ACABEM COM OS EXAMES!
Viva a ignorância!
Até agora faziam-se exames cada vez mais fáceis para facilitar as passagens de ano dos alunos, permitindo aos governos de oportunistas, incompetentes e corruptos que temos tido apregoar as maravilhas das suas reformas na (des)educação.
Hoje propõe-se, simplesmente, a sua extinção com o apoio da senhora Catarina, a mulher que se fosse primeira-ministra resolveria todos os problemas do País, e o senhor Jerónimo, parado no tempo vai para cem anos!
Continuem a reduzir o número de escolas, fazendo exactamente o contrário do que Salazar fez, embora o acusem de ser o culpado do estado de analfabetismo em que os Portugueses se encontravam aquando do 25 de Abril.
Sou um velho de 73 anos e posso afirmar o contrário porque todos os meus estudos foram feitos nessa época.
Felizmente, alguém se lembrou de reeditar os livros da Instrução Primária do Estado Novo que reli com entusiasmo e algum saudosismo. É óbvio que discordo (como nesse tempo) de muita coisa que éramos obrigados a saber, como seja a Doutrina Cristã e o modo como se disfarçava (e contornava) as broncas dos nossos Reis.
Mas, “mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”, e, como sempre, nada é perfeito. Por isso recomendo aos senhores deputados nomeados, como sabemos, pelos partidos e não pelas suas capacidades, que comprem esses livros (mesmo com o dinheiro dos contribuintes) leiam, e aprendam!
Porque será que após a instauração da chamada democracia, no início dos anos lectivos, escolas, livros e professores nunca estão prontas ou colocados a tempo? Dantes, as aulas começavam sempre num dos primeiros dias de Outubro, variando apenas em função dos domingos e do feriado do dia cinco, comemorativo da implantação de República.
Curiosamente, era raríssimo um professor faltar às aulas. Será que eram menos susceptíveis às doenças do que após o 25 de Abril? E que as professoras grávidas não tinham enjoos?
Não brinquem comigo! Porra, porra e mais porra até nas profundezas do Inferno.
Na Internet, (e não só) encontra-se a maior colectânea de erros que já me foi dado ler. É de bradar aos céus! E, estou só a referir-me a textos escritos por portugueses, porque os de brasileiros e de outros países da chamada “Comunidade de Países de Língua Portuguesa” (agora com o apêndice mal cheiroso da Guiné Equatorial), por vezes até se tornam incompreensíveis!
Não contentes com isto, ainda fazem acordos ortográficos para aumentar o caos da ignorância e daqueles que ainda insistem em saber escrever português. E o Zé Povinho, como sempre, murmura contra a situação, mas aceita tudo com a habitual indiferença, apoiada na tradicional frase "tudo isto é fado". O que se pode fazer?
Posto isto, sugiro que acabem com as avaliações de professores e alunos. Afinal para que servem? Temos os grandes exemplos do senhor Silva e da senhora Assunção, as duas primeiras figuras na hierarquia da Nação. (Ao ouvir este nome recordo o nome da porteira de um prédio em que vivi quando era garoto. Nunca a vi fazer tristes figuras ou ser mal-educada; sabia estar no seu lugar).
Entretanto, como “o povo é sereno”, vamos rindo a ver e ouvir as broncas que aquelas duas personagens deram durante os seus mandatos, atingindo o primeiro a linda soma de 21 anos! E eleito pelo povo cinco vezes, como ele se gaba.
É como a louca “cantora” Natália de Andrade, que se vangloriava de ter sido a cantora lírica portuguesa que mais discos vendeu. E é verdade!
Há já muito tempo que tinha começado a organizar uma colectânea de fotos, recortes de jornais e gravações de TV com os patéticos disparates e figuras do senhor Silva. Hoje, graças à Internet, torna-se muito difícil escolher as "melhores", até porque a primeira tem graça, a segunda passa e a terceira já maça!
Todos rimos com os discursos do Almirante Américo Thomas. Foi, como Presidente da República, uma figura anódina, que convinha ao Regime depois da “tempestade" provocada pelo General Humberto Delgado em 1958. Tinha eu 15 anos e recordo como se fosse hoje quando fugi de um autocarro próximo do Saldanha. Havia um comício de apoio a General "sem medo" no Liceu de Camões, e a GNR, a cavalo, carregava sobre os manifestantes. Estes, por sua vez, respondiam com os calhaus soltos que abundavam por todo o lado devido às obras de construção do túnel do metropolitano.
Mas, antes de se sujeitar ao triste papel para que foi nomeado, Américo Thomas foi Ministro da Marinha, elevando-a a um nível só comparável ao do tempo das caravelas.
Posto isto, que obra ficará do senhor Silva? A obra de destruição do País que, como “bom aluno” da CE levou a cabo? Possivelmente nem uma colectânea de anedotas ficará para a História, porque nem isso merece.
Compilei e publiquei neste blogue as anedotas que a minha memória gravou do tempo de Salazar. Porém, sobre o senhor Silva, garanto que não “façarei”.
Quanto à senhora Assunção, sugiro que procurem na internet as tristes figuras que fez nas poucas vezes que "presidia" à Assembleia da República, e divirtam-se com os seus “conseguimentos”.
Nota:
Segundo uma revista de turismo brasileira, saída há cerca de quinze anos, entre as mais fantásticas
dissertações sobre Portugal, encontra-se esta:
“Lisboa foi quase totalmente destruída durante a Segunda Guerra Mundial mas, o primeiro-ministro
da altura, o Marquês de Pombal, reconstruíu-a segundo a traça original” !!!
Não acreditam? Tenho uma fotocópia.
Desabafos:
“Livros são papeis pintados com tinta.
“Estudar, é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma”.
“Quanto é melhor, quanto há bruma,
“Esperar por D. Sebastião, quer venha ou não.
(Fernando Pessoa in “Liberdade”).
…
“Vamos pôr os colarinhos e as gravatas! Ponhamos as máscaras sérias! Não faz mal se não tivermos cabeça, basta termos chapéu. Patrão, o mundo merece que lhe cuspamos em cima”
(Nikos Kazantzaki in “Alexis Zorba” – “o Bom Demónio” na tradução portuguesa.)
Começou por ser uma tentativa utópica para corrigir os disparates que se ouvem, vêem e lêem na comunicação social neste mundo louco onde reinam a estupidez e a ignorância. Finalmente, decidi-me a escrever sobre tudo o que me ocorrer e achar relevante ou divertido partilhar!
24/12/2015
13/12/2015
AI, MARCELO, MARCELO!
Todas as sondagens indicam que o senhor
será o nosso próximo Presidente da República.
Se tal acontecer, ficarei relativamente
satisfeito, porque voltaremos a ter um Presidente culto e que não fará cenas
tristes em público, como mandar encerrar o espaço aéreo sobre o local das férias,
fugir de uma manifestação de garotos ou comer com a boca aberta.
É óbvio que, como Presidente da
República, terá de engolir muitos sapos vivos, como receber com honras e o
melhor dos sorrisos outros presidentes ou reis, mesmo que alguns sejam uns
autênticos filhos da...mãe. A hipocrisia humana acima de tudo, ou melhor, o
dinheiro e os interesses económicos como deuses supremos.
Como já referi no artigo “em 2017 vem aí
o Chico”, a sua alegria vai ser enorme, como católico que volta e meia sente o
dever de apregoar.
