21/06/2020

E TUDO O VENTO ESTÁ A LEVAR!

O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos e os caracteres corrompidos. O desprezo pelas ideias aumenta dia a dia (...) não há princípio que não seja desmentido, nem instituição que não seja escarnecida.”
Eça de Queiroz, pois claro; sempre actual neste ditoso País!
A Bandeira Nacional foi ofendida por um preto que até teve a lata de dizer que devia ser substituída por outra e nunca mais se falou no assunto.
Os Descobrimentos são considerados uma vergonha nacional.
A concretização de um museu dedicado a Salazar é uma heresia.
Os heróis são considerados torcionários e os cobardes heróis.
As estátuas são vandalizadas porque os representados são “negreiros”. Nem o bom padre António Vieira, que protegeu os índios e era contra a escravatura e a Inquisição, escapou da fúria desta canalha que anda por aí.
Um grupo de idiotas inventa um “acordo ortográfico” para adaptar a nossa escrita ao “brasileirês” e ao “pretoguês”, dando uma grande facada na cultura portuguesa, como afirmou Vasco Graça Moura.
A deputada preta que só gagueja quando quer, não larga o “tacho” apesar de ter sido expulsa do partido que a colocou no Parlamento.
Uma deputada branca tem o despudor de pintar as unhas mesmo ao lado do primeiro-ministro, enquanto outro é apanhado pelas câmaras da TV a dormir.
Se um polícia bate num preto é racista; se for num branco é uma agressão.
E podia continuar mas prefiro ir directo aos factos.
Tudo começou com o assassínio de um preto nos EUA por um polícia que tudo indica saber o que estava a fazer, já que a vítima se queixava de não poder respirar. É condenável a todos os títulos, mas isso é com a justiça americana.
Tal facto, infelizmente banal num país sem rei nem roque, bastou para que uma onda anti-racista primária varresse o planeta. Isto porque o homem era preto (afro-americano, como por lá se diz); se fosse branco, é óbvio que não seria notícia para tanto estardalhaço.
Até o filme “E TUDO O VENTO LEVOU” (julgo que foi o primeiro filme a cores), e que é uma autêntica obra-prima na história cinematográfica, foi votado ao ostracismo.
Já agora espero que façam o mesmo à aventura de Astérix “O Domínio dos Deuses”, onde entre vários escravos brancos e pretos (até há um Lusitano) o chefe dos segundos vem pedir ao centurião que lhe dê umas chibatadas porque “se sente cansado”; e, também, à aventura de Tim-Tim, “Carvão no Porão”, onde o capitão Hadock perde a paciência ao tentar explicar um determinado assunto a um grupo de pretos.
Mas a maior estupidez que acaba por cair tanto no ridículo como no patético, é a tentativa de remoção da estátua de Cristóvão Colombo. Será que esses imbecis que se julgam americanos não sabem que são todos descendentes de europeus, e que os verdadeiros americanos que escaparam à avidez pelo ouro encontram-se em reservas para turista ver? Se não fosse Cristóvão Colombo, Américo Vespucio e outros, onde estariam agora os actuais europeus que se intitulam americanos e que devem o nome ao segundo navegador?
Passemos, agora, ao fenómeno escravatura. Esta existiu desde sempre e até Platão, na sua “República”, defende-a com a lógica da época não vendo alternativa para a sua extinção. Porque os acontecimentos históricos têm de ser vistos na época em que se deram e, para entendê-los, há que aceitá-los como a mentalidade desses tempos os entendia.
