum est, perseverare autem diabolicum», ou seja, "errar é humano, mas perseverar (no erro) é diabólico"

Mas assim se vai fazendo a História que, acumulando erros sobre erros, entra numa progressão que, cada vez mais, me faz duvidar de uma grande parte dela no que respeita a pormenores.


Nota: qualquer comentário escrito segundo o chamado novo acordo ortográfico, será considerado como contendo erros grosseiros e, como tal, corrigido.



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