Aqui, porém, a hipocrisia não será tão
grande, como quando manifestou no programa da RTP “Prós e Contras” sobre o qual
também escrevi um artigo (Junho de 2010). Aí, comento o facto de o senhor
duvidar da veracidade do documento Crimen
solicitaciones sobre a pedofilia na igreja que o senhor tanto respeita, e
de que foi guardião o cardeal Ratzinger, na altura papa.
São suas as palavras respeitantes à
alegria que todos os católicos iriam sentir com a visita do seu chefe
espiritual.
Mas, não é só por este motivo que
resolvi escrever este artigo que, o mais provável, é o senhor nunca vir a ler.
Foi um acaso fortuito, quando uma dessas
repugnantes revistas dedicadas a bisbilhotar a vida de personalidade falsamente
célebres, me passou pelas mãos.
Sem querer meter-me na sua vida privada
(sempre este modo de expressão em que dizemos coisas como sem querer ser
indiscreto, ou para não dizer que e acabamos por fazê-lo), sou levado a fazer
outro comentário sobre o seu catolicismo.
Segundo o tal pasquim, o senhor está
separado de sua mulher, mas não quer pedir o divórcio. Concordo plenamente,
porque segundo a sua crença, o que Deus uniu, (ou o padre) o Homem não pode
separar.
Mas, e a acreditar no que lá está
escrito, com fotografias tão próprias do exibicionismo que tanto aprecia, (recordo
a figura que fez quando se atirou ao Tejo para provar que não estava poluído), o
senhor tem uma relação com outra mulher, mas à distância.
Portanto, e segundo o que tentaram
impingir-me sobre a conduta moral dos católicos, o senhor vive em pecado
mortal, mesmo que venham a inventar-se as “quecas” à distância ou virtuais (não
confundir com virtude). Trata-se de mais uma contradição dos que se dizem
católicos, como os que são ricos e embora sabendo que “é mais difícil um camelo
passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus”, não
abdicam das suas fortunas.
Mas, tudo bem. Repito que não tenho nada
com isso e, sinceramente, desejo-lhe as maiores felicidades se for eleito
Presidente da República desta ditosa Pátria nossa amada. Só o que não entendo,
é o que leva as pessoas a meterem-se sem necessidade em naus, sabendo que
poderão arrastar grandes tormentas.
Desabafo:
“Oh gloria de mandar! Oh vã cobiça
Desta vaidade, a quem chamámos fama!
Oh fraudulento gosto, que se atiça
C’huma aura popular, que honra se chama!
“Os Lusíadas” Canto IV, estância XCV.
Edição de 1865.
01/11/2015
CARNE PROCESSADA? QUALQUER DIA MORREMOS DE FOME!
Tivemos as vacas loucas, a gripe das aves, a gripe suína e, agora, a chamada carne processada (entenda-se produtos de charcutaria, como enchidos, fiambre, paio, etc.).
Francamente! Não tenho pachorra para tantas “paneleirices” (perdão, mariquices, como se dizia no meu tempo, já que a primeira designação era tabu).
Se alarmes deste tipo continuarem a surgir, aumentados pela ganância de tragédias tão do agrado dos jornalistas, haverá muitos idiotas capazes de passar fome ou de seguir dietas absurdas, julgando que chegarão aos cem anos.
Pela minha parte, nunca receei um bife de vaca “louca”, porque louco já nasci; no restaurante onde regularmente almoçava antes de me reformar, exigia ao empregado que a carne de vaca (ou de boi, sejamos democráticos) fosse de uma vaca louca (ou boi louco). Isto tanto provocava risos como desconfiança entre os comensais, o que me divertia bastante.
A gripe das aves também não me preocupou. Não sou ave, e quando voo é de avião e, segundo sei, estas máquinas voadores são imunes a tais vírus. (Excepto aos mísseis).
A gripe suína também não, porque não sou porco.
Quanto ao futuro, talvez a próxima “epidemia” (e porque não pandemia?) talvez atinja a cerveja. Oxalá! Será mais um estímulo para continuar a deliciar-me com esse precioso líquido dourado e espumoso.
Quanto ao futuro, talvez a próxima “epidemia” (e porque não pandemia?) talvez atinja a cerveja. Oxalá! Será mais um estímulo para continuar a deliciar-me com esse precioso líquido dourado e espumoso.
Para terminar, sugiro aos especialistas de tragédias, que espalhem que os tremoços (antigamente conhecido por “marisco do Eusébio”) também fazem mal a qualquer coisa. Não importa a quê, porque "o que é preciso é avisar a malta." (José Afonso).
Desabafo: sem querer cair no extremo oposto, ocorreu-me citar Winston Chuchill, que dizia que o grande segredo da longevidade, era beber, fumar e não fazer exercício físico.
Morreu com noventa anos!
23/10/2015
DEUS TAMBÉM CHORA?
DIABOS ME LEVEM! SÓ ME FALTAVA SABER
MAIS ESTA!
‘Diabos me levem’, repito! Esta frase
tão popular, não tem nada de mal porque o dito ser também é uma criatura de
Deus. Portanto, deve ser respeitada.
Eu próprio, que sempre adorei animais, não
hesito em comer os que a minha cultura ou gosto consideram comestíveis. Quanto
aos vegetais, não vejo grande diferença, já que também são seres vivos. Mas, há
que sobreviver, mesmo sabendo que, mais tarde ou mais cedo, a morte surgirá a
tudo o que vive.
E, a propósito de comer: será que os
antropófagos também eram responsáveis pelos seus costumes dietéticos? Será que
tinham consciência da velha justificação que Deus dá a liberdade ao Homem?
Sendo assim, quem é o responsável pelas catástrofes naturais?
Que estranha “criação” é esta, a de um Deus
que alimenta a vida de vida e arrasa tudo com dilúvios para ficar tudo na
mesma!
E que grande é a hipocrisia daqueles que
deliram com o triste espectáculo que é uma tourada, e dos seus “actores”, que
costumam rezar pedindo a protecção divina contra a hipótese de uma cornada!
Por ironia, chego a imaginar as discussões
que devem ocorrer no céu entre S. Francisco de Assis, considerado pelos
cristãos o protector dos animais, e o seu divino patrão, quando tomam
conhecimento daquelas preces.
Devem ser mais azedas do que a palhaçada
(ambição do poder) a que vimos assistindo entre o Coelho e o Costa, com a Catarina
e o Jerónimo pendurados no segundo.
Papa Francisco: ao afirmar que “Deus
chora por causa da pedofilia dos clérigos”, então devia dizer que ele não faz
mais nada, já que o citado crime é apenas uma gota de água neste vale de
lágrimas; chego a pensar que esta designação do mundo tenha tido origem na tal
choradeira divina.
Se quer reformar a Igreja de que é chefe
supremo (será?) e não deixá-la atrasar-se cada vez mais em relação ao mundo
actual, terá que fazer uma reviravolta total. Mas, cuidado! Lembre-se do que
aconteceu a João Paulo I, hoje completamente olvidado!
Por mim estou-me nas tintas, como se
costuma dizer.
Embora historicamente próxima, a verdade
é que a Idade Média, técnica e
racionalmente falando, está já muito distante. Hoje sabemos que o número de
estrelas existentes é de dez elevado a sessenta, mais do que todos os grãos de
areia de todas as praias da Terra!
Seria absurdo pensar que só existe um
planeta onde se manifestou a “Criação” e que “no Princípio, Deus fez o Céu e a
Terra” como consta no Primeiro Testamento da Bíblia, esse testemunho da
mitologia hebraica enigmaticamente considerado como sagrado para parte da
Humanidade.