Nós, portugueses, somos acusados de ter começado a escravatura negreira à medida que avançávamos pela costa ocidental da África. Mas, porque é que não se diz que os Árabes já havia muito tempo que faziam o mesmo na costa oriental do mesmo continente? Seremos nós os únicos “maus da fita”? É óbvio que depois da descoberta do Brasil e com o incremento da produção açucareira naquele território (o açúcar era um luxo na Europa pago a preço de ouro) se fosse buscar mão de obra a África onde os pretos, raça naturalmente submissa e indolente (ai a censura), viviam quase na Idade da Pedra. Eram, como se dizia, uma raça selvagem, isto é, que vivia na selva. Isto nada tem de ofensivo, embora passasse a significar uma hipotética inferioridade em relação aos europeus, donos de uma cultura técnica e artística que suplantava de longe a raça negra. O porquê deste fenómeno ultrapassa o meu conhecimento, como demonstrei nos artigos que escrevi dedicados à eugenia, mas que é real, disso não tenho dúvidas, mesmo pressionado pelo chamado “politicamente correcto”.
A escravatura negreira tornou-se tão natural que havia empresas e sociedades anónimas dedicadas a esse horrendo negócio como se tratasse de um produto qualquer. Havia accionistas que investiam nessas instituições sem nunca terem visto a “mercadoria”; para as gerações que se sucederam durante séculos as coisas foram sempre assim, e até a Igreja Católica de Roma, salvo raras excepções, não se opunha. Porquê, então, mudar o que era considerado “natural”?
Outro fenómeno próprio do ser humano é a ganância. Porque não me venham com a velha história de que a Epopeia das Descobertas iniciada por nós foi para “espalhar a fé e o Império”. A ideia fulcral era chegar à Índia por mar e trazer de lá as especiarias de um modo mais seguro e barato do que por terra. Mas, quem não gostou nada da aventura de Vasco da Gama foram os Árabes, já que passaram a ter de lidar com a concorrência. E, então, as escaramuças começaram.
Mas, não foi só com os Árabes que tivemos de nos haver. Em breve os Espanhóis, mais tarde seguidos por Franceses, Ingleses e Holandeses viriam guerrear connosco e, como é óbvio, também entre eles. É, infelizmente, a lei da vida que, para sobreviver, tem de alimentar-se de si própria.
Mais expeditos foram os Espanhóis. Com poucas centenas de homens comandados por Cortês e Pizarro, liquidaram pura e simplesmente as três civilizações pré-colombianas existentes na América. Não sei se em Espanha existem estátuas destes dois aventureiros dominados pela febre do ouro. Se existem não lhes auguro longa existência, a menos que esta histeria anti-história acabe. Por sua vez os Ingleses ocuparam a Austrália e a Nova-Zelândia, mandando os aborígenes que também viviam na Idade da Pedra, para as urtigas. É assim o mundo, infelizmente.
Pela minha parte sempre achei que dos acontecimentos históricos não vale a pena pedir desculpa. É inútil e só serve para acirrar os ânimos e, isso sim, incitar ao racismo.
Qual foi o povo ou país que, ao longo da sua história, não não massacrou, roubou e escravizou outros povos, ou mesmo entre si em guerras civis? Pela nossa parte teremos mos de arrear a estátua de D. Afonso Henriques e de todos os guerreiros que lhe sucederam? E, porque não, o mosteiro dos Jerónimos e o padrão dos Descobrimentos? E o que fazer da estátua de D. Nuno Álvares Pereira, agora armado em santo pela santíssima igreja de Roma? Ora, vão à merda seus traidores do c...!
Por esta ordem de ideias temos a história do lobo e do cordeiro: se não foste tu, foi teu pai. Vá! Toca a pedir desculpa aos Árabes por terem sido expulsos da Península Ibérica; por sua vez estes devem pedir desculpa aos descendentes dos godos, visigodos, vândalos e demais “bárbaros” que fizeram o mesmo; estes últimos aos Romanos, estes ao Gregos e... porra, porra e mais porra até nas profundezas do Inferno.
Entretanto, na África, volta e meia o tribalismo provoca autênticos massacres entre os pretos. Mas isso é uma notícia de terceiro plano. O problema é quando um branco mata um preto, o que prova a descriminação racial da maioria dos jornalistas
E vou ficar por aqui.
Chega! Estou farto!

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