10/08/2025

 

JORNALISMO RACISTA


É curioso como a maioria dos jornalistas, que se diz antirracista,

enche os telejornais de notícias sobre as guerras entre a Rússia e a Ucrânia, bem como a de Israel contra o “Hamas”.

Todos os dias as mesmas imagens, o número de drones e mísseis, os que foram interceptados e os que não foram, o número de mortos e feridos, os Palestinianos esfomeados exibindo tachos e panelas, etc. etc..

E, para condimentarem os eventos, dão opiniões e rodeiam-se dos chamados comentadores que começaram a aparecer às carradas há uns anos para cá.

Entretanto, em muitos pontos da África Negra, a pretalhada mata-se entre si com um entusiasmo capaz de envergonhar o nosso bem-amado Afonso Henriques! Junte-se a isto as crianças de ventre inchado e costelas salientes mais as moscas que aterram nelas sem dó nem piedade. Mas, aos jornaleiros, nada disto interessa; no fim de contas é o pão-nosso-de-cada-dia.

É claro que, no caso ventilado, o racista sou eu!

30/07/2025

 

PORRADA EM ANGOLA


Agora que o primata negroide chamado Lourenço visita Portugal com honras de um grande senhor, e o primata caucasiano Rebelo de Sousa, contente de ter nascido para cerimónias deste tipo, e o abraça com todo o entusiasmo como se não tratasse de um ditador,

a populaça de Luanda pega-se à porrada. Motivo? A fome!

É curioso; quando nós lá estávamos nada faltava aos indígenas, nem comida, nem assistência sanitária. E, por vezes, até uma chibata. Hoje, quem precisava dela era a elite que se formou após a “pandance”* e explora os da sua raça numa das terras mais ricas do mundo!


*”Pandance”. Era assim que os nativos chamavam à independência, redução do francês “indépendance”, palavra importada do Congo Belga. Aliás, nem sabiam o que isso queria dizer, e alguns julgavam que era terem uma mulher branca (ambição principal de qualquer preto) e muitas “Cucas”, a cerveja produzida em Angola.

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Pele encarquilhada, carapinha branca,

Gondôla de renda caída na anca,

Embalando o berço do filho do sinhô,

Que há pouco tempo a sinhá ganhou.


Era assim que mãe preta fazia,

Tratva todo o branco com muita alegria;

Enquanto na sanzala pai João apanhava

Mãe preta mais uma lágrima enxugava,

Mãe preta, mãe preta.

Enquanto a chibata batia em seu amor,

Mãe preta embalava o filho branco do sinhô.”


Estes versos pertencem a uma canção brasileira e são da autoria de de Piratini com música de Caco Velho.

No “youtube” pode-se ouvir a gravação original cantada por Maria da Conceição, num registo dos anos 40 (78rot/min.) Como a letra foi proibida, David Mourão Ferreira escreveu outra intitulada “Barco Negro”, que se tornou num dos maiores êxitos de Amália Rodrigues.

01/06/2025

 

PROÍBAM A ÓPERA ”CARMEN”, ASTÉRIX EM “O DOMÍNIO DOS DEUSES” E “TIM-TIM NO     CONGO”.

A bem do inteligentíssimo “politicamente correcto”, acho que estas e muitas outras obras das diversas correntes artísticas, deviam ser proibidas. Senão, vejamos:

Carmen”, a imortal ópera de Bizet, tem como protagonista uma cigana que, como era de esperar, vive num acampamento de ciganos que se dedicam ao contrabando. Tudo bem até aqui; é a “cultura” deles e deve ser respeitada, mesmo que colida com as leis do país onde vivem; assim afirma a malta de esquerda. E, não só a dos ciganos mas, também a antropofagia, a excisão clitoriana, os sacrifícios de humanos e outros animais para agradar aos deuses, e outras coisas que a estupidez e a cultura dos brancos condenam. De facto, os europeus são umas bestas (eu incluído) ao ao condenarem estes “costumes folclóricos”.

No que respeita à aventura de Astérix acho que deve ser cortada a cena em que um escravo preto vem pedir ao centurião para lhe dar umas chibatadas, porque se sente muito fraco!

O álbum “Tim-Tim no Congo” devia, simplesmente, ser proibido e apreendidos os milhões que existem por esse mundo fora. Serviriam para um gigantesco e feérico “auto-de-fé”, capaz de fazer inveja à “Santa e Geral Inquisição” da Igreja Católica de Roma.

É de notar, porém, que Hergé, o “pai” de Tim-Tim, escreveu e desenhou a história em 1930, numa época em que os europeus só conheciam da África o que lhes contavam: pretos selvagens (alguns antropófagos), animais ferozes e grandes caçadas. Até na minha geração este ambiente primitivo, longe dos parâmetros da Civilização Ocidental, persistiam nas mais diversas histórias decorridas em África que eram publicadas em semanários juvenis, como o “Mundo de Aventuras” e o “Cavaleiro Andante”. Também diverti-me muito ao ler o conto infantil intitulado “Mariazinha em África” e achava muita graça ao boneco que representava um preto carregado de malas à entrada da “Casa Africana”. Procurem este nome na “Google” e divirtam-se com os cartazes desta velha casa da Rua da Victória.

Porém, quando estive em Angola, cumprindo o serviço militar obrigatório (1966/1968) como furriel miliciano, verifiquei que a pretalhada, no geral, pouco ou nada tinha mudado. Excepto, é claro, as elites negras. Mas, não vejam nisto qualquer tipo de racismo ou “discurso de ódio”, até porque fiz bons amigos pretos e mulatos que tinham o mesmo posto que eu. O que terá sido feito deles? Teriam sido fuzilados por terem pactuado com os brancos, naquele “Portugal do Minho a Timor” tão grato a Salazar? Oxalá que não.

E, para terminar, vou-lhes citar os adjectivos constantes no “Grande Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa” sobre os ciganos: depois de explicar a origem da raça e outras coisas de interesse, escreve: Que ou aquele que trapaceia; velhaco, bandido. Incrivelmente estes simpáticos adjectivos foram mandados retirar das edições posteriores, apesar da indicação abreviada de pejorativo, como se não correspondessem à verdade. E querem (e arranjam) casas para esta gente que é naturalmente nómada e vive em acampamentos feitos com materiais que encontram ou roubam nos locais onde se instalam. Quanto às condições de higiene...bem. Por agora chega de ciganices; o tema continua no próximo artigo.

14/05/2025

 

QUANDO


Quando Luís Montenegro copia a política sobre a imigração que André Ventura anda a defender há nove anos.

Quando o seu comparsa Pedro Nuno Santos, responsável pela invasão de asiáticos e outros arma-se em anjinho e defende a mesma política. Ambos na caça ao voto para depois, como é de esperar, recuarem.

Quando se proíbe que seja revelada a nacionalidade, a côr, a raça,o sexo, e outras características de um criminoso.

Quando se disfarça uma censura descarada com a designação de “politicamente correcto”.

Quando se prolonga a ditadura de uma Constituição porque, fazendo alterações profundas, principalmente na Justiça, isso iria atingir a maioria dos políticos desta ditosa Pátria.

Quando essa mesma Constituição, que relega os partidos totalitários, permite a existência do Partido Comunista e do “berloque da canhota” (entenda-se Bloco de Esquerda).

Quando se expropria um terreno particular para construir uma mesquita.

Quando uma garota armada em comentadora política diz na TV que a cultura portuguesa é uma “cultura de merda”.

Quando deputados dão moradas falsas para receberem ajudas de custos, e não são logo expulsos do respectivo cargo.

Quando um pretalhão racista, chamado Mamadou Ba, diz que todos os brancos “colonialistas” devem ser mortos e não é imediatamente expulso para o Senegal, seu país de origem.

Quando outro preto queima, frente à Assembleia da República, a nossa Bandeira e diz que esta deve sêr mudada e só um deputado, do CDS, condena tal acção.

Quando o tal Pedro Nunes Santos afirma que todos os partidos à sua direita são fascistas, xenófobos e racistas.

Quando nas escolas se ensina de modo deturpado o que foi o “Estado Novo” e se chama Salazar de “fascista”.

Quando quem manda é a mais descarada corrupção que, através de múltiplos recursos, acaba por não sêr punida.

E quantos “quandos” eu teria ainda de acrescentar a estes para definir a desgraçada situação a que Portugal chegou.