Quando era criança, “ensinaram-me” que
as igrejas eram as casas de Deus e que as trovoadas aconteciam quando “Nosso
Senhor” estava zangado. A mim, parido e educado na capital de um país europeu
em meados do século XX!
Mas, não tenho culpa de ter nascido com
o bichinho da curiosidade e, já crescidote, reparei que as igrejas tinham
pára-raios! E, não foi preciso mais para me tornar céptico a todo o tipo de
dogmatismo.
Felizmente, vivi o suficiente para ver a
revolução que se está a operar no conceito de Cristianismo, graças a
verdadeiros heróis da pesquisa que não fazem como as avestruzes.
Cito apenas três: padres Mário de
Oliveira e Carreira das Neves, e o jornalista e escritor José Rodrigues dos
Santos.
Concluo repetindo: diabos me levem, se
me entendo com gente que acredita sem investigar tudo o que lhe impingem.
Desabafo: “Deixem-me ir sozinho para o
Diabo, ou vão para o Diabo sem mim”! (Fernando Pessoa).
12/09/2015
DÊ O EXEMPLO, PAPA FRANCISCO!
Ao recomendar que todas as paróquias do mundo devem
receber os refugiados de mais uma tragédia da História, à qual outras se
seguirão, já que o mundo, a meu ver, só mudou tecnologicamente, ordene aos seus
subordinados do Vaticano que façam o mesmo.
Muito melhor do que eu, sabe as centenas de divisões
que constituem o ‘palácio dos papas’, cargo que o senhor, actualmente, detém.
Sabe, também, das incalculáveis riquezas que lá se
encontram, a grande maioria roubadas aos não católicos, ou oferecidas por estes
a troco de “favores” divinos” ou por medo do Inferno. Felizmente que este,
inventado por membros da sua ‘seita’, foi extinto pelo agora santo (?!) João
Paulo II.
Compreendo, perfeitamente, o seu receio em lutar
contra a máfia da qual é rei absoluto. Mas, também é verdade, que tem mostrado
alguma coragem nalgumas das suas decisões, como seja não aparecer ao seu povo
dentro daquele ridículo “papamóvel”, onde se passou a deslocar o tal “santo”
depois do balázio que apanhou.
Quando, em 2017, vier a Fátima, e se não se submeter a
tal vergonha (e julgo que sim) quem vai sofrer são as centenas de seguranças,
já que a “virgem”, com a sua mão, poderá estar a aprender como desviar as balas
das vítimas do chamado Estado Islâmico.
Por isto tudo, sugiro-lhe que ordene a cedência do
espaço e do dinheiro suficientes para ajudar os que fogem da guerra, o que é
totalmente diferente daqueles, principalmente da África negra, que são
incapazes de se governar e ainda fazem exigências quando se instalam na Europa.
“Este Portugal é uma merda”, ouvi um preto (perdão, negro) dizer certa vez, e
tive de ficar calado porque o anti-racismo primário que hoje reina nesta
ditadura da democracia, viria a arranjar-me problemas. (Porque será que, no
Funchal, a Rua das Pretas ainda não mudou o nome para Rua das Negras como, em
Lisboa, existe o Poço dos Negros?)
Também estou curioso por saber se já leu os livros do
Padre Mário de Oliveira, e se o vai receber como ele pediu. Porque, das duas
uma: ou o senhor acredita em Fátima e em todas as “aparições” e “milagres” de
que o mundo é prenhe (está no seu direito e eu respeito), ou não acredita e,
neste caso, tem o dever moral de as desmistificar. Quanto muito, lançar a
discussão sobre este assunto e explicar tantos outros como a idolatria das estátuas
e a origem das finanças do Estado a que preside. A ver vamos. Mas, cuidado!
Lembre-se do que aconteceu ao Papa João Paulo I, embora pela lógica cristã,
deva ter sido a vontade de Deus.
……………….
Depois de mais este arrazoado contra a Igreja Católica Apostólica Romana, ocorreram-me as seguintes perguntas:
No caso português, que é o que me interessa, de que é
que vive essa instituição?
1- Será verdade que está isenta de impostos?
2- Como é que são feitos os pagamentos a toda aquela
hierarquia, desde os cardeais até aos padres e freiras? Serão mensais, como é
mais comum, e os recebedores passam recibos verdes ou de qualquer outra cor?
(Perdoem-me a piada).
3- Serão originados por dádivas voluntárias,
transferidas do fabuloso Banco do Vaticano, ou impostas pelos Governos nos
nossos…impostos?
Conclusão: poderia fazer mais perguntas, mas fico por
aqui.
Apareça um candidato a primeiro-ministro que responda
a estas perguntas e, se for verdade o que questionei, prometa (sem palavra de
político) que vai aplicar as medidas necessárias para resolver estes assuntos.
Não tenha medo! Hoje, devido às novas tecnologias, as “aparições”, como as de
Fátima, seriam impossíveis.
Se esse improvável candidato surgisse, revalidaria o
meu cartão de eleitor que, por este e outros motivos, rasguei há muitos anos.
……………..
Desabafo:
“Pois Deus dá licença que o que não existe seja
fortemente iluminado”
Fernando Pessoa (“Realidade” de Álvaro de Campos)
24/08/2015
TENHA CALMA, Sr.ª MAIA!
(Perdão, MAYA, que sempre é mais
aristocrático).
Tenha calma e educação! Não sei quem foi
que a nomeou como “apresentadora” da TVI, mas espero que lhe tenha dado um
valente puxão de orelhas após o agastamento que o sorriso do padre Mário de
Oliveira lhe provocou quando falou de Fátima, durante a entrevista.
Se vossemecê (termo usado por Lúcia e
que é uma honrosa contracção de vossa mercê) fosse, de facto, uma
apresentadora/moderadora, nunca teria manifestado as suas convicções e
agressividade, mantendo-se neutra como devia. Até porque o padre Mário de
Oliveira, como bem educado que é, não usou ali expressões hostis, como faz no
seu livro, e que só atingem quem tem telhados de vidro; apenas sorriu.
Além disso, vossemecê, que “prevê” o
futuro, não foi capaz de topar que um dos seus clientes era um jornalista, que
escarrapachou toda a “consulta” numa revista saída recentemente. E depois foi
um bico d’obra para lhe passar a factura de cem euros.
Mas a culpa, claro, não é toda sua.
Sempre a eterna crendice humana e os espertalhões que dela se aproveitam.
Para terminar, peço-lhe que adivinhe um
dos próximos números premiados do “totomilhões” e mo comunique. Dou-lhe a
percentagem que quiser, para juntar àquele que, com as suas “consultas”, lhe
vai saindo a prestações! Aceita?
22/08/2015
PARABÉNS, PADRE MÁRIO DE OLIVEIRA!
Parabéns e todas as saudações possíveis
a um padre que tem a coragem de desafiar o mito de Fátima que os seus chefes
impõem. E quantos mais haverá que, por medo, fanatismo, sadismo ou vergonha não
são capazes de fazer o mesmo.
“Conheci” o padre Mário num programa do
canal Odisseia, transmitido em 2008 e que, felizmente, gravei devido ao
interesse do tema focado: FÁTIMA!
Há dias soube que tinha saído um livro
escrito por um padre chamado Mário de Oliveira, com o sugestivo título “Fátima
S.A.”
Curioso, procurei na Internet informações sobre o autor e, quando o
vi durante uma entrevista televisiva, notei que aquela cara não me era
estranha.
