Durante a chamada “época de incêndios” (que não
existia no tempo da “velha senhora” em que a maioria dos comboios era a vapor e
o português, sempre descuidado, atirava a “beata” pela janela do automóvel),
alguns jornalistas resolveram traduzir o nome da firma canadiana Bombardier.
Como alguns desses aviões são utilizados em Portugal
contra esse flagelo, passámos a atacar os incêndios com "AVIÕES BOMBARDEIROS”!
Não há dúvida que, para além da arte do desenrasca, temos inventores
excepcionais, como provam os prémios que muitos deles ganham no estrangeiro.
Sugiro, até, que aos inventores desses aviões, seja atribuído o Prémio Nobel;
ficaríamos com três, o que não era nada mau.
E, já que falamos de incêndios, pergunto: para quando
um governo com coragem para ordenar aos militares do exército que façam a
vigilância e o combate a esse inimigo interno? É claro que isto é uma utopia.
Se fosse assim, como arranjariam tempo para brincar aos polícias e ladrões com
os dispendiosos carros de assalto, ou irem ganhar bom dinheiro na Bósnia ou no
Afeganistão?
Estava quase a terminar este artigo quando ouvi um dos
comentadores do jogo de futebol Portugal vs
Albânia dizer, após a execução do nosso hino: "foi fantástico ouvir estes
milhares de pessoas cantarem a capella!"
Ora este termo italiano, universalmente aceite,
significa cantar sem acompanhamento instrumental, o que não foi o caso. De
resto, pergunto como seria possível afinar esses milhares de pessoas para
começar todas no mesmo tom, para além da ausência de um maestro que, no mínimo,
teria de dar a entrada. E a verdade é que, apesar da habitual desafinação,
todos terminaram praticamente ao mesmo tempo.
Mais uma vez, assistimos à mania que alguns apresentadores
têm de acrescentar coisas das quais pouco ou nada sabem. Bastava a omissão
daquele termo italiano, e tudo teria sido, de facto, fantástico. Excepto o
resultado do jogo, claro.
A propósito de acabarem todos quase ao mesmo tempo,
veio-me à memória um cartoon parodiando
uma banda que tocava num coreto de aldeia: no final, um dos músicos de pé,
apontando para uma página da sua pauta, perguntava: “já acabaram? A mim ainda me
falta uma página”!
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