06/05/2025

 

25 DE ABRIL, PROIBIÇÃO DE BIFANAS E PORRADA.


Interrompo a série “chega de anti-racismo, etc” para fazer um comentário sobre os cinquenta anos do “25 de Abril”. Francamente, já não há paciência. Os esquerdistas de cravinho vermelho ao peito na sessão da Assembleia da República, amplamente ornada com êsses vegetais; cá fora o desfile da populaça entoando a estafada “Grândola Vila Morena”; os comunas falando dos “valores de abril”, isto é, substituir a branda ditadura de Salazar pela feroz ditadura comunista; no “Martim Moniz”, um grupelho de extremistas de direita querendo assar um porco, possivelmente para fazer umas bifanas muito portuguêsas, e provocar os muito devotos muçulmanos que infestam e poluem a zona.

Depois, a inevitável cena de porrada para condimentar os vetustos festejos do dia em que um grupo de capitães substituíu um governo completamente podre pela podridão que é o regime actual. E, vem a propósito explicar a verdadeira razão porque aqueles senhores fizeram o golpe de estado que, depois, os comunas e outros radicais de esquerda logo transformaram em “revolução”.

A guerra nas três frentes africanas durava há onze anos; já cheios de dinheiro amealhado durante comissões sucessivas e, também, sejamos justos, já cansados, um grupo de capitães resolveu dar um golpe militar e fazer o enterro do “Estado Novo”. Se na implementação deste, em 28 de Maio de 1926, fora um general que pusera o País na ordem, agora seriam os capitães a porem o País na desordem.

A faísca partiu de um decreto do bolorento Marcelo Caetano, que permitia que os capitães milicianos (se a guerra durasse mais tempo chegaria a haver generais milicianos) fossem equiparados aos capitães do quadro permanente.

Ora estes tinham que frequentar primeiro a escola pomposamente chamada de Academia Militar; entravam como cadetes e só depois de muitas cambalhotas, muito rastejar e dar muitos tirinhos, eram promovidos a aspirantes a oficiais. Com direito a continência e tudo.

Finalmente passavam a alferes, depois de uns anos a tenente e, ainda mais uns anos, a capitães. Ora aquele decreto era uma ofensa à honra e dignidade daqueles senhores que tinham arranjado tão arduamente emprego para toda a vida. Naquela época até a gasolina era mais barata para eles; eles a quem a guerra viera interromper a pacatez de uma vida rotineira, e lhes retirara a hipótese de voltarem à vida civil. E, até está certo: se um civil pode sêr militarizado, um militar não pode sêr civilizado.

E esta, heim? Como dizia Fernando Peça há já longos, muitos longos anos.

20/04/2025

 

CHEGA DE ANTI-RACISMO E XENOFOBIA, PÔRRA! (3)


Nem de propósito. Acabo de ouvir um comentador das dezenas que infectam os canais noticiosos, a falar sôbre a África e dizer, admirado, que os países do Norte desse continente são mais desenvolvidos de que os da África sub-sahariana. (eu chamo África branca ou do Magrebe aos cinco países do Norte, e África negra a toda a barbárie situada a Sul do deserto do Sahará). Mas, adiante:

O culto comentador disse que os primeiros têm petróleo e outras riquezas como o turismo. Nada mais certo mas, e os outros? No caso de Angola, por exemplo, o turismo será escasso mas abundam riquezas incalculáveis que só aproveitam à elite que as explora. Mas, não se trata só de Angola. Como exemplo vou referir apenas mais três países: a Libéria, o Zimbabué, (antiga Rodésia) e a África do Sul.

No século XIX existiam só duas nações independentes em toda a África: a Etiópia (antiga Abissínia) e a Libéria. Esta última foi fundada em 1847 por escravos libertos dos Estados Unidos, onde uma associação filantrópica comprara o território julgo que à Inglaterra. O objectivo, muito louvável, aliás, era devolver a terras africanas os recém-libertados da horrenda condição de escravos. Mas, de boas intenções está o mundo cheio.

Assim que chegaram àquele terra que baptisaram de Libéria (liberdade) bem como a capital de Monróvia (derivado do presidente Norte-Americano James Monroe), os libertos entraram logo em conflito com as tribos locais e formaram uma elite dominadora. Bem diz o velho ditado: “não sirvas a quem serviu, nem peças a quem pediu”.

Hoje, passados quase dois séculos de independência, a Libéria é um dos países mais pobres da África, a que não faltam guerras civis e execuções de presidentes da república. Vale-lhe a enorme quantidade de navios estrangeiros que ostentam a sua bandeira e que foi inspirada na dos Estados-Unidos.

Esta vigarice marítima faz com que muitos navios, de cruzeiro ou de carga, estejam registados em países como a Libéria ou o Panamá, usufruindo de previlégios que não cabe aqui explicar. Em face disto, se pesquisarmos as “frotas” navais destes países, veremos que são “possuidores” de muitos e grandes navios, o que pode surpreender o leigo neste assunto.

Passemos, agora, ao Zimbabué.

Durante séculos este território foi habitado por diversas tribos que se guerreavam entre si e escravizavam os vencidos. Nada de anormal até aqui; trata-se, simplesmente da História da Humanidade no seu todo.

Em 1890 a Inglaterra começou a colonizar a região sob a orientação de um tal Cecil Rhodes, tendo a colónia adoptado o nome de Rodésia em sua homenagem.

Como é sabido, após o termo da Segunda Guerra Mundial, os movimentos independentistas apoiados pelos países comunistas (os tais de “as mais amplas liberdades” desse sinistro Álvaro Cunhal) começaram a varrer o mundo apregoando o direito de todos os povos à auto-determinação e independência. Porém, e como é óbvio, a agitação que provocavam nesses territórios tinha como único objectivo correr com os brancos e instalarem-se lá eles. Simples e eficaz são dois adjectivos próprios da hipocrisia humana.

Em 1965 um movimento da minoria branca liderado por um tipo chamado Ian Smith, proclamou unilateralmente a independência, e fez aprovar uma constituição que denominava o território como “Monarquia Parlamentarista da Rodésia”, facto que não agradou à Inglaterra nem a essa palhaçada designada por “Nações Unidas”. Deixem-me rir; uma organização que representa quase duas centenas de países tem, no chamado Conselho de Segurança, cinco com direito a veto. Mas, adiante.

Depois de um embargo económico e de muitas vicissitudes, incluindo uma guerra civil,um preto chamado Robert Mugabe assumiu o poder que manteria por trinta e sete anos.

O resultado foi, como não podia deixar de ser, uma inflação descontrolada, tentativas de golpes de estado provocados por tribos, como a dos Matabeles, e corrupção generalizada. Mas, o pior ainda estava por vir: a expropriação das terras dos brancos a favor dos antigos combatentes negros das guerras pela independência, atingiu o auge. Todos vimos nos noticiários televisivos do ano 2000, grupos de pretos (muito educados, diga-se de passagem) a explicar aos brancos que, agora, aquelas férteis terras lhes pertenciam. Férteis eram, sem dúvida alguma, mas era preciso cuidar delas como bons lavradores, dotes que os novos proprietários não tinham. Perante esta situação, a maioria dos brancos abandonou o país e as terras (porque seria?) deixaram de ser produtivas.

E, para terminar, um pouco da história da África do Sul.

Foi Bartolomeu Dias o primeiro europeu a contornar a ponta Sul do continente africano descobrindo, assim, a passagem para o Oceano Índico.

Estava aberto o “caminho” para as tão desejadas Índias que Vasco da Gama viria a completar em 1498.

Em meados do século XVII a Companhia Holandesa das Índias Orientais fundou a Cidade do Cabo que viria a caír nas mãos dos Ingleses.

Não tardou que conflitos entre aqueles e os boers (colonos descendentes de holandeses, flamengos e alemães) culminasse no que ficou conhecido como as “Guerras dos Boers”.

Se na primeira os Ingleses levaram um enxerto de porrada de “alguns campónios holandeses” que utilizaram a táctica de guerrilha, já a segunda foi ganha pelos Britânicos, apesar de terem sofrido pesadas baixas. A descoberta de ouro e diamantes iniciou a "Revolução Mineral” e o consequente movimento migratório branco, bem como um grande aumento económico.

Isto intensificou o domínio europeu sobre os povos indígenas (Zulús, Xossas e outros, embora nos primeiros tempos não existisse qualquer segregação racial, podendo os nativos circular livremente.

Com a proclamação pelo Parlamento Britânico, em 1910, da “União Sul- Africana”, ficaram reunidas as antigas colónias holandesas do Cabo e de Natal, bem como as Repúblicas do Estado Livre de Orange e do Transval, mas a “Lei das Terras dos Nativos”, de 1913, restringiu severamente as terras dos negros. Começava, assim, o sistema discriminatório que viria a tornar-se no apartheid (separação).