Revi o programa gravado e tive o prazer
de verificar que era o mesmo padre que, com linguagem maravilhosamente simples
e chamando as coisas pelos seus nomes sem qualquer receio, punha a nu toda a
fantochada do “teatrinho das aparições”.
Já o escritor João Ilharco, no tempo da
chamada ‘primavera marcelista’, publicara um livro intitulado “Fátima
Desmascarada” que consegui adquirir à socapa. Ainda hoje faz parte da minha
biblioteca.
Passado tanto tempo, apenas me lembrava
dele quando era “apanhado” pelas intermináveis transmissões que a televisão
pública deste Estado, dito laico, oferece aos telespectadores a troco da taxa e
da publicidade, tantas vezes enganosa.
Tive agora a grata satisfação de comprar
o livro do Padre Mário de Oliveira e tomar conhecimento de que já escrevera
outro intitulado “Fátima Nunca Mais”, que vou comprar a seguir.
A minha satisfação aumentou (e
espantou-me) ao saber que o primeiro teve onze edições e que o actual, embora
saído há apenas três meses, já vai na terceira! Parece de haver muita gente a
querer abrir os olhos, embora eu não partilhe desse optimismo; maior que o
Universo, só a crendice humana.
Recordo, a este propósito, uma frase que
li quando era garoto num livro de ficção científica e que já citei neste
blogue: “todos aqueles que não têm espírito de crítica por tudo o que julgam
ter uma certeza ou uma finalidade, estão condenados a alimentarem-se de
sombras”!
Mas o ser humano, como disse José
Saramago, precisa de acreditar em alguma coisa; concordo plenamente, porque as
pessoas têm de se entreter seja com o que for para quebrar a rotina e as
religiões, sendo o “ópio do povo”, são o que melhor se presta a esse objectivo.
Porém, o que me irrita é quando as
crenças atingem as raias do absurdo e, por imposição própria ou por terceiros (como
aconteceu comigo), têm de ser aceites como um dogma.
Aos poucos que lutam contra estes tipos
de droga, resta a consolação do apoio de uma minoria que, pelo menos, duvida e,
por isso, investiga.
É o caso do Padre Mário de Oliveira, em
relação às “aparições de Fátima”, mas crente em Deus.
Por mim, e como tenho escrito, sou
agnóstico. Não posso provar que Deus existe como também não posso afirmar que
não.
Mas, no Deus da Bíblia é que não
acredito mesmo. As contradições entre as suas qualidades e o mundo que vemos são
tantas, que nem merecem qualquer debate sobre o assunto.
Religiões, aparições, milagres, bruxarias,
astrologia e afins, são temas que ninguém consegue impingir-me. Tentaram
fazê-lo quando era garoto mas, felizmente, nasci com o dom de tentar esclarecer
as coisas e não aceitar princípio algum que não possa ser explicado. Se não é,
então fico na dúvida; prefiro isso a viver enganado.
A designação de “virgem parideira” usada
pelo Padre Mário de Oliveira fez-me rir. E até está certo, já que, embora
continue virgem, condição fundamental que a igreja de Roma exige para a “decência”
das mulheres, teve mais filhos como a Bíblia refere. Mas, isso é tabu! (Mas,
por que diabo me lembrei de um tal Aníbal? Já é obsessão!)
Por tudo isto tenha cuidado, Padre Mário
de Oliveira. Olhe que os actuais inquisidores estão atentos. Se fanáticos como
Sousa Lara ou Mário David, são conhecidos porque, como muitos outros, se meteram
na política para “caírem para cima” se fizerem asneiras, outros estão na sombra
esperando a oportunidade para o atacar. Valha-lhe a sorte de não ser famoso e de
não ter recebido o Prémio Nobel da Literatura.
Tal como outras situações, as religiões
são uma das maiores causas de guerras. O que hoje se passa com o chamado
“estado islâmico” não é mais do que a continuação da história.
Muçulmanos atacam Muçulmanos (e não só
os que não o são), como os Cristãos fizeram entre si na “matança da Noite de S.
Bartolomeu” iniciada em Paris em Agosto de 1572 e que se prolongou por toda a
França durante meses. François Dubois pintou um quadro sobre esse tema que se
tornou célebre.
Se Cristo e Maomé voltassem a este
mundo, certamente que ficariam horrorizados ao verem no que se tornaram as suas
mensagens de harmonia entre os homens.
E, para terminar, vou referir dois casos
relacionados com Fátima e que testemunhei.
A minha mãe, irmã e avó materna, com
quem vivia, eram católicas praticantes, tal como toda a minha grande família.
Que eu saiba, apenas o meu pai não era
uma coisa nem outra, embora não o manifestasse devido ao seu temperamento
conciliador.
Um dia, era eu ainda criança, a minha
mãe convenceu o meu pai a ir a Fátima para falar com a mãe de Lúcia.
Eu também fui e, ao fim de longas horas
pelas estradas da época, chegámos a Fátima.
Uma vez encontrada a morada da mãe da
“vidente” que se encontrava sequestrada, situação que manteve até ao fim da
vida, deparámos com uma senhora velhinha, vestida de preto, sentada em frente
de uma casita.
Às perguntas que a minha mãe lhe fez,
recordo apenas esta frase como resposta: “eu ouvia a minha filha a falar”. É
curioso como da ‘entrevista’, que a pobre velhota devia repetir a todos os que
a procuravam, só aquela frase me venha à cabeça. Do “outro lado” parecia não
haver interlocutor.
Este facto foi comentado pelo meu pai,
já durante o regresso a Lisboa, e julgo que a minha mãe “engoliu em seco”, mas
até ao fim da sua vida continuou com a sua crença.
O segundo caso deu-se alguns anos
depois, era já adolescente e céptico com tudo o que se relacionasse com
religiões.
Nessa época tínhamos uma mulher-a-dias que
foi convencida pela minha mãe e avó a ir a Fátima, não me recordo porque
motivo.
Como o marido tinha uma lambretta (espécie de moto muito em voga
nos anos cinquenta), resolveram fazer a viagem. Mas as coisas correram mal; uma
avaria abortou as suas intenções peregrinas e voltaram para trás.
Muito agastada, a mulher contou o que se
passara e disse que nunca mais se meteria em semelhante aventura.
A minha mãe ainda tentou explicar-lhe
que “nossa senhora” tem por hábito testar as pessoas para pôr à prova a sua fé
mas, espertalhona como era, a mulher não se deixou convencer.
E tinha razão! Como são estranhas as
religiões que apregoam a omnisciência das suas divindades, mas reconhecem que
não prevêem o futuro.
E concluo, citando o velho provérbio relembrado
pelo Padre Mário de Oliveira no seu livro: “fia-te na virgem e não corras;
verás o tombo que levas”.
Deve ser por isto que, apesar da sua fé,
pelo seguro, os peregrinos caminham pelo lado esquerdo da estrada, o que,
aliás, não impede os acidentes. Coisas…
12/07/2015
É A VIDA!
“É a vida”, “tenho o destino marcado”, “
seja o que Deus quiser”, “que o novo ano, ao menos, não seja pior do que o
anterior”, “isto só neste país”, “que triste sina”, “é o nosso fado”, “lá fora
é que é bom”…
“Que tempo horrível”, “que calor insuportável”,
“não se aguenta este frio”, “são estas mudanças de temperatura e a humidade que
dão cabo dos ossos, provocam gripes e constipações”, “nunca se viu um tempo
destes”…
A que propósito vem a menção de frases
tão típicas do nosso Povo?
É simples. A crise grega e a nossa
endémica falta de auto-estima.
Não me interessa saber se os Gregos
devem toneladas de papel e metais (ditos preciosos) à firma Lagarde &
Companhia Lda. Mas sei, por experiência própria, que se orgulham de ser quem
são como ultimamente têm provado.
Nós, Portugueses, exceptuando no
futebol, “damos o cu e meio-tostão” por dá cá aquela palha, como dizia o meu
saudoso professor de ciências físico-químicas no 2º ciclo dos liceus. E eu
acrescento: até vendemos a Língua, à falta de meio-tostão, já que cu continuamos
a ter, por enquanto.
Paradoxalmente, vamos fazer novecentos
anos de História e temos as fronteiras mais antigas do mundo. Depois de
sessenta anos sob o jugo espanhol numa época em que a média de vida não chegava
aos cinquenta anos e por isso grande parte da população já era espanhola,
soubemos reconquistar a independência. E, não satisfeitos com isso, ainda
retomámos a posse do Brasil e de Angola!
Será do clima? Certamente que não, uma
vez que há muitos povos com condições climáticas muito mais severas que as nossas.
Este tema talvez seja motivo para um
próximo texto, mas à escala mundial, perdão, ‘global’.
Entretanto, transcrevo esta anedota que
se contava nos meus tempos de menino e moço:
Cristo
voltou à Terra para ver (no terreno) como iam as coisas por cá.
Tendo
encontrado um homem que chorava, perguntou-lhe:
-Porque
é que choras, irmão?
-Porque
sou cego.
-Então
abre os olhos e vê.
E
o homem passou a ver.
Mais
adiante, encontrou outro a chorar.
-Porque
é que choras, irmão?
-Porque
sou paralítico.
-Então
levanta-te e caminha.
E
o homem começou a andar.
Pouco
depois encontrou outro que chorava desalmadamente.
-Porque
choras, irmão?
-Porque
sou português.
Desanimado,
Cristo sentou-se a seu lado e começou a chorar também!!!
***
02/07/2015
DORES NAS COSTAS, FUNGOS NAS UNHAS, DIARREIA,
OBSTIPAÇÃO… BASTA!
Como tenho dito, não costumo ver
televisão para além dos canais que me interessam, como o “Odisseia”, “National
Geographic”, “História” e poucos mais.
Mesmo assim, quando passo por alguns momentos
pelos canais portugueses (excluo a RTP 2) sinto vontade de gritar por socorro!
De repente, toda a gente passou a ter
dores nas costas e nas articulações porque, dizem, “a partir dos trinta anos os
ossos principiam a deteriorar-se e a tornar-se rendilhados”.
Ao saber da existência deste fenómeno,
confesso que começo a preocupar-me com o meu estado de saúde. É que as
radiografias que por rotina tenho tirado para saber como está a “máquina”, não
mostram nada disso. Só me faltava mais esta; além da loucura, tenho ossos
diferentes das outras pessoas, apesar de já estar com 72 anos!
Porém, fiquei um pouco mais tranquilo
quando me lembrei da trabalheira que os coveiros têm com as ossadas que,
teimosamente, resistem ao tempo e à cremação. Afinal, não sou assim tão
anormal.
Por outro lado tenho pena, porque
gostaria de seguir a moda e encharcar-me em “Cálcio +”, mesmo sabendo (e é a
opinião de dois médicos com quem falei) que uma dieta equilibrada fornece a
quantidade necessária. Assim, a publicidade a tal produto devia ser proibida
devido a possíveis calcificações nos rins e até nas artérias!
O cálcio é um elemento natural, apregoam
os publicitários. Pois é. Trata-se de um dos 92 elementos que constituem o
Universo, e não é por isso que o consumo em excesso não seja prejudicial. Uti, non abuti!
Mas, como até Júlio Isidro, que
possivelmente nunca tomou “Cálcio +, aparenta estar em plena forma, acredito
que muita gente vai seguir o seu conselho. Afinal, trata-se de uma figura que
todos conhecem graças à televisão. Por isso, ‘palavras para quê’?
Sei, por experiência própria, que a
malta da Rádio e Televisão (para só falar desta) tem um grande poder persuasivo.
Até nunca se engana e raramente tem dúvidas, como um tal Aníbal que há dias declarou saber que «19-1=18».
E quanto aos fungos nas unhas? Não
querendo também ser diferente dos outros nesse pormenor, já basta ter também
vinte unhas tenho tentado, desesperadamente, encontrá-los pelo menos numa
delas; mas em vão!
Confesso que me sinto vexado! Porque
diabo as minhas unhas não servem de jardim a esses fungos, para utilizar o tal
produto que, até acredito, resolva o problema? De facto, não sou normal, o que
me põe mais infeliz do que um peru na véspera do Natal.
Mas, a esperança é a última a morrer.
Talvez um dia destes tenha uma diarreia e, sem o Imodium que faz parar a caganeira antes que ela nos pare a nós,
terei de correr, desatando as calças, para o ‘gabinete das meditações urgentes’.
Uma vez sentado na típica cadeira desse
gabinete, onde toda a metafísica morre, talvez a situação acabe por se
inverter.
Assim, terei de tomar um laxante e
transferir o meu quarto para aquele tão acolhedor dos aflitos como simpático
gabinete.
Até pode acontecer que me liberte das
minhas angústias metafísicas já que, como disse, 'aquela ciência (?!) morre ali'!
11/06/2015
EM 2017 VEM AÍ O CHICO.
OREMOS!
Habemos
Papam!
Estas palavras em latim, eram
pronunciadas pelos tipos que, depois da bronca da papisa Joana, confirmavam que
o papa eleito por “inspiração divina” era macho!
Para isso, o representante na Terra do “astronauta”
Jesus Cristo tinha que se sentar numa cadeira com um buraco em que os
penduricalhos (vulgo testículos e não só) faziam jus àquele nome.
Para quem conhecia instrumentos
musicais, a tarefa talvez fosse mais fácil, já que poderia distinguir com um
simples toque se se tratava de uma gaita-de-foles ou de uma gaita-de-beiços.
Assim, a hipótese de o eleito ser capado era imediatamente excluída.
Tinham-lhos cortado, mas era homem. Deo
gratias!
Vem isto a propósito da anunciada visita
do papa Francisco a Portugal, no centenário das “aparições” de Fátima. Cada
qual engole o que quer ou é obrigado a engolir, nem que seja por questões de
sobrevivência ou de não querer ser desmancha-prazeres.
Se eu for vivo, e ainda existir o
programa da RTP “Prós-e-Contras” ou similar, terei a oportunidade de blasfemar
mais uma vez sobre a visita de mais um papa “que mudou o mundo”!
Talvez nesse já tão próximo ano (o tempo
passa a correr) até tenhamos Marcelo Rebelo de Sousa como Presidente da
República. Desta vez a saudar tão augusta visita, não apenas com o seu
característico “nós, os católicos”, mas em nome de toda a Nação Portuguesa.
Mas, seja quem for, (há vários pretendentes ao poleiro do “Palácio dos
Pasteis”), será sempre melhor que o senhor Aníbal, pelo menos no que respeita a
cultura e saber portar-se em público.
E virão milhares de peregrinos despejar os seus bolsos para gáudio dos comerciantes de Fátima (não os condeno porque andamos todos ao mesmo) e enriquecimento da 'máfia' do Vaticano e de todos os corruptos e ladrões que se governam à custa da chamada democracia (à portuguesa).