Em 1931 a União tornou-se definitivamente independente do Reino Unido e o Partido Sul-Africano e o Partido Nacional fundem-se para formar o Partido Unido com vista reconciliar  os anglófonos e os africander, ou seja os descendentes dos boers.

A política de apartheid tornou-se oficial e durou cerca de cinquenta anos. Descriminava tanto pretos como mulatos e asiáticos. Ainda me lembro da minha professora de piano, casada com um médico indiano, contar-me o que passou numa visita à África do Sul: pura e simplesmente, e como resultado do apartheid, não podiam andar juntos! Também me contou que, como vingança, um hotel de Bombaim (hoje Mombai) tinha à entrada o seguinte letreiro: “é proibida a entrada a cães e a sul-africanos”. Lamento, pelos cachorros, claro.

Findo o sistema de segregação racial, em 1990, o país depressa entrou no caos: assassinatos de centenas (senão milhares) de brancos, entre os quais muitos portugueses, desemprego, inflação, pobreza, uma elite negra a querer mandar em tudo e todos, etc. etc!

Ora, batatas. Chega-se a pensar que, afinal, o sistema de segregação racial era o mal menor. Pelo menos, e disseram-me alguns emigrantes portugueses com quem contactei, que durante aquele período tanto pretos como brancos viviam melhor, tanto na qualidade de vida, como na segurança.

Não sei. Da África Negra só conheci Angola e, para aturar pretices, chegou-me. No fim de contas, cada macaco no seu galho.

Entretanto o meu “discurso de ódio” vai continuar. Até à próxima.

24/03/2025

 

CHEGA DE ANTI-RACISNO E XENOFOBIA, PÔRRA! (2)


Nota introdutória:

Como já não sei como escrever português, e até porque vai haver nova revisão do famigerado “acordo”, pensei em investigar o decreto de 1948 e pelo qual aprendi a escrever. Se me der na real gana, passarei a usar essa ortografia, até porque tal decreto não foi revogado e, por conseguinte, outro não poderá entrar em vigor. Assim, peço desculpa pelos erros que venha a cometer. O facto de ter correção automática no computador não me resolve nada, pois este está infectado pela cambada que modificou a grafia só para agradar aos brasileiros. Maldita falta de auto-estima!

Também peço compreensão se o que vier a escrever, já tenha sido ventilado nos artigos da extênsa primeira parte deste blogue, pois não tenho paciência para relê-los. Vamos, portanto, ao assunto que vai ser pleno de “discursos de ódio”.

Comecemos por atacar a cáfila de comentadores que invadiram os canais noticiosos. Essa gente, que tem a mania que sabe tudo, e que prevê as políticas mundiais (perdão, globais) tanto na guerra como na paz, que fala das subidas e descidas das bolsas (hei-de morrer sem saber porque isso acontece), etc, etc, arranjou um modo de ganhar a vida sem esforço, gastando apenas um pouco as cordas vocais. E tudo serve para debate (perdão, para “pôr em cima da mesa”), desde a política ao futebol, passando pelos mais variados assuntos.

E, já que mencionei cáfila, confesso que me deu um gôzo especial ao saber que o Trump tinha ganho as eleições. É que tanto esses comentecos como a grande maioria dos jornalistas, que sofrem de esquerdismo crónico, só diziam mal do homem e que quem ganharia era a gaja que concorria contra ele.

Para desespero desses "profetas", a Camela (perdão, Kamala) foi passear turistas para o deserto, enquanto o Trampa, (perdão, Trump), pôs-se a cagar para o mundo todo; excepto para o Putin, claro.

É óbvio que o “berloque da canhota” (perdão, “Bloco de Esquerda”), o “PCP” (parado no tempo vai para quarenta anos) e o “PS” (que levou por duas vezes Portugal à bancarrota) tiveram que engolir sapos vivos. Quanto aos outros ficaram assim-assim mas, no fim de contas, todos têm cumprido a ingrata missão de andarem a roubar Portugal nos últimos cinquenta anos!

Resta, assim, o “Chega”. Se quiserem saber, eu sou um do milhão e cem mil cidadãos que votaram neste partido. Goste-se ao não do Ventura (e ele não me passou procuração para defendê-lo) há que reconhecer que um partido tão jóvem, que com um único deputado ao qual passaram inúmeras rasteiras e ameaçaram com a clássica inconstitucionalidade, cresceu da maneira que se viu, só prova que o Sr. Ventura tem tomates (portuguesmente falando).

Soube da sua existência através do youtube e fiquei pasmado com o desaforo das suas intervenções na Assembleia da República; finalmente tinha aparecido alguém a quebrar a monotonia das sessões e a falar do problema dos ciganos, coisa que julgo nunca ter acontecido. Que horror! Que escândalo, berravam (e berram) os “amigos de gente”!(cito Fernando Pessoa).

É óbvio que se um dia o “Chega” chegar ao poder, não tenho ilusões sobre a resolução da endémica crise nacional, agravada por “cinquenta anos de gatunagem”! (cito Medina Carreira). Mas que iria haver maior segurança e uma limpeza de estrangeiros indesejáveis, não tenho a menor dúvida.

Mas, agora o Governo caíu (mais um) e confesso que tenho saudades das zaragatas com o senhor Santos Silva e com a senhora dona Edite Estrela. Lembram-se desta senhora ter dito à deputada Rita Matias para estar caladinha? É de morte, como se costuma dizer; felizmente tenho tudo gravado e, às vezes dou por mim a rever aquelas peixeiradas. Sempre é melhor do que assuntos já estafados como as bichas (perdão, filas) nas urgências, as grávidas à rasca sem saberem onde vão parir, a Justiça que não sei se parece uma lesma asmática ou um caracol com reumático, o Sócrates à beira da prescrição dos crimes que alegadamente cometeu, a violência doméstica, o aumento da criminalidade, etc. etc.

E que dizer do nosso bem amado Presidente da República que, depois de um primeiro mandato de que até gostei (totalmente diferente do pobre pateta que o antecedeu), tornou-se num idiota inútil?

Senão, vejamos:

Começou por ir ao funeral daquele tirano chamado José Eduardo dos Santos (não sei a que tribo angolana pertencia), um tipo que com a sua querida filha Isabel acumulou uma enorme fortuna, mantendo o seu amado povinho na mais abjecta miséria. Mas, também não é de admirar, já que todos os países (serão?) da África Negra não estão melhores. Exceptua-se um pouco a África do Sul, mas isso será ventilado noutro artigo,

Aquando dos acontecimentos no auto-proclamado “Bairro da Jamaica”, o Sr. Presidente foi confortar os coitadinhos dos residentes que o André Ventura classificou de “bandidos, em vez de ir à esquadra para se informar do estado dos polícias feridos pelas pedras atiradas pelos tais "bandidos". Não digo que todos os que lá moram o sejam, mas que os há, há. Faz-me lembrar os velho paradoxos que dizem: “não acredito em bruxas, mas que as há, há” ou "sou ateu graças a Deus".

Tempos depois não se opôs a que o Lula discursasse na Assembleia da República durante as comemorações do já estafado “25 de Abril”. Foi uma barraca com a bancada do “Chega” a mostrar cartazes e a bater nas mesas e o Santos Silva, com a cabeça perdida, a descompor os deputados utilizando o nome do partido: “Chega de insultos, chega de envergonharem Portugal”, etc. Foi de morrer a rir!

Mais adiante o Sr. Rebelo de Sousa meteu a pata na maior poça que encontrou, quando disse que devíamos indemnizar as Colónias! Mas, indemnizar o quê e a quem quando deixámos lá tudo incluindo a nossa Língua? À Isabel dos Santos e a todos aqueles pretalhões que começaram a explorar os seus irmãos de raça (perdão, etnia) sem antes terem provocado guerras civis que, no caso de  Angola, demorou dez anos? Nesta última e em Moçambique já tínhamos, praticamente, dominado os guerrilheiros. Quanto à Guiné a nossa causa estava perdida mas, em boa verdade, aquele pedaço de terra só é bom para pretos, mosquitos e crocodilos. E, Timor? Foi simplesmente abandonado à fúria dos Indonésios!

Recentemente, um general angolano declarou que o “25 de Abril” devia ser comemorado nas ex-colónias, pois esse golpe de estado em Portugal é que lhes concedeu a independência, já que tanto a República Democrática do Congo (no caso de Angola) e a Zâmbia (no caso de Moçambique) já tinham desistido de fornecer armamento aos “movimentos de libertação”.