E virão milhares de peregrinos despejar os seus bolsos para gáudio dos comerciantes de Fátima (não os condeno porque andamos todos ao mesmo) e enriquecimento da 'máfia' do Vaticano e de todos os corruptos e ladrões que se governam à custa da chamada democracia (à portuguesa).
É claro que o facto de ter ou não
testículos, é apenas uma convenção de poder aliada à masculinidade. Não sei se
o papa Francisco os tem e como os usa, além de ter, como todos os homens, o
problema de arrumá-los nas cuecas. Há sempre o esquerdo que, mais proeminente
que o companheiro, tende a escapar daquela peça de roupa que os aprisiona.
Mas, com ou sem eles, e pelo menos até
hoje, o Sr. Francisco não teve coragem para seguir o exemplo do filme “As
Sandálias do Pescador”, protagonizado por esse génio do cinema que foi Anthony
Quinn. Até porque pode acontecer-lhe aparecer morto na cama, como João Paulo I!
Assim, toneladas de cera (ou estearina)
serão queimadas e recicladas, e toneladas de souvenires, incluindo os comprados na “sex-shop” local, livrarão
os crentes da maldição do extinto Inferno.
E, a terminar e como é costume, teremos
lágrimas e lenços no 'adeus à virgem'.
Como é de gesso, é natural que se mantenha nesse estado “puro”, com a magnífica
coroa, maior que a cabeça, enfiada na dita.
Até pode ser que o sol volte a “dançar”.
Não se esqueçam que hoje, com as novas tecnologias, é fácil fazê-lo bailar em
qualquer ritmo, mesmo sem o regime de aguaceiros que ocorria naquele dia treze
de Outubro de 1917. Qualquer pessoa com um mínimo de aptidão para a
meteorologia, pode observar esse fenómeno quando as condições são favoráveis;
são semelhantes às que provocam os arco-íris. Mas, mesmo que apareça qualquer
deles, tornar-se-á num milagre.
E termino pedindo que urinemos pela
próxima visita papal.
Nota:
Depois de rever o texto, peço desculpa aos crentes, mas a verdade é que queria escrever OREMOS! A culpa foi da bexiga que começou a apitar avisando que estava repleta de cerveja.
Depois de rever o texto, peço desculpa aos crentes, mas a verdade é que queria escrever OREMOS! A culpa foi da bexiga que começou a apitar avisando que estava repleta de cerveja.
***
(Adenda)
(Adenda)
«Parecer da Santa e Geral Inquisição:
"Já
é tempo que este nosso querido irmão, que o demo possui, abjure das suas
heresias. Mas, se continuar, seremos forçados a entregá-lo ao Braço Secular
pedindo, com é hábito do Santo Ofício, solicitar compaixão e piedade para com
esta alma perdida.
Assim,
pedimos que, no caso de não haver arrependimento, a lenha utilizada na
fogueira, seja composta por ramos verdes, para não provocar um súbito e
incómodo aquecimento."
Os Inquisidores deste Estado (dito) Laico:
Kruz Abecassis, o
destruidor do Cine-teatro Monumental, que em 1988 ameaçou destruir o cinema que apresentou o filme "Je vous salue Marie". Já falecido, mas que lá do além deve recordar o
incêndio do Chiado e os canteiros que 'plantou' na Rua do Carmo e muito dificultaram a passagem
dos bombeiros aquando do grande incêndio de Agosto de 1988.
Sousa Lara, que mandou
cortar o escritor José Saramago da lista dos candidatos ao Prémio Literário Europeu
Mário David, que exortou José Saramago a renunciar à cidadania portuguesa por se sentir
"envergonhado" com as declarações do Nobel da Literatura sobre a
Bíblia. »
04/06/2015
POR FAVOR, NÃO DIGAM CORÃO!
No primeiro artigo deste blogue inventei
um pequeno texto sobre este tema e expliquei porque é que o artigo invariável
árabe “al” é um prefixo que não pode ser omitido nas cerca de seiscentas palavras
portuguesas derivadas daquela língua.
Até o Dr. Suleiman Valy Mamede,
presidente da Comunidade Islâmica de Lisboa, explicou isso no prefácio da
edição do Alcorão que possuo.
Mas, volta e meia, temos de ouvir muitos
jornalistas a omitirem aquele prefixo, imitando, como sempre, o que ouvem
noutras línguas. Excepto em espanhol, como é evidente por razões históricas.
Trata-se de mais alguns “apátridas da
língua”, como tão bem classificou Pacheco Pereira em relação aos que adoptaram
o chamado acordo ortográfico.
É gente mais papista que o papa ou
ignorante, uma vez que (julgo eu, pois já não sei nada) tal asneira não faz
parte das outras que proliferam no aludido acordo.
Sei que muitos jornalistas estão contra
mais esta traição à nossa língua, mas têm de cumprir as ordens dos directores,
por sua vez lacaios do Poder. No fim de contas, é preciso ganhar a vida.
Num exemplar de “O Correio da Manhã”
que, como já escrevi, folheio uma vez por semana num clube que frequento, li um
artigo do excelentíssimo vice-director daquele jornal, onde dizia que “era
preciso acabar com a distinção entre os que seguem, ou não, a ‘nova ortografia’”.
Mas, quem é esse senhor para emitir semelhante opinião? Cumpra as ordens e não
critique os outros, ou talvez fosse melhor ir plantar batatas, porque há muita
fome no mundo.
Hoje telefonei a uma velha amiga, ‘velha’
de mais de cinquenta anos, que reside no Brasil e aproveitei para saber o que
por lá se diz sobre o assunto.
Fiquei a saber que cada qual escreve
como quer (incluindo a imprensa) e, como já calculava pelo que se lê na Internet a maioria não acerta numa palavra.
Falei depois com outra amiga que é
tradutora, e que tem recebido reclamações do estrangeiro devido aos supostos
“erros” que estão a surgir nas traduções. Quando esclarecidos, os Ingleses acham tudo muito estranho e confuso!
E concluiu: “o que diriam os
norte-americanos, os australianos e demais países de língua oficial inglesa, se
a Inglaterra modificasse a sua grafia e quisesse chegar a acordo com eles?” O
mais provável era fazerem 'aquele gesto' bem português atribuído a Rafael Bordalo
Pinheiro.
Querem apostar que nos países da chamada
Comunidade de Povos de Língua Portuguesa, acaba por ficar tudo em águas de
bacalhau, pois não é com a assinatura de um político que se impõe uma língua ou
um modo de escrever?
Se isso acontecer, lá ficaremos mais uma
vez “orgulhosamente sós” impregnados de saudade e empenhados, não só em
dinheiro, mas em arranjar outro modo de voltarmos ao tempo das caravelas.
Nota:
Para quem não queira procurar no blogue
o que escrevi a respeito da palavra ‘Alcorão’, vejam o excerto a seguir.
“Presunção
e água benta, cada qual toma a que quer”, lá diz o velho rifão.
(Excerto)
Uma
vez resolvi passar um fim-de-semana em ‘Bufeira, no ‘Garve.
Assim,
abandonei cedo as ‘mofadas, vesti uma camisola de ‘godão, meti algum dinheiro
na’gibeir, e lá fui na minha carripana.
Passei
o vale de ‘Cântara, atravessei a ponte dita 25 de Abril, e deixei ‘Mada para
trás.
Chegado
a ‘Cácer do Sal, parei para comer umas ‘môndegas de ‘catra, acompanhadas de com
salada de ‘face temperada com um excelente ‘zeite*.