E, agora, qual é a situação? A varíola, a cólera, a malária e a desnutrição varrem esses países e onde continua a existir o ancestral tribalismo. Quão diferente foi a nossa colonização da dos Espanhóis, Ingleses, Holandeses, Franceses e de outros. Fizemos grande negócio com a escravatura? Claro que sim. Mas esse horrendo tipo de exploração humana sempre existiu; até Platão defende-a como necessária na sua “República”. Alem disso, os factos históricos devem ser analisados nas épocas em que se deram, já que “mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, todo o mundo é feito de mudança”. (Camões).

Porém, nós desenvolvemos os territórios até onde chegaram os nossos navegadores. Fizemos pouco? É evidente, devido ao facto de sermos um pequeno povo e, portanto, não termos capacidade para mais em tão vastos territórios.

Devolvam-nos as escolas, as estradas, os caminhos de ferro, os centros de vacinação e “Cabora Bassa”, é o que se pode contrapor à inqualificável ideia do senhor Rebelo de Sousa! Seria divertido ver os Estados Unidos da América a pedirem à Inglaterra uma indemnização por terem sido uma colónia da dita Inglaterra. (Se o Trump se lembra disto é capaz de pedir).

E fico por aqui. Tudo o mais que tenho para escrever fica para os próximos artigos, o que significa que continuo “no terreno”.

Entretanto espero que os tipos da Google não façam censura por conta própria.







05/03/2025

 

CHEGA DE ANTI RACISMO E XENOFOBIA, PÔRRA!


ISTO É: PÔRRRRRA COM CIRCUNFLEXO E VÁRIOS RR. PRONUNCIA-SE COM SOTAQUE HOLANDÊS! QUEM NÃO SOUBER COMO É, OIÇA UM HOLANDÊS (OU HOLANDÊSA) A FALAR.


É verdade! Volto a escrever no blogue depois de três anos e meio!

No final do último artigo intitulado “Sessenta Anos Depois”, dei a entender que só voltaria a fazê-lo se tivesse dado conta de um grande disparate em qualquer canal televisivo. Estes, de facto, aconteceram, mas não tive paciência para denunciá-los aqui. Mas, então, porquê voltar a escrever? O título explica a razão; porém, antes de ir directo a ele, vou fazer um parêntese para contar o que entretanto me aconteceu.

Estive morto ou meio-morto, como quiserem. O caso deu-se assim: No dia 24 de Janeiro de 2022 minha mulher encontrou-me sentado à mesa com a cabeça caída sobre o tampo; não falava e não esboçava qualquer movimento.

Chamado o “112” fui transportado de urgência para o hospital Amadora-Sintra onde entrei em paragem cardo-respiratória. Os médicos conseguiram “ressuscitar-me”, implantaram-me um “marca-passo” (em inglês “pacemaker”) e puseram-me uma semana em coma induzido.

Quando dei por mim senti uma horrível sensação de estar preso enquanto ouvia várias vozes. Segundo me contaram acordei a cantar ópera e a tentar desesperadamente arrancar o aparelho que tinha sido introduzido debaixo da pele. Tiveram que me prender o braço esquerdo com uma ligadura, enquanto os enfermeiros me impediam de espernear. Segundo eles, fiz uma berraria tremenda na enfermaria para onde me tinham levado.

Levei alguns tempo a compreender onde estava. O barulho era horrível com os outros três doentes sempre a falarem aos malditos telemóveis, e a televisão permanentemente ligada num canal informativo a noticiar repetidamente as tentativas de salvamento de um garoto que tinha caído num pôço em Marrocos, e a concentração de tropas russas na fronteira com a Ucrânia.

Só passados dois ou três dias é que, verdadeiramente, tomei pleno conhecimento da realidade e, após mais uma semana de fastidioso internamento, deram-me alta.

Hoje encontro-me bem, exceptuando as articulações que estão muito perras. Vendi o carro, pois já não me sentia muito seguro a conduzir, e só saio de casa quando necessito ir ao médico. Afinal, já cá cantam oitenta e dois anos.

E “prontos”. É esta a minha história recente, e, como já me alonguei demais (sempre este maldito hábito) o assunto supra citado fica para o próximo artigo. Assim, “o programa segue dentro de momentos” e será um autêntico “discurso de ódio”, como a esquerdalha (na qual acreditei) vai classificar o que irei escrever!

Ainda mais uma coisa: apesar de já ter estado “morto”, continuo com as minhas cervejinhas. Amigas destas não se podem dispensar.


09/08/2021

 SESSENTA ANOS DEPOIS!!!