Prossegui
viagem, e tendo passado por ‘Justrel, aproveitei para beber uma cerveja sem ‘cool
e ver uma antiga ‘zenha*
Finalmente
cheguei a ‘Bufeira onde, para meu espanto, não encontrei nenhum odor
relacionado com essa palavra, a qual parece mais empestar a Língua Portuguesa
do que as narinas dos cidadãos!
*O alfabeto árabe distingue dois tipos
de consoantes, as lunares e as solares.
Se a primeira consoante for lunar soará
“al”. (Ex. al-qaçr);
Se for solar, o “l” passa a “z”. (Ex.
az-zait).
17/05/2015
O FIM DO “PUM-TCHIM-PUM”
NOS AUTOMÓVEIS.
Já repararam que a moda do “pum-tchim-pum”
com um nível sonoro capaz de provocar lesões auditivas, além de outros danos
físicos causados pela adição dos chamados subwoofers
passou a ser uma raridade?
Quando um carro equipado com aquele
estúpido sistema passava perto de mim ou fazia vibrar os vidros das janelas,
sentia vontade de encurralar a besta do condutor e mantê-lo dentro do carro até
ficar surdo de vez. Depois, e porque embora defensor da pena de Talião, não sou
mau de todo, pagava-lhe as consultas no otorrinolaringologista.
Agora que este fenómeno social, como
tantos outros, passou à história, ocorreu-me escrever um texto sobre aquilo a
que, comummente, se chama moda.
Desde criança que nunca compreendi esta
faceta da espécie humana tão peculiar aos símios. Será por descendermos de um
ramo comum?
É óbvio que apesar de não compreender,
em criança tive de usar boina, calças “à golfe” (como o Tim-Tim)*, suspensórios
e, mais tarde, a gravata. E é óbvio porque, se recusasse, no mínimo a
desobediência resultava numa repreensão com a respectiva ameaça de açoites
Mas, já que tinha de andar “fardado”
segundo a idade e a época, gostava, para meu divertimento, de reparar nas
mudanças de indumentária à medida que os anos iam passando.
Ao princípio vinha tudo de Paris. Até os
bebés, embora viessem todos com o mesmo trajo natural, diferindo apenas no peso
e outros atributos naturais, como o que tinham (ou não tinham) entre as pernas.
Depois, tornou-se “chique” comprar as
fatiotas numa casa chamada Old England ,
situada na Rua Augusta, em Lisboa.
Lembro-me dela porque, como filho varão
de uma das “boas famílias” lisboetas, andei vestido com as últimas novidades
“Made in England”.
Na mesma rua havia a “Casa Africana”,
que exibia como reclame um preto carregado de malas. A coisa não incomodava
ninguém, até porque era usual dizer-se que “o trabalho era bom para o preto”.
Hoje, aquela figura seria considerada como racismo imperdoável, a menos que a
casa tivesse mudado o nome para Casa Europeia e o preto fosse substituído por
um branco, que naquela época era classificado de galego ou moço de fretes.
Os Portugueses, sempre amantes de tudo o
que é estrangeiro, começaram a perceber que o francês estava a ficar fora de
moda e adoptaram o inglês, hoje no apogeu da idiotice e servilismo a “Sua
Majestade” britânica.
Mas deixo este assunto para o próximo
artigo, para desabafar o agastamento que o anúncio da cobertura que a RTP ia
fazer (e deve ter feito) das eleições no reino da dita majestade me provocou.
Serão as modas provocadas pela
necessidade de imitar, inveja, medo de destoar dos outros, necessidade de
afirmação ou tudo junto? E aquelas que são impostas por motivos religiosos? Os
sociólogos que respondam. Para mim, estas razões são o motivo para que a grande
maioria das pessoas siga os chamados ditames da moda. Mas, reconheço que sou eu
quem esteve sempre fora de moda neste mundo. E, para alivio das minhas
inquietações metafísicas, oxalá tivesse nascido só com essa preocupação.
Após este desabafo, veio-me à memória
alguns aspectos curiosos das modas que fixei, e que ainda hoje me fazem sorrir
para alívio das minhas “iscas”.
Era eu ainda criança, quando surgiu a
moda dos chapéus com “pára-raios” usados pelas senhoras. (Entenda-se como
senhoras as mulheres das classes média e alta). Chamava-se assim aos chapéus
ornamentados com uma grande pena de ave colocada quase na vertical. Como nem
nos cinemas as senhoras descobriam as cabeças, foi necessária uma determinação
governamental a proibir o uso daquele ornamento durante as sessões, para não
prejudicar a visão de quem estava atrás.
Algum tempo depois surgiram as saias
apertadas, de tal modo que as senhoras pareciam umas 'entrevadinhas', produzindo
um “tique-tique” acelerado com os saltos dos sapatos, quando tentavam caminhar
mais depressa. Jacques Tati, no filme Play-Time
(em português “Tempos Modernos”) parodia com o seu característico humor sem
palavras, aquela moda tão ridícula como incómoda.
Muitos anos depois, veio a moda da
mini-saia, logo seguida, como não podia deixar de ser, pelo oposto para dar nas
vistas: a maxi-saia.
Ainda não estava reformado, quando
surgiu a tristemente famosa moda das calças rotas, uma autêntica ofensa a quem
é pobre. Recordo o momento em que uma colega descia num dos elevadores do
edifício da RDP, então situado nas Amoreiras. Adepta dessa moda, teve o azar de
encontrar o presidente do concelho de administração, que descia também.
-“A senhora não tem dinheiro para
comprar umas calças?”, perguntou.
O resultado foi uma ida à loja mais
próxima comprar outras. Pelo menos naquela casa, aquela moda não pegou.
De há uns anos para cá, temos os cabelos
caídos sobre um olho, o que provoca o contínuo sacudir de cabeça ou o
afastamento da madeixa com a mão que, como é óbvio, volta a cair. Já dei por
mim a fazer o mesmo enquanto via uma entrevista a uma senhora na televisão. É
que, tal como os bocejos e a loucura, os tiques são contagiosos.
E, para terminar, porque não falar da
autêntica loucura que se vê em lugares públicos de lazer? É rara a pessoa que
não tenha um telemóvel, ou outra maquineta do género, e passe o tempo a
esfregá-lo com o dedo indicador.
Bem sei que este dedo não tem só a
função correspondente ao nome mas, se ele se gastar, como vai poder continuar a
esfregar coisas muito mais sensíveis do que um aparelho electrónico?
Francamente, não encontro resposta e, a verdade, é que cada um usa o dedo
indicador como quer, mesmo que, como se dizia no meu tempo, “não se aponta que
é feio”. A partir daí, tabu!
*Em “Tim-Tim e os Pícaros”, último álbum
do imortal herói de banda desenhada, Hergé substituiu as calças “à golfe” por jeans. Esta decisão desagradou a muitos
dos seus admiradores, embora a história seja fantástica.
31/03/2015
HINO A CAPPELLA…COM ORQUESTRA!
“Lá fora, a excessiva quietude da noite de
província fazia um grande barulho ao contrário” (Fernando Pessoa).
Tão realista como poética, esta definição
veio-me à memória quando um comentador da RTP disse, antes do jogo de futebol
Portugal vs Sérvia, que o Hino
Nacional tinha sido cantado a cappella, termo
italiano que significa canto sem acompanhamento instrumental.
E veio-me à memória porque começo a temer que
esteja a ficar surdo ao contrário. A razão foi porque “pareceu-me” ouvir
instrumentos enquanto o público cantava.