Fez no dia 4 de Fevereiro, sessenta anos que começou a luta armada em Angola (que depois se estenderia a Moçambique e à Guiné) e que depressa culminou no massacre dos brancos e dos pretos que estavam do seu lado. Os métodos mais atrozes foram utilizados por aqueles selvagens, como demonstraram as fotografias exibidas no Secretariado Nacional para a Informação (para maiores de 21 anos) e pelo nosso representante na ONU.
Salazar fez o que devia fazer, enviando tropas para reforçar o pequeno contingente que lá se encontrava, enquanto os brancos se defendiam com as armas que tinham, desde caçadeiras a pistolas. Muitos pretos inocentes foram mortos, mas era impossível saber de que lado estavam.
Parado no tempo, sem ligar ao desmoronamento dos antigos impérios e à independência, no ano anterior, do Congo Belga, fronteiriço a Angola, elevou o estatuto das Colónias Portuguesas ao nível de Províncias Ultramarinas e, como tal, a total integração no território português. Isto levou que a guerra, logo depois estendida a Moçambique e à Guiné, começasse a arrastar-se por anos, até ter sido substituído pelo cínico e hipócrita Marcelo Caetano. Pobre Salazar! Mal podia supor que as nossas Províncias de além-mar acabassem nas mãos dos comunistas, os seus piores inimigos.
Uma vez no poder, Marcelo Caetano tentou continuar o Salazarismo sem Salazar.
Assim, no primeiro discurso na Assembleia Nacional, começou por frisar que,  primeiro que tudo, era não descurar um só momento a defesa do Ultramar. Eu, que cerca de dois meses antes tinha chegado de Angola depois de dois anos naquela Província, ou Colónia, em cumprimento do serviço militar obrigatório, franzi o sobrolho ao ouvir e ver pela TV aquela afirmação. Afinal, e no que respeitava à guerra, ficava tudo na mesma; mas, o cinismo daquele homem, depressa calou aqueles que acreditaram numa “Primavera Marcelista”.
Assim, a “PIDE” passou a chamar-se “DGS” (Direcção Geral de Segurança); a Censura passou a ser designada por “Exame Prévio” e as Províncias Ultramarinas passaram a ter o estatuto de “Estados”, numa frágil mudança para tentar convencer o mundo que se tratava, efectivamente, de territórios autónomos. Para completar a “mudança” de regime até inventou esta deliciosa frase:  “evolução na continuidade”.
Mas, aquela guerra em três frentes não podia continuar. A juventude começava a desertar, a fugir para o estrangeiro ou a desistir de continuar a estudar. Volta e meia surgiam nos jornais, com um mínimo de destaque, os títulos fatídicos: mortos ao serviço da Pátria. Seguia-se um pequeno texto a informar que morreram em combate os soldados e primeiros-cabos os fulanos tais e tais. Apenas isto numa das páginas interiores dos jornais.
Porém, e ao contrário do seu antecessor, Marcelo Caetano soube tirar proveito da televisão onde, periodicamente, apresentava as suas famigeradas “conversas em família” para fazer propaganda da sua política. Mas, não era só entre a juventude, militarizada à força, que começava a reinar o descontentamento. Marcelo não sabia, ou fingia não saber, que os oficiais e sargentos, já cheios de dinheiro e também, façamos justiça, cansados com consecutivas comissões no Ultramar, começavam a conspirar contra aquela guerra sem fim à vista.
Se já havia capitães milicianos, como foi o caso do comandante da Companhia na qual estive integrado em Nova Caipemba, no norte de Angola, e que declarava a torto e a direito que era gerente de um banco em Faro e que se estava borrifando para a guerra (ainda hoje pergunto como foi possível passar dois anos numa autêntica bandalheira sem a PIDE ou os altos comandos militares saberem), já se comentava com ironia que viria o tempo dos generais milicianos.
Como graças a Salazar Portugal não sofreu os horrores da Segunda Guerra Mundial, e a guerra “fria” que logo começou entre os Estados Unidos e a União Soviética mantinha o mundo numa paz mais firmada pelas bombas atómicas do que pela diplomacia, seguir a carreira militar como profissão tinha muitos atractivos, quanto mais não fosse pelo facto de se ter promoções e ordenados vitalícios. Por isso, havia uma grande concorrência à Escola do Exército, depois pomposamente designada por Academia Militar, onde não havia mais nada que fazer do que obrigar os recrutas que cumpriam o serviço militar obrigatório a serem seus lacaios e passear os galões pelo Rossio para fazer saltar os olhos das órbitas das meninas casadoiras. Tudo bem até aqui.
Mas eis que surgiu a guerra em África, e os pedidos para entrar na aludida Academia caíram a pique. Não é de admirar porque as regalias que tal profissão oferecia mantinham-se na mesma, e as comissões que se recebiam em África atingiam mais do dobro do ordenado base. Mas, como diz o velho ditado, quem tem cu também tem medo.
Assim, a falta de oficiais e sargentos, que já se fazia sentir no final da década de sessenta do século passado, levou Marcelo Caetano a fazer a maior asneira da sua vida. Para estimular os capitães milicianos, decretou que, após um ano de preparação intensiva, estes entrassem nos quadros do exército ao lado dos profissionais. Ora estes últimos para chegarem a alferes tinham que fazer a recruta como simples cadetes, passarem a aspirantes a oficiais e depois a alferes. E, mais alguns anos depois, e após a passagem por tenentes, é que chegavam a capitães. Foi este o verdadeiro e principal motivo do golpe de estado do 25 de Abril de 1974, e não “libertar” Portugal do regime que há mais de quarenta anos o amordaçava. Caetano ainda voltou atrás revogando o decreto, mas já era tarde. A semente da revolta já estava lançada.
Entretanto, em 1973, a Guiné já proclamara unilateralmente a independência logo aceite pela maioria da comunidade internacional. Só por cá é que tudo ficou calado, tendo os Portugueses sabido da “bronca” pela imprensa estrangeira, logo desmentida pela propaganda do regime.
Mas, eis que rebenta mais uma bomba: o general António de Spínola acabara de publicar um livro intitulado “Portugal e o Futuro” que escapara ao “exame prévio” devido à alta patente do seu autor. Nele propunha-se uma federação constituída principalmente por Portugal, Angola e Moçambique. Quanto à Guiné abandonava-se pura e simplesmente, até porque já dispunha de mísseis fornecidos pelos Soviéticos. Além de não se poder lutar contra tal armamento e a contínua perda de vidas portuguesas, aquele território só interessava aos pretos, mosquitos e crocodilos. Spínola sabia-o bem, pois fora governador daquela Província Ultramarina.
A 16 de Março de 1974 inicia-se, nas Caldas da Rainha, uma marcha de tropas a caminho de Lisboa, mas esta primeira tentativa é repelida e os seus chefes presos. Dias depois, os altos comandos militares, vão a S. Bento afirmar a Marcelo Caetano que as Forças Armadas estão unidas e apoiam o Governo. Aqueles senhores passaram para a História como sendo a “Brigada do Reumático”. É óbvio que o general Spínola, entretanto demitido de comandante supremo das Forças Armadas por causa do seu livro, não compareceu. Ainda hoje pergunto como sendo Caetano um homem inteligente, embora hipócrita como todos os que lhe foram prestar juramento, acreditou naquilo que lhe disseram. Por outro lado, sabe-se que já apresentara a sua demissão ao presidente Américo Tomás, que recusou o pedido. Se fosse outro, provavelmente abandonaria o lugar e o presidente que nomeasse um substituto. Teria sido poupado aos vexames a que se sujeitou.
Mas, perguntarão os meus leitores, porque é que este tipo nos está a contar esta história toda? Tenham calma que já lá iremos. Entretanto vou ao frigorífico buscar mais uma cerveja. Mas, continuemos.
Finalmente, e como toda a gente sabe, na madrugada do dia 25 de Abril iniciou-se outro movimento que triunfou. Foi, então, nomeada uma “Junta de Salvação Nacional” constituída por sete militares de alta patente e presidida pelo general Spínola.
Na sua primeira proclamação ao País sobressaía que, para já, Portugal mantinha a sua posição de estado pluricontinental. Ora o que Spínola não sabia (ou fingia não saber) era que nas Forças Armadas militavam muitos comunistas, entre os quais o almirante Rosa Coutinho, um dos elementos da Junta  de Salvação Nacional. E foi o Partido Comunista Português, se bem que na clandestinidade durante a ditadura do Estado Novo, o único que estava suficientemente organizado para o assalto ao Poder que a liberdade agora conseguida lhe concedia. Foi um erro tremendo a sua legalização, bem como a autorização concedida ao seu chefe, o sinistro Álvaro Cunhal, para voltar  do estrangeiro onde se encontrava exilado.
Spínola não teve pulso para uma transição pacífica para uma democracia partidária Cercado pelas tropas revoltosas no quartel do Carmo, Marcelo Caetano chamou-o  para tomar conta do País afim de evitar que o poder caísse na rua e, pouco tempo depois foi proclamado Presidente da República. Mas, não foi só o PCP o responsável pela anarquia que em breve começou a espalhar-se pelo País. À sua esquerda, quais Jacobinos às ordens de Robespierre, formaram-se cerca de doze grupelhos partidários das políticas de Estaline e Mao-Tsé-Tung.
Como paradoxo às políticas daqueles tiranos, em breve surgiram as greves e todo o tipo de reivindicações que quase levaram Portugal à bancarrota. Não foi preciso muito tempo para que a nossa moeda, o escudo, fosse desvalorizada, perdendo o seu estatuto de moeda forte aceite pela maioria dos países. Também começaram as ocupações de propriedades, os assaltos e a formação de gangs de criminosos que ainda hoje persistem.
Uma vez perdida toda a capacidade de mandar e pôr ordem no caos que aumentava de dia para dia, Spínola resignou ao cargo de Presidente da República, tendo sido substituído pelo general Costa Gomes.
Mas, todos os acontecimentos, por mais horrorosos que sejam, têm sempre a sua parte cómica, nem que seja humor negro de fraco gosto. Assim, sucedeu ao Primeiro Ministro Palma Carlos (que se demitiu pouco depois de nomeado) uma figura digna de uma ópera cómica: o coronel (depois julgo que general) Vasco Gonçalves. Os seus discursos inflamados, com os cabelos despenteados e um papel já meio esfarrapado na mão, ainda hoje fazem-me rir. Comunista convicto, idealista, lunático, auto-convenceu-se que conseguiria impor o “paraíso” comunista no nosso País. O seu último discurso em Almada, cujo texto se encontra  na internet, só não faz rir porque faltam as imagens, a que assisti em directo pela televisão.
E, vem a propósito no âmbito da parte cómica de toda aquela situação, recordar que um grupo de pândegos anónimos que se intitulavam anarquistas, volta e meia escreviam frases nas paredes das quais, infelizmente, só recordo quatro. Em relação ao citado Vasco Gonçalves, passado à História como “Vasco louco”, escreveram no muro no Hospital Júlio de Matos em Lisboa (hospital para doentes mentais), as seguintes frases: “Vasquinho, volta para casa” e, algum tempo depois, “já que não vens ao menos toma os remédios”. As outras duas surgiram nos cemitérios e rezavam assim: “a terra a quem a trabalha; mortos fora dos cemitérios” e “mortos das valas comuns; ocupem os jazigos”. Sempre o bom humor do nosso povo.
Voltando ao lado sério, há que salientar que a situação caminhava para os extremos a que chegou a Revolução Francesa. Em Março 1975 um casal foi assassinado por rajadas de metralhadora quando recusou que a populaça apoiada por militares revistasse o seu carro. Havia barreiras de populares que mandavam parar os carros para verificar se tinham armas, motivo para serem logo acusados de fascistas se, por acaso tinham alguma. Isto também aconteceu comigo e a minha mãe foi insultada por populares por andar na rua com um já velho casaco de peles.
Na prisão de Caxias havia mais presos políticos do que no tempo de Salazar e Caetano. Um capitão chamado Otelo Saraiva de Carvalho, recentemente falecido e que fora o estratega do 25 de Abril, dava-se ao luxo de passar mandados de captura em branco, tendo ameaçado encher a praça de touros do Campo Pequeno com “fascistas” e fuzilá-los, tal como Pinochet fizera no Chile em relação aos comunistas.
É interessante ver como os extremos se tocam. Além disso, com outros comparsas, tentou transformar o golpe de estado numa revolução seguindo os princípios de Vasco Gonçalves.
Tendo obtido apenas cerca de quatorze por cento nas primeiras eleições, o PCP teve de se confrontar com a poderosa força das gentes nortenhas. Em Rio Maior surgiram placas nas estradas que conduziam ao Norte com a seguinte legenda: “aqui começa Portugal”. E não tardou que as sedes do PCP e dos outros grupelhos mais à esquerda fossem assaltadas pelo povo, que atirou tudo o que encontrou pelas janelas.
Finalmente, e depois da demissão forçada de Vasco Gonçalves, o almirante Pinheiro de Azevedo que lhe sucedeu, começou a pôr as coisas em ordem, tendo a utopia comunista findado com o golpe de 25 de Novembro de 1975, realizado pelo  comandante dos “Comandos” Jaime Neves secundado pelo general Ramalho Eanes no ano seguinte eleito Presidente da República. Portugal voltava assim a uma normalidade agora baseada numa democracia multipartidária que, infelizmente, começou a enriquecer políticos desonestos e outros que se aproveitaram da Constituição firmada em 1976 e ainda vigente.
Quanto ao Ultramar, esse foi pura e simplesmente entregue de mão beijada aos partidos comunistas que por lá surgiram e em detrimento de outros. Vasco Gonçalves chamou-lhe “descolonização exemplar” à tragédia das guerras civis que logo começaram, e à fuga da esmagadora maioria dos brancos. Tratava-se de impor um regime político absolutamente estranho ao ancestral tribalismo e pôr os pretos espertalhões, como os Santos e os van Dunen a escravizar os seus próprios povos.
Agora, finalmente, vamos ao assunto que motivou a redacção deste artigo.
Quando o Ex.mo Senhor Paulo Portas foi ministro da defesa (não sei porque é que os países têm este tipo de ministério, já que nenhum tem o ministério do ataque) num gesto de pura gentileza, lembrou-se de que ainda havia alguns sobreviventes da chamada Guerra Colonial, e decretou que fosse paga a cada um a choruda quantia de 150 euros por ano. Foi um gesto magnífico que aumentou consideravelmente as reformas dos contemplados.
Depois, no governo do Ex.mo Senhor Passos Coelho, alguém achou que era muito dinheiro, e tirou três euros àquela citada quantia, Tudo bem até aqui. No poupar é que está o ganho.
Mas, eis que SESSENTA ANOS DEPOIS do início da guerra, e quando, como é óbvio, já poucos de nós restam neste mundo, o actual governo acena com mais dádivas de gratidão aos ex-combatentes. Tudo começou com uma carta que recebi de uma tal Direcção-Geral  de Recursos da Defesa Nacional. Ao princípio pensei que era uma brincadeira, apesar do timbre da missiva com a Bandeira Portuguesa em destaque. Acabei por acreditar quando soube que um amigo meu que combateu em Moçambique, também recebeu uma carta do mesmo teor. A desfaçatez do governo leva-me a escrever alguns excertos do conteúdo da carta, assinada por uma tal Catarina Sarmento e Castro.
“Tenho a honra de enviar a V. Exa. o seu Cartão de Antigo Combatente. Este cartão confere aos Antigos Combatentes a designação de Titular de Reconhecimento da Nação, sublinhando o lugar marcante que ocupam na História de Portugal.”
“Como titular deste cartão terá acesso aos direitos consignados no Estatuto de Antigo Combatente, aprovado pela Lei nº 46/2020, de 20 de Agosto, com especial relevo para:
 -Isenção de taxas moderadoras no Serviço Nacional de Saúde;
 -Gratuitidade da entrada nos museus e monumentos nacionais , bem como nos        
  museus militares;
-Gratuitidade do passe intermodal de transportes públicos das áreas metropolitanas e  
 comunidades internacionais;”
                                               Blá, blá, blá 
“Considerando que é da mais elementar justiça valorizar o contributo daqueles que combateram com coragem, lealdade, abnegação e sacrifício, em vários teatros operacionais, foi criada a insígnia do Antigo Combatente (Portaria nº 3/2021 de 4 de Janeiro, a qual poderá ser requerida pelas seguintes vias:”
                                              Blá, blá, blá.