Depois de me ter convencido de que não fora
vítima de uma ilusão, lembrei-me que, com um pouco de jeito, poderia arranjar
um texto para a introdução que é só orquestral, e que normalmente não se ouve porque
o comentador continua a falar. Depois de muito estudar o assunto, concluí que o
mais apropriado seria “batatas, senhor comentador!”
E, fazendo da capo, isto é, voltando ao início, seria interessante acrescentar
termos culinários como “assadas”, “fritas”, “cozidas” ou, de preferência, “A
MURRO”!
23/03/2015
CENSURA OU LIBERDADE DE IMPRENSA?
O
DIABO QUE ESCOLHA!
Confesso que me custa muito pôr esta
questão mas, a verdade é que há muito tempo que penso nela. Há dias, porém, ao
ver a cena vergonhosa entre aquela cambada de “melgas” e o advogado João Araújo,
confesso que a embirração que sinto pela maioria dos jornalistas voltou a
dominar-me. Caramba! O homem até foi mal-educado; mas, não terá direito à
indignação uma pessoa que não pode sair à rua sem que lhe chovam em cima
dezenas de perguntas e lhe barrem a passagem com microfones? Com que direito é
que essa gente interroga, fotografa e filma sem perguntar se o visado a isso
está disposto?
“Este senhor não compreende a nossa
profissão”, é o clássico comentário quando alguém reage mal aos seus ataques,
mas não se lembram que os outros podem estar a fazer o mesmo, como foi o caso.
Será que, na pomposamente chamada Escola
Superior de Jornalismo, não se ensina que é falta de educação insistir em
perguntas quando alguém declara não estar disposto a fazê-lo? Uma das meninas
protagonistas daquela triste cena, até teve o arrojo de insistir argumentando
que “precisava de saber”!
Com que direito? Nem nos tribunais os
réus são obrigados a responder aos juízes.
Agora, dizem que vão processar o
advogado. Quem se deve estar a rir é Alberto João Jardim, que não hesitou em
classificar de “bastardos, para não lhes chamar filhos da puta”, alguns
(note-se) jornalistas do Continente quando estes se meteram com a reforma que
ia receber. Ficou com tanto medo das ameaças do presidente do Sindicato dos
Jornalistas que, algum tempo depois, até fez uma valente “caralhada” dentro de
um autocarro para os chamados media.
Vendedores de um produto chamado
notícia, a maioria actua como qualquer comerciante, apenas com uma diferença: o
vendedor que tenta impingir fruta de aspecto duvidoso, não corre atrás de nós
ou barra-nos o caminho. Quando muito, murmura algumas imprecações e tenta
enganar outro.
Mas, há mais. Na ânsia de vender os seus
produtos, investigam tudo o que lhes cheira a escândalo ou catástrofe para
depois exibirem grandes títulos seguidos de textos onde deturpam, ampliam
(nunca o contrário) lançando muitas vezes o pânico entre a população.
Quem não se lembra das vacas loucas e
das gripes suína e das aves, para só falar destas? Bastava aparecer uma avezita
morta para abrir os telejornais com um jornalista logo enviado para “o
terreno”, olhando para o pequeno cadáver desejoso de que a causa da morte fosse
a famigerada gripe. Pouco depois já se falava de epidemia! Mas, se a desejada
tragédia não se confirmava, o desmentido passava para terceiro plano, como é
prática normal entre estes vendedores de tragédias.
“Cinco polícias na casa da morte”, era o
título em letras enormes que o “Correio da Manhã” exibia na primeira página há
uns tempos atrás. Como frequento um clube que adquire esse jornal, uma vez por
outra folheio um exemplar apenas para me divertir com os contumazes cabeçalhos
bombásticas.
Daquela vez, porém, fiquei chocado; a
notícia referia-se à investigação policial sobre a morte do filho de Judite de
Sousa. Francamente! Nem o respeito pela tremenda dor de uma colega de
profissão, deteve a ganância de vender. Não lhes chega a exibição a cores de
centenas de cus e de mamas, estas curiosamente com uma pudica estrelinha sobre
os mamilos, do putedo nacional!
Aquando das obras de alargamento do
tabuleiro da ponte chamada “25 de Abril”, um jornal publicou na primeira página
uma fotografia tirada de modo a que se visse bem a curvatura côncava que o dito
tabuleiro apresentava. Por cima, o título era eloquente: “A ponte deu de si”.
Eu já tinha notado isso face ao
desempenho do motor do carro, habituado
à natural convexidade, facto que nunca me preocupou.
No entanto, uma colega sabedora das
minhas travessias semanais, teve o cuidado de me avisar do “perigo” que corria.
Embora confiante nos engenheiros
responsáveis pela obra, deu-me para ler o texto onde se procurava lançar o
pânico entre os utilizadores da ponte.
Numa entrevista a um dos engenheiros,
este explicou (para provável desespero do jornalista) que o tabuleiro iria
arquear um pouco mais, mas sem atingir os limites de segurança.
Depois de ler, só lamentei o facto de o
entrevistado não ter dito: olhe, quando a ponte voltar à posição normal, não se
esqueça de publicar uma fotografia e referir-se ao assunto com as mesmas
parangonas.
“Palavras cruzadas, perguntas inúteis”,
era uma frase omnipresente num divertido programa de rádio do início da minha
adolescência. Ainda não havia televisão, e a telefonia estava ligada durante
todo o dia. Julgo que era protagonizado por Camilo de Oliveira.
Aquela frase vem-me frequentemente à
memória quando oiço as tão idiotas como inúteis interrogações que devem fazer
parte do programa de ensino da delirante escola de jornalismo: “Ganhou esta
prova; está contente? Porquê?” “Ficou desempregado; isso preocupa-o? Porquê?”
Quando oiço isto, nas poucas vezes que
tenho pachorra para aturar um telejornal mais de dez minutos, recordo uma
entrevista de uma senhora jornalista a uma menina, amante do desporto, e que,
devido a um acidente, tinha ficado paraplégica.
-“Tens pena de não poderes voltar a
correr?
-“Tenho!”
-“Porquê?” perguntou a estúpida besta
enquanto a mãe, ao lado da filha, em vez de partir a cara àquela profissional
da coscuvilhice, esboçava um sorriso de tristeza.
“O que irá acontecer quando a sociedade
de consumo chegar à saciedade de consumo?” é o tema de uma das tiras da imortal
Mafalda criada por Quino. Quando me lembro disto, chego a ter saudades dos
telejornais em que um locutor começava por dizer: “do País”, e lia os papeis
que tinha à frente. Depois, anunciava “do Estrangeiro”, e prosseguia na
leitura.
Devido às limitações técnicas da época, apenas
apareciam as imagens mais relevantes e, como é óbvio, o que a censura
autorizara.
Hoje, caindo no extremo oposto, os
telejornais abusam do tempo que lhes é concedido, em que cada notícia é
apresentada por um jornalista diferente. A maior parte das vezes, nem sequer dá
a cara, substituindo-a por imagens que apenas servem para desviar a atenção.
Fala-se de um banco, e logo aparece a fachada de uma das agências e gente a
levantar dinheiro; fala-se de crise (oiço-a desde que nasci) e vê-se pessoas a
passarem nas ruas; e, para quê mais?
Agora que se aproxima a chamada “época
de incêndios” lá vamos ter como pano de fundo uma floresta a arder. E, como
título, PORTUGAL EM CHAMAS!
Concluindo: censura não! Mas que, por
vezes, é necessária, sim! “Cruel dilema”, como diz Vasco Santana em “O Pátio
das Cantigas.
Subscrever:
Mensagens (Atom)