Posto isto, fico sem saber se é melhor rir, chorar ou mandar esta gente à merda, mesmo que esta fique suja. Com que então contribuímos para a História de Portugal, isto numa altura em que os vilões parecem ter sido nós, que a nossa Bandeira foi insultada por um grupo de pretos em frente à Assembleia da República e um canalha racista chamado Mamadou Bá faz uma conferência apelando à morte de todos os brancos! Desgraçado! Se não fossem os brancos nem sabias o que era um espelho ou um chapéu-de-chuva. Ao menos os japoneses adoram-nos graças às novidades tecnológicas que nós, Portugueses, levámos para o Japão Não se trata de gratidão ou de submissão, mas sim de um mútuo e cordial respeito. E todas aquelas ofensas passaram impunes, apenas assinaladas na Assembleia da República pelo deputado Telmo Correia do CDS.
Mas, há mais: a estátua do padre António Vieira, um dos missionários que se interessou pela triste sorte dos índios do Brasil, foi vandalizada, e há quem queira transformar o Museu das Descobertas em “museu da escravatura” e a nossa epopeia marítima em “primeira globalização”. Até parece que nós fomos os únicos na triste História deste mundo a escravizar outros povos. Este fenómeno social existiu desde sempre e até Platão em “A República” se refere à escravatura como uma espécie de mal necessário. E, será que a escravidão só existiu da parte dos brancos sobre os pretos? Também estes fizeram escravos homens da sua própria raça tal como os brancos também fizeram aos da sua cor. E, em termos históricos, foi há infinitésimas partes de segundo que os nazis e os comunistas escravizaram povos inteiros.
Hoje Portugal vive debaixo da ditadura de um Constituição que caminha para os cinquenta anos, e não há maneira de a modificar pois é necessário o voto a favor de dois terços dos deputados, e a este não lhes interessa fazê-lo.
Baseada nos nossos brandos costumes, Portugal passou a receber pretos, brancos e amarelos (já restam poucos peles-vermelhas para virem, também, para cá) sem investigar a fundo ao que vêm e se são necessários ao desenvolvimento do País, e não criminosos ou, simplesmente, parasitas e concedendo com poucas reticências a nacionalidade portuguesa a essa gente, pergunto-me o que será de Portugal e da Europa, a “soberba Europa” de Camões, nas próximas décadas. Receber temporariamente refugiados de guerra, dar asilo aos que fogem de regimes tirânicos, sim; mas, será admissível adoptar tipos que vêm de países riquíssimos como Angola, Moçambique, Brasil e outros só porque não se sabem governar nem criar infraestruturas para as catástrofes naturais que possam surgir? E não há desemprego em Portugal para justificar que estrangeiros ocupem os nossos postos de trabalho? Porque não fazer como a Austrália que só recebe mão-de-obra qualificada quando não a tem entre os seus cidadãos?. Ainda me lembro da ameaça do primeiro-ministro australiano (não sei se o actual) fez quando disse que “aqueles que escaparem dos tubarões no oceano, têm as cobras venenosas à sua espera no deserto.”
Xenófobo? Racista? Serei ambas as coisas se quiserem porque com a idade que já tenho estou-me nas tintas para tudo o que me chamem, mas é triste ver no fim da vida ao que Portugal chegou. Temos um Presidente da República com muitas qualidades, mas que vai ao chamado “Bairro da Jamaica” defender os que atiraram pedras à Polícia, em vez de ir inteirar-se do estado dos agentes feridos. Agora manda milhares de vacinas contra o “covid-19” para Angola porque é um país pobre. Pobre? É melhor rir para não enlouquecer; basta pensar naquela senhora gaja chamada Isabel dos Santos e em todas as máfias  que a rodeiam.
A justiça não funciona porque o código penal, enredado na maldita Constituição,  permite que os processos se arrastem durante anos até prescreverem. Vejam o caso de Sócrates e não só, que anda a rir de todos nós e a gozar a vida com os milhões que lhe “oferecemos” com os nossos impostos.
Toda a classe política está desacreditada e longe vão as primeiras eleições livres de 1975 em que votaram cerca de noventa por cento dos cidadãos. Agora fica-se pelos quarenta por cento, mas os políticos ficam muito admirados fingindo não saber que a culpa é deles.
A pena máxima é de vinte e cinco anos de prisão, mas passados alguns anos, os condenados estão cá fora a preparar novos crimes. As forças policiais são agredidas e desacreditadas pelos juízes, o que só faz com que muitos polícias virem as costas para não se meterem em sarilhos ou serem apelidados de racistas se derem um simples empurrão a um preto. Todos os anos várias mulheres são assassinadas e “gangues” assaltam pessoas nas ruas. Entre eles há garotos com menos de quinze anos porque são inimputáveis. Coitadinhos! Se um cigano é interpelado por um polícia, chama por telemóvel todo o “familório” todo  em seu socorro, como testemunhei há alguns anos  nas Amoreiras.
Mas, para quê continuar com este assunto quando toda a gente se queixa do mesmo mas resigna-se, à boa maneira portuguesa, dizendo que “é a vida”.
“O fado é o veneno da raça”, diz o inesquecível Vasco Santana no filme “A Canção de Lisboa; e Salazar designava-o como “o exemplo típico das lamurias nacionais”. Agora apareceu um tal André Ventura que tem posto em alvoroço o marasmo da Assembleia da República. Por isso têm-lhe feito a vida negra e tentam com todas as forças pô-lo fora de combate. Mas, não será mais um Sócrates ou um oportunista? A ver vamos.
E fico por aqui. De certo modo este blogue acabou porque estou velho e não tenho pachorra para escrever muito mais. Prefiro gozar o tempo que me resta em coisas muito mais interessantes. Se voltar a escrever será apenas por ter acontecido mais uma bronca jornalística que, aliás, foi o propósito com que este blogue começou.
Obrigado a todos que leram os meus artigos, mesmo àqueles que discordam da minha maneira de ver o mundo, ou seja, este famigerado planeta como costumo dizer.

“Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal”.
(Fernando Pessoa)
Ou dizendo de uma maneira “moderna”: ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas dos escravos pretos levados para as Américas. No fim de contas, também está certo.

 

28/04/2021

 HORROR! HERESIA!


O sagrado “Politicamente Correcto” foi vilipendiado, insultado, esmagado, no telejornal da SIC por um preto, calcule-se.

O caso deu-se na desgraçada antiga Província Ultramarina Portuguesa de Moçambique. O comandante da tropa que anda por lá em Cabo Delgado a fazer não sei o quê, mostrava à jornalista da SIC a tragédia humanitária que se abateu naquela região (abateu-se e não vai ficar por ali; lembrem-se do que estou a dizer).

Mas, deixemos estes trágicos acontecimentos para a África Negra cujos países estão em “vias de desenvolvimento” (oiço isto desde as primeiras independências nos anos cinquenta do século passado, o que me leva a concluir que por lá a única coisa que vai para a frente é o atraso) e citemos Fernando Pessoa: “que me importa os homens que sofrem ou que dizem que sofrem. Sejam como eu; não sofrerão”).

Depois deste breve momento de poesia, vamos ao verdadeiramente horripilante caso que deu origem a este artigo. Não é que, ao ser instado pela jornalista sobre se os fugitivos do massacre eram estrangeiros, o senhor comandante disparou com esta: “sim senhora; eram todos de RAÇA BRANCA!!! Calculem a desfaçatez do bom homem, por certo ignorante da nova censura que reina em Portugal e não só. Se fosse cá, e pondo as coisas ao contrário, ai de quem se atrevesse a referir-se em público ou na TV a qualquer ser humano distinguindo-o dos outros pela raça (perdão, etnia). Mas, etnia também não. Como raio poderemos identificar uma pessoa, no caso de um crime por, por exemplo, se não podemos dizer a cor, se tem os olhos em bico, se é loiro, se tem o cabelo preto ou castanho, se é careca, se é gordo ou magro, se é fabricante de panelas (leia-se paneleiro), se tem algum sinal particular, como constava nos bilhetes de identidade do antigamente, se...basta! Estou farto. Voltemos à hipótese de alguém dizer “eram todos pretos”!

Que falta fazem os campos de trabalhos forçados da Sibéria, berrariam os mais acérrimos defensores do igualitarismo como os meninos e meninas do Bloco de Esquerda que se riem quando o “bombo da festa” (leia-se André Ventura) fala na Assembleia da República, mais a velharia que resta do Partido Comunista. E viria logo a repreensão do Ex.mo Presidente da Assembleia lembrando que aquele local é sagrado e, portanto, merece respeito. Oxalá nunca lhe saia da boca (pode acontecer a qualquer um quando perde as estribeiras), citar frases populares como “isso é uma ciganice” ou “não façam judiarias”. É que a imitação de um par de cornos feita com os dedos, já por lá passou. Mentira?


Nota final: porque será que quando olho para a cara daquele senhor lembro-me sempre de um testículo?  

27/03/2021

 CONFINAMENTO MUSCULADO!


No meu tempo (todas as gerações dizem o mesmo), apareciam sempre uns neologismos que se tornavam moda, mas acabavam por caír no esquecimento.
Quem não se lembra do adjectivo “baril” e das frases “já vais aí”, “até choras para andar de Lambretta”, “lá mais para o Verão”, “ainda lá chegas hoje”, 
“ó sorte malvada” e, ainda a designação de “flausinas” e baubaus” como referência aos meninos e meninas “bem”, palavra que também os qualificava socialmente.
É claro que tudo isto tinha algo de gíria, o que não impedia que – e agora falando mais a sério – os neologismos fossem surgindo para ficar; isto aconteceu desde sempre porque, como é óbvio, as línguas não são estáticas quer na fonética, na morfologia e na sintaxe.
Porém, uma das grandes riquezas da Língua Portuguesa é a enorme quantidade de sinónimos, frases idiomáticas e maneiras diferentes de dizer a mesma coisa.
Mas, não vou alongar-me mais. Esta matéria pertence aos linguistas, mesmo aos traidores que elaboraram o famigerado acordo ortográfico e introduziram a pretice “bué”  no nosso idioma, como se não existisse a palavra “muito”.
O que me irrita é ouvir continuamente repetir a mesma palavra ou frase ao longo do texto; sobre este assunto já escrevi alguns artigos, nos quais me referi às pessoas que não são capazes de arranjar sinónimos chamando-lhes papagaios porque, uma vez ouvida uma “nova” palavra, passam a repeti-la como se não houvesse sinónimos.
Alguns exemplos:
MUSCULADO, como perguntou um jornalista a António Costa referindo-se ao grau de confinamento (mais outra palavra que já cansa ouvir). Até o Presidente da República já utilizou a musculatura a respeito já não se de quê; deve ter sido, também, sobre o recolhimento, encerramento, isolamento, privação de poder dar umas passeatas para a alegria dos cães que passaram a ir dez vezes à rua para regar as árvores...numa palavra: CONFINAMENTO!.
SUSTENTÁVEL e a sua derivada SUSTENTABILIDADE!. 
VIRAL! Esta julgo que tem origem o Brasil, donde vêm os mais incríveis neologismos, para não falar dos nomes próprios que, por si só, constituem um incomparável manancial de boa disposição; valha-nos isso.
RESILIÊNCIA! No que respeita a esta “novidade” (que é tão “nova” que até provém do latim) sou capaz de apostar que a maioria dos portugueses desconhece o seu significado.
ASSERTIVO! Mais outro palavrão desenterrado do latim.
LINHA DA FRENTE! Faz-me recordar a minha ida “aos guerra no N’Gola” e onde tive a sorte de ter tido quase sempre “bué” de garrafas de cerveja à minha frente.
WASHINGTON D(i) C(i)! Que bem que soa o nome da capital dos Estados Unidos da América pronunciado assim. É que como somos todos ignorantes, evita-se a confusão entre aquela cidade e o estado do mesmo nome situado na costa ocidental daquele país. Até que temos de convir que soa muito melhor, quanto mais não seja por ser um nome inglês. Pena é que não contenha nenhum “r” para ouvirmos uma vaca espanhola a mungir com uma batata quente na boca. (peço desculpa por abordar outra vez esta comparação).
POPULISMO! Esta começou a estar na moda após André Ventura ter entrado na política. E bem falta fazia para sacudir o marasmo de compadrio e corrupção que reinam em Portugal. Como disse Marques Mendes, foi ele o grande vencedor das eleições presidenciais. Pela minha parte, porém, receio que seja mais um Sócrates (o português) a juntar às quadrilhas que nos têm governado para orientar as suas vidinhas.
AERONAVE! Embora não esteja errada, trata-se de mais uma brasileirice que está a matar a palavra avião. De facto, balões, helicópteros, aviões, foguetes e agora os “drones” são tudo máquinas voadoras. Mas, em Portugal, desde o início da aviação, e como o francês estava na moda, instalou-se rapidamente a palavra avião, derivada de “avion”. Esta designação foi dada por um dos “Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras” (quem não viu este filme?), o francês Clement Ader que a foi buscar ao latim “ave”. A título de curiosidade, acrescento que aquele “maluco” morreu velho, talvez por o seu “avion”, movido a vapor, só ter conseguido dar uns pequenos saltos nos “voos “ de demonstração. 
EXPECTÁVEL! Como era de esperar, ou “expectável”, é mais uma imitação vinda do Brasil.
TER CERTEZA! (idem). Falta o artigo definido. 
ARRASTO! (idem). Em Portugal diz-se atrito.
CRUCIAL! (idem). Seria interessante usar, uma vez por outra, a palavrafundamental, só para variar.
LETAL. (idem). O abuso deste adjectivo matou os termos mortal e mortífero.
PROGENITOR(A). Quem trabalha na empresa de traduções audio-visuais“Moviola”, parece desconhecer as palavras pai e mãe. É comum assistirmos a um desses maravilhosos documentários sobre a Natureza, e termos de ler o progenitor ou a progenitora (até por duas vezes na mesma frase) durante todo o documentário.
E fico por aqui para não tornar esta lenga-lenga musculada. Por isso, e já que palavras como debate, discussão, em análise, etc. resolveram saltar para “cima da mesa”, deixo esta questão a quem me lê também EM CIMA DA MESA.

PS. Uma curiosidade: há dias ouvi na TV uma senhora francesa referir-se ao trabalho em casa como sendo on ligne. Engraçado, não é?
E, já agora, mais outra: já repararam no pleonasmo inventado pela jornalista Clara de Sousa? Trata-se, simplesmente, de “TOTAL GLOBAL”. E esta, hem? como dizia Fernando Pessa.

01/01/2021

 Preto, negro, negroide, castanho, de cor, etc.

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Não há paciência para aturar as ridículas cenas que se têm passado no futebol e não só.
Aqui, é uma equipa que se retira do campo porque o árbitro se referiu a um jogador pela cor da pele; ali é um jogador que é punido por fazer o mesmo; por cá, um tal Marega sai do campo porque estava farto dos insultos a que era sujeito por parte do público. Sujeito comum: o complexo que essa raça tem em relação à cor da sua pele.
Porque será que isto não acontece com os brancos? E com alguns árabes e indianos que também têm a pele escura? Talvez porque as suas culturas milenares não lhes tenham criado esse complexo, ao contrário dos pobres pretinhos que se deixaram escravizar durante séculos, tanto por árabes e europeus.
Por favor: acabem com essa mania do “politicamente correcto” e, se tiverem dúvidas, arranjem um grande grupo de negros com entradas gratuitas para um jogo de futebol para chamarem à vontade brancos aos jogadores caucasianos. Verão se algum se importa.
Entretanto vamos pagando a um tal senegalês chamado Mamadou Ba que está à frente dessa palhaçada intitulada “SOS Racismo”, e que, segundo julgo saber, é uma filial dessa garotada do “Bloco de Esquerda”. Esse tipo espalha o ódio racial, ataca a nossa História e a Civilização Ocidental, e apregoa a morte de todos os brancos. Factos como este, e que eu saiba, a actual censura não deixa passar na televisão; por isso procurem o nome daquele canalha no youtubee oiçam o que ele diz.
E, para terminar, também não seria má ideia enviar essa tal Joacine qualquer coisa para a Guiné, de preferência num barco a remos. Pretos como ela e o tal Mamadou Ba, não fazem cá falta nenhuma. Afinal, queriam a independência e vêm atrás de nós?
O problema reside nesta maldita Constituição que permite que nos insultem no nosso próprio País! Para quando uma revisão profunda?


21/12/2020

 JOSÉ RODRIGUES DOS SANTOS E O SEU “BITÔVEN”!

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É fantástico como um jornalista que considero culto pronuncie de uma forma ridícula o nome de Beethoven. Será por piada, já que tem a mania de se fazer engraçado quando apresenta o telejornal da RTP-1, ou é mesmo ignorante no que respeita a um dos maiores compositores de todos os tempos? Prefiro acreditar que com a mania que todos os portugueses têm de falar inglês, o citado jornalista confunda os dois “e” com o som “i”; basta ouvir como pronuncia “Trump”, que mais parece uma vaca espanhola com uma batata quente na boca! Pronuncie à portuguesa, homem! Ou, se quiser, aspire ligeiramente o “h” e ficará praticamente igual ao alemão, gaita. (a interjeição até fica bem, já que se trata de música).
E, já que falei desta endémica faceta lusitana de papaguear todas as línguas do mundo, vou relatar um caso que presenciei in loco (ou no terreno). Vinha com a minha mulher da encantadora ilha do Porto Santo, sobrevoando mares há seiscentos anos navegados por João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira, eis quando uma passageira se sentiu mal. Como havia duas médicas a bordo, uma portuguesa e uma italiana, passaram o resto da viagem ao pé dela, tendo uma ambulância vindo buscar a senhora após a aterragem.
Estávamos à espera das bagagens quando surpreendi a médica portuguesa a dizer para o presumível marido, com a voz impregnada da mais intrigante admiração: “a minha colega italiana não falava inglês”!!!
Ainda estive para intervir, mas como seria um acto de falta de educação, abstive-me.


07/10/2020

 Adeus, Quino!


Em Dezembro de 2014 escrevi um artigo intitulado Parabéns, Mafalda”, associando-me às comemorações dos cinquenta anos do nascimento da tua “filha”. Agora, ao saber da tua morte, não podia ficar calado e prestar-te uma homenagem póstuma.

Viste a realidade do mundo como ninguém; nunca tiveste a ilusão de um “mundo melhor”; não quiseste ter filhos para não seres responsável por pôr mais seres humanos neste mundo cruel!

Mas, em compensação deste vida à Mafalda e ao seu irmãozito Gui. Tiveste a genialidade de acrescentar à “contestatária” os seus amigos, cada qual com as suas diferentes personalidades tão bem vincadas.

A Susaninha, apenas preocupada em vir a casar com um homem rico e ter muitos bebés; o Manelito, apostado em ser dono de uma grande cadeia de supermercados; o Filipinho, o eterno depressivo e angustiado com o começo das aulas, e incapaz de se declarar a uma miúda de quem gostava; o Miguelito, o tipo de pessoa prática que, apesar de algumas dúvidas, deixa-as para outro dia; os progenitores da Mafalda, o pai apaixonado por plantas e pelo “dois cavalos” que comprou a prestações, e a mãe, a clássica dona de casa da época, e que continua a existir na maior parte do mundo. Finalmente, a minúscula Liberdade, expedita até mais não, filha de um casal de extrema-esquerda, a tal facção de idealistas que quer endireitar o mundo, mesmo que para isso tenham de cometer as maiores atrocidades, como aconteceu (e ainda acontece) nos países comunistas. São os paradoxos da triste condição humana.

Partiste, Quino, é um modo mais suave de dizer que morreste, porque o ser humano gosta de “dourar” as coisas, mesmo que a situação seja a mesma. Sei que não levaste boas recordações deste mundo onde a vida, para sobreviver, se devora a si mesma! O mundo, aquele que conhecemos e que tão bem caracterizaste nas tuas quase duas mil “tiras”, continuará afogando-se na loucura das novas tecnologias e no aumento exponencial de seres humanos, até que estes se devorem a si próprios ou sejam esmagados pelos seus próprios inventos.

Partiste, repito; e, como escreveu Fernando Pessoa, cuja obra não tenho a menor dúvida que leste, “sem ti correrá tudo sem ti”. Fica a tua monumental obra plena de sabor agridoce porque “a miséria do mundo deve provocar o riso nas nossas almas”. (Li-Tai-Pó, poeta chinês do século VIII dC). E já que estamos em momento de poesia, lembrei-me de transcrever este excerto do poema de Fernando Pessoa (Álvaro de Campos) intitulado “Tabacaria”.

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Mas o dono da tabacaria chegou à porta e ficou à porta.

Olho-o com o desconforto da cabeça mal voltada

E com o desconforto da alma mal entendendo.

Ele morrerá e eu morrerei.

Ele deixará a tabuleta, e eu deixarei versos.

A certa altura morrerá a tabuleta também, e os versos também.

Depois de certa altura morrerá a rua em que esteve a tabuleta,

E a língua em que foram escritos os versos.

Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.

Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente

Continuará fazendo coisas como versos e vivendo debaixo de coisas como tabuletas.

Sempre uma coisa defronte da outra.

Sempre uma coisa tão inútil como a outra.

Sempre o impossível tão estúpido como o real.

Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície.

Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.

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